Menopausa precoce: quando a menopausa ocorre antes dos 40 anos
A menopausa corresponde ao último ciclo menstrual, ou seja, a última menstruação. Ela ocorre, em geral, entre os 45 e 55 anos. Entretanto, quando ocorre por volta dos 40 anos, é chamada de menopausa prematura ou precoce.
Uma mulher que fique quatro meses sem menstruar antes dos 40 anos de idade é candidata a averiguar se está em menopausa precoce. A seguir, a ginecologista e especialista em fertilidade, Priscila Hime, explica mais sobre o assunto.
A menopausa precoce pode provocar outros problemas capazes de colocar a saúde em risco, como doenças cardiovasculares, perda de memória, alterações no humor e depressão, especialmente por causa da falta de estrogênio. Por isso, é fundamental que mulheres que entraram na menopausa precocemente procurem auxílio médico.
“A paciente terá de fazer um exame de sangue para confirmar a falência ovariana precoce, por meio do FSH (folículo estimulante). Se o resultado for 25 ou mais, confirma essa suspeita diagnóstica, então se espera um mês e repete-se o exame”, explica Hime.
“Na maior parte dos casos de menopausa precoce, a causa é indefinida, mas doenças autoimunes (20% a 30%) e questões genéticas (em torno de 10%) podem levar ao quadro. Mulheres que fazem cirurgia no ovário, quimioterapia e radioterapia também podem entrar em menopausa”.
“Os sintomas vão depender muito de como ela menopausou. As que foram submetidas a cirurgias e tratamentos costumam ter efeitos mais sérios. As demais vão passar pelo que a maioria das mulheres na menopausa passam: calores, alteração da memória, perda de libido, perda de sono, dores no corpo, entre outros efeitos colaterais”.
“Diferentemente das mulheres que menopausam na idade esperada, aquelas que entram antes dos 40 vão necessariamente precisar de reposição hormonal. O risco de doenças ósseas e cardiovasculares é muito grande”, garante a Dra. Priscila.
“A mulher em menopausa precoce tem de 5% a 10% de chance de ter uma gestação espontânea. A mulher em menopausa precoce pode engravidar desde que faça uma fertilização in vitro, com óvulo doado”.
Todos os óvulos que a mulher produzirá ao longo da vida têm sua origem em células germinativas (ou folículos) dos ovários já presentes no momento em que nasce uma menina. Essa reserva é usada desde a primeira menstruação (menarca) até a última (menopausa). Mulher nenhuma é capaz de formar novos folículos para repor os que se foram. Quando morrem os últimos deles, os ovários entram em falência e as concentrações dos hormônios femininos, estrogênio e progesterona, caem irreversivelmente.
Tratamento
“O tratamento não é só reposição hormonal para quem não tem contraindicação. Exercícios com peso, parar de fumar, boa alimentação, ingestão de cálcio e exposição solar são fundamentais”, recomenda Hime.
A terapia de reposição hormonal tem a vantagem de aliviar os sintomas físicos, como os fogachos, e psíquicos, como depressão e irritabilidade, e os relacionados com os órgãos genitais como ressecamento vaginal e incontinência urinária no climatério.
Além disso, funciona como proteção contra a osteoporose e assegura uma melhor qualidade de vida para a mulher. No entanto, existem contraindicações que devem ser avaliadas com cuidado pelo médico e pela mulher, não sendo indicada a automedicação, pois pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, trombose, câncer de mama e de endométrio, distúrbios hepáticos e sangramento vaginal de origem desconhecida.
Estudos científicos mostraram que a isoflavona de soja tem ação semelhante ao estrogênio no controle das ondas de calor.
A alimentação saudável, atividade física regular, não fumar e evitar o consumo de álcool e cuidados com a saúde bucal são algumas medidas simples que, incorporadas aos hábitos diários de vida, podem ser úteis para minimizar os sintomas negativos do climatério.
Recomendações importantes
Mesmo após a menopausa, a mulher deve manter o acompanhamento ginecológico regularmente.
Evite ganhar peso
Encontre tempo para a prática diária de atividade física. Além de ser importante para o bem-estar físico, é fundamental para controlar a pressão arterial, prevenir a osteoporose, doenças cardiovasculares e atenuar as alterações do humor.
Com informações de Delas e Biblioteca Virtual em Saúde.
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