Asma na gravidez
A asma na gravidez é uma doença de risco para o feto e para a mãe. Estima-se que entre 3% e 6% da população mundial tenha esta doença, o que a torna uma condição muito comum.
A asma consiste na obstrução das menores partes das vias respiratórias. A obstrução provoca dificuldade para realizar a mecânica respiratória, sobretudo para a expiração. Esta obstrução tem como substrato a inflamação dos pequenos brônquios.
Entre as mulheres grávidas, a asma é a doença crônica mais comum. Segundo as estatísticas, entre 4% e 7% das mulheres grávidas têm complicações associadas à asma em algum momento da gravidez, embora durante o parto seja altamente improvável que ela se manifeste.
O pior momento geralmente ocorre entre a décima sétima e a vigésima quarta semana de gravidez. Isto é, no final do segundo trimestre. O maior número de consultas de gestantes em serviços de emergência foi registrado nesse momento. Por outro lado, o menor número de consultas por esse motivo ocorre no último mês antes do parto.
Consequências da asma na gravidez
Se a grávida asmática não for tratada e controlada adequadamente, podem ocorrer complicações em sua saúde e na do feto. O principal perigo é a falta de oxigênio. O oxigênio que a mãe possui circula no sangue e é o que ela compartilha com o bebê, e a diminuição dos seus níveis afetará a ambos.
A asma na gravidez é capaz de causar à mãe:
- Hiperemese gravídica: ocorrência de vômitos intensos e por muito tempo. Não é a náusea matinal típica do primeiro trimestre. Aqui, os episódios são frequentes e causam perda de peso.
- Pré–eclâmpsia: também chamada de toxemia da gravidez. É uma síndrome em que a pressão arterial da mãe aumenta, os edemas são causados pela retenção de líquidos e há perda de proteína na urina – a proteinúria.
- Hipertensão gestacional: é o aumento dos níveis de pressão da gestante.
- Trabalho de parto prematuro: embora os sintomas da asma não apareçam frequentemente durante o parto, o trabalho de parto pode ser antecipado devido a esta doença.
No bebê, a asma durante a gravidez pode causar:
- Atraso no crescimento intrauterino: a constante falta de oxigênio suficiente faz com que o feto cresça mais lentamente, e ele pode ser menor do que o esperado para a idade gestacional.
- Baixo peso ao nascer: associado à restrição do crescimento intrauterino, é um bebê que chega ao momento do parto sem o peso suficiente.
- Hipoxemia neonatal: no momento do parto, o bebê pode ter um suprimento insuficiente de oxigênio que o faz nascer com sintomas de falta de ar. Isso exigirá assistência neonatal intensiva com suplementação externa de oxigênio.
- Aumento da mortalidade perinatal: se a asma na gravidez não for controlada, o risco de morte do bebê aumenta.
Medicamentos para a asma durante a gravidez
Durante a gravidez, é importante escolher, juntamente com o médico, quais medicamentos podem ser consumidos de acordo com as necessidades. Nem todos os medicamentos são seguros para a mãe e o bebê. Portanto, o aconselhamento médico é essencial.
Para a asma, a maioria dos medicamentos provou não ser prejudicial à mulher grávida. Presume-se que a asma não controlada seja mais perigosa durante a gravidez do que os possíveis efeitos adversos dos medicamentos utilizados.
Injeções de dessensibilização para alergias são usadas em alguns asmáticos, a fim de reduzir os episódios de ataques de asma. Se a mulher grávida iniciou essas injeções antes de engravidar, deve continuar com elas, mas seu início é contraindicado quando a gravidez já está estabelecida.
Após o parto, não há problemas para a mulher amamentar. Além disso, encoraja-se que as asmáticas que foram mães recentemente não abandonem a medicação.
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Como prevenir complicações?
Existem medidas básicas que as mulheres com asma na gravidez podem adotar para reduzir os riscos, sempre acompanhadas pelo aconselhamento profissional e a medicação adequada, a ser definida pelos médicos.
A seguir, explicamos quais são essas medidas preventivas:
- Não fumar: o tabaco complica e piora a asma, além de aumentar o risco de síndromes congênitas no feto.
- Gatilhos de controle: a asma responde como uma crise aguda a certas substâncias que devem ser evitadas. Podemos nomear os ambientes com pó ou sujeira, fumaça de cigarro e pelos de alguns animais.
- Respeitar as consultas de pré-natal: as mulheres grávidas e asmáticas precisam de um controle mais intensivo com os médicos do que aquele programado para uma gravidez de risco normal.
- Tomar os medicamentos em tempo hábil: de acordo com as indicações médicas, os horários e apresentações devem ser respeitados. Nunca se automedique nessas circunstâncias.
- Estar atenta aos sinais de alerta: o médico fornecerá à mulher grávida uma lista de sintomas que, se aparecerem, indicam a necessidade de uma consulta rápida. Esses sintomas geralmente são falta de ar, tosse crônica grave e febre, entre outros.
- Controle do refluxo gastroesofágico: é comum que mulheres grávidas sofram de doença do refluxo gastroesofágico. O problema é que o refluxo pode intensificar os sintomas da asma. Por esse motivo, medidas domésticas devem ser tomadas, como elevar a cabeceira da cama, dividir as refeições diárias em partes menores, e atrasar o horário de dormir deixando passar duas ou três horas após o jantar, a fim de evitar que os alimentos desencadeiem o refluxo.
Conclusão
A asma na gravidez acarreta riscos significativos para a mãe e o feto. Portanto, se esta ocorrer, é importante consultar o médico e seguir o tratamento recomendado. Além disso, é aconselhável estar ciente de quaisquer sintomas que indiquem uma complicação.
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