Cientistas revertem paralisia e nove pacientes voltam a andar
Pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, em Lausanne, revertem paralisia em nove pacientes usando uma terapia inovadora que conseguiu reverter o problema em pessoas de diferentes idades. Ou seja, eles conseguiram andar novamente.
Em um estudo publicado recentemente na revista Nature, os pesquisadores descrevem as células responsáveis pela recuperação da marcha nesses pacientes, nomeadas por eles como SCVsx2::Hoxa10.
Segundo os cientistas, a identificação dessas estruturas é um grande passo no tratamento de reabilitação dos movimentos.
Um trabalho minucioso que levou vários anos para ser concluído
O ponto de partida foi analisar em camundongos uma família de neurônios que expressam o gene Vsx2, que não são necessários para a caminhada nestes animais, mas cujo conhecimento foi essencial para o processo de recuperação da função motora em humanos.
Dessa forma, os pesquisadores puderam visualizar pela primeira vez a atividade da medula de um paciente enquanto ele caminhava. Os cientistas ainda criaram uma espécie de mapa 3D da medula espinhal.
“Nosso modelo nos permite observar o processo de recuperação com granularidade aprimorada — no nível do neurônio”, explica em comunicado uma das autoras do estudo, a professora de neurociência Grégoire Courtine, da EPFL (Escola Politécnica Federal de Lausanne).
Com os avanços do estudo, percebeu-se a importância dos neurônios Vsx2, que são ativados durante o processo de estimulação da medula espinhal.
A partir daí, a equipe da professora Stéphanie Lacour, também da EPFL, criou em laboratório implantes epidurais adaptados com diodos emissores de luz que permitiram não apenas estimular a medula espinhal, mas também desativar os neurônios Vsx2.
A descoberta é apontada como um grande avanço na reabilitação de pessoas com paralisia
Essa identificação e remodelação dos neurônios ativados na medula durante a movimentação dos membros inferiores foram fundamentais para o sucesso da terapia, que conseguiu que os pacientes se levantassem, andassem e reconstruíssem seus músculos.
A capacidade motora deles foi mantida mesmo após a estimulação elétrica da medula ser desligada, o que aponta que as fibras nervosas usadas para caminhar haviam se reorganizado, afirmam os autores do estudo.
De acordo com os pesquisadores, as descobertas representam “um avanço clínico fundamental” na reabilitação de pacientes com lesão na medula espinhal que hoje não conseguem andar.
Destaques Psicologias do Brasil, com informações do R7.
Foto de capa: DIVULGAÇÃO/EPFL.
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