5 sintomas do câncer anal: uma doença silenciosa
Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater
Não é comum ouvirmos muito a respeito do câncer anal. É uma das doenças silenciosas que não apresenta uma incidência tão elevada quanto o câncer de pulmão ou de mama, mas que, apesar disso, existe e devemos conhecer.
Ainda que o número de casos não seja tão grande, temos que saber que esta doença aumentou nos últimos anos devido a diferentes fatores de risco como:
- O tabaco
- A maior expectativa de vida da população
- A infecção pelo vírus do papiloma humano (HPV)
Ela afeta com mais frequência os homens, mas a partir dos 50 anos, também é comum nas mulheres.
O maior problema do câncer anal é que muitas vezes ele avança sem ser acompanhado de uma sintomatologia evidente.
Além disso, em algumas ocasiões, as pessoas que sofrem de hemorroidas costumam associar o sangramento e o surgimento de protuberâncias a este problema, e não dão a eles a importância que merecem.
Tendo em vista que a informação sempre é uma ferramenta valiosa, vejamos agora quais são as principais características associadas a esta doença.
O câncer anal, a doença silenciosa
Em alguns casos não costumamos prestar muita atenção em determinados processos do nosso organismo.
Vamos ao banheiro e não nos atentamos se nossas fezes estão normais ou se há algum traço de sangue ou algum elemento incomum em nosso corpo.
O ânus não é somente a parte do corpo por onde expulsamos a matéria fecal. É importante levar em conta que ele faz parte do nosso intestino grosso.
Seus músculos, em forma de anéis, abrigam diversas células que, por distintas razões, podem alterar sua genética para produzir células anormais e cancerígenas.
Existem fatores de risco que podemos controlar, não há dúvida, mas no que diz respeito ao câncer, como já sabemos, nem tudo depende do nosso estilo de vida.
Há fatores que fogem do nosso controle e que, pelas razões que forem, acabam formando esta doença com os seguintes sintomas.
1. Sangramento
Este é o principal indicador que devemos levar em conta. Apesar disso, perceber que sangramos de vez em quando pode se dever a outras causas que sempre devemos conhecer:
- Em alguns casos são as hemorroidas, uma simples infecção ou qualquer outra doença que os especialistas determinarão.
- É importante, portanto, consultar um médico sobre este problema assim que o notarmos.
2. Sensação de “estar cheio”
A maioria dos pacientes que desenvolveu um câncer anal tem uma sensação de estar cheio na área do reto. É como se existisse uma massa que incomoda e causa uma certa coceira.
- Em alguns casos, estas massas impedem o trânsito intestinal correto, de forma que a pessoa pode perder inclusive o controle de seus músculos anais.
- A princípio, é algo leve e quase não pode ser notado. Na verdade, o mais comum é esperar até seis meses para consultar um especialista, momento em que a sintomatologia já é mais evidente.
3. Surgimento de “verrugas”
O câncer anal costuma coincidir muitas vezes com o surgimento de verrugas na região anal. Elas podem estar no interior do próprio intestino ou no exterior, causando incômodos.
Muitos pacientes costumam confundi-las com simples furúnculos, mas é importante fazer uma análise médica.
Não tenha medo ou vergonha de conversar com um médico sobre este problema. Você vai ficar mais tranquilo depois disso.
4. Mudanças em seu trânsito intestinal
Todos sofremos pequenas alterações em nosso trânsito intestinal de vez em quando. Passamos por épocas de prisão de ventre, de diarreia… é algo relativamente normal.
- O que não é comum é experimentar certas perdas por não poder controlar uma retenção adequada, ou devido a falhas de nossos músculos intestinais.
- Quando os tumores já estão mais avançados, ocorrem estes tipos de alterações em que o paciente experimenta o surgimento de um corrimento na região do ânus.
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5. Coceira
Podemos sentir cansaço na região lombar, uma certa pressão abdominal e, principalmente, coceira na região do ânus.
- É comum associá-la às hemorroidas. Por isso, muitas pessoas recorrem a cremes ou tratamentos para aliviar este incômodo íntimo que não costumamos compartilhar com ninguém.
- No entanto, ressaltamos mais uma vez mais a necessidade de consultar um médico diante de qualquer um destes sintomas.
Se conseguirmos um diagnóstico precoce, a probabilidade de sucesso no tratamento posterior é muito elevada.
Uma pequena parte dos casos costuma ter seu diagnóstico na etapa mais avançada, quando o tumor já alcançou os gânglios linfáticos. Neste caso, os tratamentos costumam ser mais agressivos.
No entanto, atualmente contamos com mais avanços e novas técnicas que, sem dúvida, nos permitirão dar uma resposta adequada à doença.
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