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Grelina: principais funções e mecanismos de ação

3 minutos
Com a descoberta da grelina, abriu-se um amplo campo de pesquisa nos possíveis tratamentos contra a obesidade, doença que mata milhares de pessoas por ano.
Grelina: principais funções e mecanismos de ação
Escrito por Edith Sánchez
Última atualização: 09 agosto, 2022

A grelina é um hormônio sintetizado principalmente nas paredes do estômago. Também surge em pequenas quantidades no tecido intestinal, hipófise, placenta e pâncreas.

A principal função desse hormônio é informar ao cérebro que o corpo deve se alimentar. Em outras palavras, ele regula a saciedade. Por isso, também é conhecido como “o hormônio da fome”.

O nível de grelina aumenta antes de comer e diminui após a ingestão de alimentos. Sua atividade está intimamente relacionada à obesidade e ao acúmulo de gordura corporal, principalmente na região abdominal.

Trata-se de uma molécula orgânica instável, descoberta em 1999 pelo endocrinologista Masayasu Kojima e sua equipe. O nome grelina surgiu da união entre a partícula GRHE, que se refere ao hormônio do crescimento (GH), e “LIN”, sufixo comumente adicionado aos nomes dos hormônios.

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Funções da grelina

A principal função da grelina é regular a ingestão de alimentos e o ganho de peso corporal. Essa função é chamada de “efeito orexígeno”. No entanto, este não é o único trabalho que ela faz.

Sua outra grande função é estimular a secreção do hormônio do crescimento (GH) pela hipófise. Além disso, a grelina regula o metabolismo energético.

Foi demonstrado em laboratório que a grelina administrada a roedores aumentou o seu apetite. Isso, por sua vez, afetou o aumento do peso corporal e da adiposidade ou gordura corporal. Foi possível comprovar que esse hormônio promove o acúmulo de lipídios na gordura abdominal.

A grelina também se comporta como um agente vasoativo na homeostase da pressão arterial. Isso significa que ela influencia a contração ou dilatação dos vasos sanguíneos para atingir um equilíbrio na pressão arterial. Da mesma forma, exerce um efeito cardioprotetor e um efeito neuronal.

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Mecanismo de ação da grelina

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A grelina é secretada quando não há comida no estômago. Em seguida, se dirige para a corrente sanguínea e atravessa a barreira hematoencefálica, ou seja, entra no cérebro. Por fim, chega ao hipotálamo e ativa os sinais que indicam que algum alimento deve ser ingerido.

Existem vários fatores que aumentam a produção de grelina, além da falta de ingestão de alimentos. São os seguintes:

  • Privação de sono. Quando você não dorme há muito tempo, há um aumento da secreção desse hormônio. O corpo tende a compensar a falta de sono com o aumento da ingestão de alimentos.
  • Estresse. A grelina costuma atuar em associação com outros hormônios, como o cortisol, o chamado “hormônio do estresse”. Em estados de angústia, você pode sentir um apetite elevado.
  • Estilo de vida sedentário. A falta de exercício faz com que seus níveis aumentem.
  • Menopausa. Com a diminuição do estrogênio e da progesterona, há um maior estresse e menor controle da ingestão alimentar devido ao aumento dos níveis desse hormônio.
  • Idade. Se uma rotina de exercícios físicos for mantida, o nível de grelina permanece estável. Caso contrário, ele tende a aumentar com o tempo.
  • Sexo. A pesquisa indica que o nível desse hormônio tende a aumentar mais nas mulheres.

A grelina se apresenta em pequenas quantidades em pessoas com obesidade mórbida, hipogonadismo, acromegalia e envelhecimento. Por outro lado, ocorre em níveis elevados em pessoas com anorexia, desnutrição e caquexia.

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Aspectos a considerar

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Esse hormônio demonstrou atuar em várias estruturas do sistema nervoso central, como a amígdala, o hipocampo e o núcleo dorsal da rafe. Todas essas áreas estão relacionadas à ingestão de alimentos, e também à ansiedade e à memória. Na verdade, foi evidenciado que níveis elevados desse hormônio melhoram a memória.

Atualmente, várias pesquisas estão sendo realizadas a respeito da grelina. Antes da sua descoberta, os avanços no estudo da obesidade eram muito limitados. Com a ampliação do conhecimento da grelina, um amplo horizonte se abriu para o tratamento da obesidade mórbida, doença que causa milhares de mortes em todo o mundo.

As indústrias farmacêuticas estão empenhadas em desenvolver um antagonista do receptor de grelina. O mais promissor dos estudos é o de imunização do organismo contra a grelina. Uma vacina antigrelina vem sendo testada na Suíça desde 2005, mas ainda não foi totalmente eficaz.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


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