O que você deve saber sobre a vaginose bacteriana
Revisado e aprovado por o médico José Gerardo Rosciano Paganelli
A vagina saudável tem bactérias. A vaginose bacteriana ocorre quando há um desequilíbrio ou alteração nos diferentes tipos de bactérias que estão na vagina.
De maneira normal, os lactobacilos saudáveis são as bactérias que dominam na vagina, mas se a vaginose bacteriana se desenvolve aparecem outras bactérias não desejadas, estas fazem com que os lactobacilos cresçam de forma excessiva.
Este supercrescimento causa sintomas vaginais incômodos como um fluxo vaginal anormal de cor banca, cinza ou amarelada, além de um odor desagradável muito forte.
Sofrer de vaginose bacteriana é para a mulher uma condição muito incômoda.
A vaginose bacteriana é uma condição vaginal muito ampla e não é considerada uma doença venérea o de transmissão sexual, que geralmente se apresenta em mulheres de idade fértil. É mais frequente nas jovens.
Porém, as mulheres jovens que nunca tiveram uma relação sexual podem desenvolver a vaginose bacteriana.
Esta é uma infecção que se associa muitas vezes com a gravidez. As mulheres grávidas podem contrair vaginose bacteriana.
Quando isso acontece existe mais probabilidade de que os bebês nasçam precoces ou abaixo do peso. Neste último caso significa que o bebê, ao nascer, pesa menos do que 2,5 kg.
Causas
A bactéria chamada Gardnerella vaginalis é a bactéria mais comum na vagina. Regularmente, a vagina aloja muitas bactérias boas e saudáveis junto com uma quantidade limitada de outras potencialmente daninhas.
Este equilíbrio se altera por fatores como:
- Duchas vaginais
- Desodorantes vaginais
- Uso de produtos irritantes
- Parceiro sexual novo ou muitos parceiros sexuais
- Hábito de fumar
- Uso de produtos de higiene íntima de forma indiscriminada
- Uso de dispositivos intrauterinos (DIU) para o controle da natalidade
- Roupa íntima justa
- Não se lavar adequadamente depois de ter relações sexuais
- Falta de higiene
- Doença de transmissão sexual
- Alteração do pH íntimo
Também deve ter presente que
- Se você fizer sua higiene vaginal de forma excessiva, pode matar a flora vaginal, e isso faz com que a vagina fique vulnerável aos vírus e comece o problema do cheiro não desejado.
- Não pode contrair uma vaginose bacteriana ao entrar em contato com lençóis, assentos de vasos, toalhas ou a água das piscinas.
Quer saber mais? Estas são as causas, sintomas e tratamento da candidíase vaginal
Sintomas da vaginose bacteriana
A vaginose bacteriana nem sempre apresenta sintomas, por isso, há pessoas que não se interam de que estão com ela. Muitas vezes os sintomas vão e vêm ou são tão leves que você não percebe.
Estes são os dois sintomas mais comuns da vaginose bacteriana:
1. Fluxo vaginal esbranquiçado ou acinzentado
Quando você tem vaginose bacteriana, pode ter um fluxo vaginal de cor branca ou acinzentada. Também, o fluxo se apresenta com uma descarga muito forte ou simplesmente como um gotejamento pequeno.
2. Mau cheiro vaginal
É frequente que o fluxo vaginal tenha um odor desagradável de peixe. Na maioria dos casos este odor é quase imperceptível, mas ocorrem casos em que o cheiro é forte, principalmente depois de ter relações sexuais.
Outros sintomas
- Ardor quando se urina.
- Coceira vaginal.
- Inflamação.
Prevenção da vaginose bacteriana
Nem sempre é possível prevenir a vaginose bacteriana. Mas os seguintes fatores permitem reduzir as probabilidades de contraí-la:
- Dieta adequada e a adoção de um estilo de vida saudável.
- Para de fumar.
- Se abster de manter relações sexuais.
- Eliminar as duchas vaginais.
- Reduzir o número de parceiros sexuais.
- Usar camisinha durante as relações sexuais.
- Evitar banhos de espuma, aerossóis de higiene feminina e perfumes para a região.
- Se limpar de frente para trás depois de urinar para evitar o contato com o reto.
- Não fazer duchas vaginais.
Exames para diagnosticar a vaginose bacteriana
O exame mais comum para diagnosticar a vaginose bacteriana é a análise de uma amostra de secreção cervical ou vaginal no laboratório. Isto permite identificar o supercresimento típico das populações de bactérias especialmente da Gardnerella vaginalis.
Existem outros exames que te indicam as causas exatas e assim confirmam o diagnóstico. Um destes exames inclui a análise do nível de acidez da vagina, já que as flutuações do pH vaginal podem alterar o equilíbrio bacteriano e causar a vaginose bacteriana.
Tratamento
Ele é dirigido para que os sintomas sejam aliviados. A forma mais comum de trata-la é com antibióticos. Para muitas mulheres este é um tratamento efetivo, mas pode causar efeitos.
Outro tratamento comum é o uso de produtos de cuidado pessoal. A maioria destes produtos restaura o nível do pH vaginal. Sempre se assegure de usar um produto natural que trate a vaginose bacteriana e que por sua vez restaure a flora vaginal ajudando a prevenir futuras infecções.
Conselhos úteis para prevenir ou evitar uma recorrência de vaginose bacteriana
- A vagina tem um mecanismo natural de limpeza, não é necessário introduzir água e sabonete nela cada vez que se limpe.
- Lavar a área vaginal com água e com um sabonete suave uma vez por dia é o suficiente.
- Deve-se evitar o uso excessivo de sabonetes, óleos aromáticos, bolhas, antissépticos e outras substâncias químicas enquanto tomamos banho.
- Evitar o uso de detergentes fortes para a lavagem da roupa íntima.
Tratamentos naturais da vaginose bacteriana
Os tratamentos com produtos naturais proporcionam, em muitos casos, o melhor recurso para tratar a vaginose bacteriana. Além disso, não têm efeitos secundários e os custos são menores do que os tratamentos químicos.
1. Vinagre de sidra de maçã
Por possuir propriedades antibacterianas, combate a vaginose bacteriana, aumenta o nível de acidez da vagina; isso faz com que as bactérias patógenas morram e que o equilíbrio se restaure no nível de pH.
Ingredientes
- 2 xícaras (500 ml) de vinagre de maçã
- Água (595 litros/uma banheira se possível)
Preparo
- Adicione o vinagre de maçã na água da banheira.
- Mergulhe na banheira por 20 minutos.
- Com uma toalha, seque sua área vaginal dando tapinhas suaves.
- Repita este procedimento uma vez por dia até que sinta melhora.
2. Iogurte natural
É rico em probióticos, e eles agem sobre as bactérias daninhas.
Ingredientes
- Iogurte natural
- Algodão
Preparo
- Com um algodão, aplique o iogurte sobre a área infectada.
- Deixe-o agir durante 30 minutos.
- Faça este procedimento 3 vezes ao dia para obter melhores resultados.
- Com um algodão, aplique o iogurte sobre a área infectada.
- Deixe-o agir durante 30 minutos.
- Enxague
- Faça este procedimento 3 vezes ao dia para obter resultados melhores.
Veja também: Como fazer um iogurte natural em casa facilmente?
3. Óleo de árvore do chá
Por suas propriedades antibacterianas é ideal para tratar, obviamente, bactérias. Além disso, seu aroma ajuda a neutralizar o mau cheiro causado pela secreção vaginal.
Ingredientes
- 5 gotas (1/4 ml) de óleo de árvore do chá
- 1 xícara (250 ml) de água morna
Procedimento
- Em uma xícara, misture as gotas de árvore do chá com a água morna.
- Com a mistura, enxague a área vaginal.
- Repita este processo todos os dias durante 3 ou 4 semanas.
4. Óleo de coco
O óleo de coco tem propriedades antibacterianas eficazes. Sua virtude provém dos ácidos graxos que contém.
Ingredientes
- 5 gotas de óleo de coco
- 1 absorvente interno
Preparo
- Molhe um absorvente interno no óleo de coco.
- Insira-o em sua vagina durante 2 horas.
- Enxague a área quando tiver terminado.
- Repita o procedimento uma vez ao dia.
Você também pode adicionar óleo de coco em sua alimentação diária para dar um impulso bacteriano ao seu sistema imunológico.
5. Óleo de orégano
O óleo de orégano pode ser usado para enfrentar os germes (bactérias) que causam a vaginose bacteriana. É um dos melhores antibióticos naturais. Estudos sobre o óleo de orégano mostram que é eficaz contra a maioria das cepas de bactérias.
Ingredientes
- 2 – 3 gotas de óleo de orégano (0.20 ml)
- 1 colher de sopa de óleo de coco (15 ml)
Procedimento
- Misture o óleo de orégano com uma colher de óleo de coco.
- Aplique este remédio na vagina.
- Deixe-o durante 2 horas.
- Repita o processo até ver melhoria nos sintomas da infecção bacteriana vaginal.
A vaginose bacteriana pode originar certos problemas de saúde graves tais como:
- Maior probabilidade de contrair o HIV quando tiver relações sexuais com uma pessoa infectada por este vírus.
- Se você tem HIV há mais possibilidade de transmiti-lo ao seu parceiro sexual.
- Existe maior risco de contrair uma DST como a vaginose e a clamídia. Estas bactérias podem causar a doença inflamatória pélvica (EIP), esta influencia para que seja mais difícil ou impossível ter filhos.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Romero Herrero, D., & Andreu Domingo, A. (2016). Vaginosis bacteriana. Enfermedades Infecciosas y Microbiologia Clinica. https://doi.org/10.1016/S0213-005X(16)30214-2
- Gonzalez-Pedraza Aviles, A., Mota Vázquez, R., Ortiz Zaragoza, C., & Ponce Rosas, R. E. (2004). Factores de riesgo asociados a vaginosis bacteriana. Atencion Primaria. https://doi.org/10.1157/13067772
- Maria, T., Pinto, S., Claro Neves, A. C., Vieira, M., Leão, P., Olavo, A., … Jorge, A. O. C. (2008). Vinegar as an antimicrobial agent for control of Candida spp. in complete denture wearers. Journal of Applied Oral Science : Revista FOB. https://doi.org/10.1590/S1678-77572008000600006
- Huertas, R. A. P. (2013). Yogur en la salud humana. Revista Lasallista de Investigacion. https://doi.org/10.1021/jf301903t
- Larson, D., & Jacob, S. E. (2012). Tea tree oil. Dermatitis. https://doi.org/10.1097/DER.0b013e31823e202d
- Gracia-Valenzuela, M. H., Orozco-Medina, C., & Molina-Maldonado, C. (2012). Efecto antibacteriano del aceite esencial de orégano (Lippia berlandieri) en bacterias patógenas de camarón Litopenaeus vannamei. Hidrobiologica. https://doi.org/10.1016/j.ijfoodmicro.2004.03.022
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.