A depressão pode afetar o cérebro fisicamente?
Revisado e aprovado por o psicólogo Bernardo Peña
Embora pareça que a depressão é uma condição claramente emocional, que altera somente o estado de ânimo e os sentimentos, aqueles que sofrem com ela também podem sofrer mudanças físicas e químicas no cérebro que podem afetar não apenas a saúde mental, mas também o resto do organismo.
Este é um problema global mais generalizado do que se pensa. Segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de 300 milhões de pessoas sofrem de depressão no mundo. Uma média de 800 mil pessoas se suicidam por ano devido à depressão. Além disso, essa condição é a principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos.
A depressão não é uma mudança emocional passageira. As alterações que produz no cérebro fazem com que seja algo difícil de controlar para quem dela sofre. Por essa razão, é importante reconhecê-la e tratá-la com um especialista, em vez de pensar que é um mau momento que vai desaparecer por conta própria.
Como a depressão pode afetar o cérebro fisicamente??
Três partes do cérebro são diretamente afetadas pela depressão: o hipocampo, a amígdala cerebral e o córtex pré-frontal. A seguir, vamos analisá-las mais detalhadamente.
1. Encolhimento do hipocampo
O hipocampo está na região central do cérebro. Ele é responsável por armazenar a memória e regular a produção de cortisol, conhecido como o hormônio do estresse e da felicidade.
Quando sofremos de estresse físico ou mental, incluindo o estresse por depressão, o corpo libera cortisol para tentar minimizar os efeitos do estresse. No entanto, quando os níveis de cortisol estão muito altos, ocorre um desequilíbrio químico. Consequentemente, a produção de neurônios diminui e o hipocampo encolhe.
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2. Encolhimento do córtex pré-frontal
Localizado na parte anterior do cérebro, o córtex pré-frontal é responsável por regular as emoções e criar memórias. O córtex pré-frontal também pode encolher devido ao excesso de cortisol. Acredita-se que a falta de empatia na depressão pós-parto seja desencadeada por esse motivo.
3. A depressão pode afetar o cérebro fisicamente provocando inflamação da amígdala cerebral
A amígdala cerebral está localizada no lobo temporal, na parte central inferior do cérebro. Sua função é regular emoções como o prazer, a felicidade, o medo, entre outras.
O excesso de cortisol também a afeta ao inflamá-la e deixá-la mais ativa, o que causa dificuldade para dormir e, também, padrões anormais de comportamento. Além disso, ao estar mais ativa faz com que outras partes do organismo liberem mais hormônios do que o normal e originem outras complicações de saúde.
4. Falta de oxigenação
Além das alterações diretas que a depressão produz no cérebro, outras mudanças afetam indiretamente a função cerebral. Há estudos que demonstram que o corpo recebe menos oxigênio nos períodos de depressão. Não se sabe se isso se deve a mudanças nos padrões de respiração ou a outra razão.
As células do corpo em geral são afetadas pela redução de oxigênio. Em particular, as células do cérebro podem sofrer danos ou morrer.
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Quais efeitos essas mudanças provocam na saúde?
Essas alterações do cérebro não ocorrem imediatamente. Na verdade, elas são produto da ação continuada da depressão. Os estudos sugerem que a redução do hipotálamo e do córtex pré-frontal leva entre 8 e 10 meses para se manifestar.
O doutor Thomas Frodl, pesquisador do hospital de Magdeburg, na Alemanha, realizou um acompanhamento durante três anos com pacientes que tinham depressão a fim de comprovar que com o passar do tempo as alterações físicas no cérebro são crescentes.
Algumas das consequências que as mudanças físicas e químicas que a depressão produz no cérebro são as seguintes:
- Primeiramente, perda de memória.
- Também, diminuição do funcionamento dos neurotransmissores.
- Além disso, estagnação do desenvolvimento cerebral.
- Ademais, diminuição da capacidade de aprendizagem.
- Por outro lado, problemas cognitivos.
- Também, problemas de concentração.
- Além disso, mudanças no estado de ânimo.
- Ademais, falta de empatia com os outros.
- Dificuldade para dormir.
- Finalmente, fadiga.
Como tratar os efeitos da depressão no cérebro?
Os estudos científicos sugerem que o desequilíbrio químico produzido pelo excesso de cortisol e por outros químicos do organismo é a principal causa das alterações emocionais e das mudanças físicas do cérebro.
Por essa razão, os tratamentos são direcionados a regular a produção de hormônios como o cortisol e a serotonina, seja com medicamentos inibidores ou com terapia.
As pesquisas revelam que a psicoterapia ajuda a modificar a estrutura do cérebro e a combater os sintomas da depressão. É por isso que é necessário procurar ajuda profissional quando há suspeitas de sofrer de depressão.
Além disso, também há outras ações que uma pessoa com depressão pode fazer por conta própria para ajudar a melhorar sua atividade cerebral e combater a depressão.
- Em primeiro lugar, controlar o estresse.
- Além disso, fazer exercício.
- Também, comer de maneira saudável.
- Ademais, dormir bem.
- Finalmente evitar o álcool e as drogas.
Em suma, a depressão é um transtorno que vai mais além das mudanças no estado de ânimo. Embora não se perceba à primeira vista, a depressão pode afetar o cérebro fisicamente e pode interferir no bem-estar geral.
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