Usos medicinais da capuchinha: benefícios e contraindicações

A capuchinha é usada como adjuvante contra infecções renais e respiratórias. Funciona? Existe evidência? Descubra!
Usos medicinais da capuchinha: benefícios e contraindicações
Franciele Rohor de Souza

Revisado e aprovado por a farmacêutica Franciele Rohor de Souza.

Última atualização: 23 agosto, 2022

A capuchinha, com o nome científico de Tropaeolum majus, é uma planta que cresce como uma videira em parques e jardins na América do Sul e na Europa. Embora ornamental, possui uma longa história de uso medicinal.

Em particular, acredita-se que suas propriedades fortalecem o sistema imunológico e ajudam a criar uma barreira contra vários tipos de infecções. No entanto, os estudos que corroboram esses efeitos ainda são limitados. Por isso, deve ser usada com sabedoria e moderação. Quer saber mais sobre suas aplicações?

Principais usos e benefícios da capuchinha

Conforme afirmado em uma revisão publicada em 2018, a capuchinha é uma planta com inúmeros benefícios medicinais. Sua alta concentração de vitamina C, polifenóis e antocianinas a tornam um ingrediente com potencial para melhorar a saúde.

Para ser mais preciso, as seguintes propriedades são atribuídas a ela:

  • Antimicrobiana.
  • Antifúngica.
  • Hipotensiva.
  • Expectorantes.
  • Antitumoral.

Entre outras coisas, é utilizada como elemento decorativo devido às suas flores marcantes. Mesmo tendo em conta o seu teor de nutrientes e sabor suave, também são utilizadas para fins culinários.

Em qualquer caso, a planta é popular por seus benefícios para a saúde e usos cosméticos.

Digestão

A literatura popular sugere que as folhas frescas e os botões de flores da capuchinha estimulam a produção de sucos gástricos para abrir o apetite em pessoas com inapetência. No entanto, não há evidências científicas sobre esses efeitos. Ao contrário, note-se que a planta contém isotiocianato de benzila, uma substância que em altas doses pode ser um irritante digestivo.

Mulher com falta de apetite.
Essa planta tem referências anedóticas sobre sua capacidade de estimular o apetite.

Infecções urinárias

Embora não seja um tratamento de primeira linha para infecções do trato urinário, acredita-se que o extrato de capuchinha atue como um adjuvante na presença de infecções do trato urinário. Em primeiro lugar, conforme detalhado em um estudo com ratos divulgado no Journal of Ethnopharmacology, esta planta tem um efeito diurético que ajuda a estimular a excreção urinária.

Devido a esse efeito, promove-se a limpeza do trato urinário e a eliminação de patógenos. Além disso, compostos com ação antimicrobiana, como o glucosinolato de glucotropeolina, também foram encontrados em suas folhas, que auxiliam na inibição do crescimento de bactérias.

Infecções respiratórias

Devido ao seu conteúdo em vitamina C e outras substâncias antioxidantes, a capuchinha possui efeitos imunomoduladores que favorecem o alívio de infecções respiratórias. As evidências até sugerem que tem efeitos anti-inflamatórios decisivos para esse alívio.

No entanto, os estudos até o momento são limitados e inconclusivos. Apesar disso, as infusões da planta desidratada são utilizadas como complemento em casos de gripe, constipação, bronquite e tosse.

Hipertensão arterial

Um estudo compartilhado no Journal of Ethnopharmacology sugere que os efeitos hipotensivos da capuchinha se devem ao seu conteúdo de flavonóides. Da mesma forma, está associado à sua capacidade diurética, pois reduz o volume sanguíneo e a tensão nas paredes arteriais. Mas são necessárias mais pesquisas.

Infecções orais

Um estudo recente publicado na BMC Complementary Medicine and Therapies afirma que a capuchinha tem compostos antibióticos que são benéficos contra patógenos que causam infecções orais, como gengivite e periodontite. Além disso, pode prevenir a formação de biofilmes orais.

Cabelo

A infusão desta erva é um remédio popular para estimular o crescimento saudável do cabelo. Acredita-se que seus nutrientes protegem o folículo piloso e, aliás, ajudam a reduzir a queda excessiva de cabelo. No entanto, por enquanto não há evidências.

Efeitos colaterais e contra-indicações da capuchinha

Coincidindo com um artigo da empresa americana WebMD , o consumo oral de capuchinha é considerado “possivelmente seguro”, desde que em quantidades moderadas. Geralmente é usado em combinação com outros ingredientes, como rábano picante.

No entanto, em alguns pacientes, pode causar dores de estômago e problemas renais. Por isso, deve ser evitada nas seguintes situações:

A gastrite contra-indica a chagas.
Pessoas com gastrite e úlceras estomacais devem evitar essa planta, que estimula o aumento da produção de ácido clorídrico.

Como preparar uma infusão de capuchinha?

Em geral, essa planta é consumida em infusão ou em extratos comerciais. Para preparar a primeira opção, basta comprar a planta desidratada e picada.

Ingredientes

  • 1 colher de chá de capuchinha seca (5 g).
  • 1 xícara de água (250 ml).

Preparação e consumo

  1. Adicione a capuchinha seca a uma xícara de água fervente.
  2. Deixe descansar por 10 minutos e filtre.
  3. Consumir até 2 xícaras por dia por 3-4 dias.

Observação : se quiser usar a infusão como tratamento capilar, use uma concentração maior de capuchinha (20 g).

O que devemos lembrar sobre a capuchinha?

Como outras plantas, a capuchinha é popular na medicina alternativa por suas propriedades antimicrobianas e anti-inflamatórias. Elas parecem ser úteis no tratamento de vários tipos de infecções.

No entanto, a evidência permanece limitada e não é um remédio de primeira linha. É necessário consultar o médico ou o fitoterapeuta antes de iniciar o seu consumo.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Jakubczyk K, Janda K, Watychowicz K, Łukasiak J, Wolska J. Garden nasturtium (Tropaeolum majus L.) – a source of mineral elements and bioactive compounds. Rocz Panstw Zakl Hig. 2018;69(2):119-126.
  • Gasparotto A Jr, Boffo MA, Lourenço EL, Stefanello ME, Kassuya CA, Marques MC. Natriuretic and diuretic effects of Tropaeolum majus (Tropaeolaceae) in rats. J Ethnopharmacol. 2009;122(3):517-522. doi:10.1016/j.jep.2009.01.021
  • Kleinwächter M, Schnug E, Selmar D. The glucosinolate-myrosinase system in nasturtium (Tropaeolum majus L.): variability of biochemical parameters and screening for clones feasible for pharmaceutical utilization. J Agric Food Chem. 2008;56(23):11165-11170. doi:10.1021/jf802053n
  • Tran HT, Márton MR, Herz C, et al. Nasturtium (Indian cress, Tropaeolum majus nanum) dually blocks the COX and LOX pathway in primary human immune cells. Phytomedicine. 2016;23(6):611-620. doi:10.1016/j.phymed.2016.02.025
  • Gasparotto Junior A, Gasparotto FM, Lourenço EL, et al. Antihypertensive effects of isoquercitrin and extracts from Tropaeolum majus L.: evidence for the inhibition of angiotensin converting enzyme. J Ethnopharmacol. 2011;134(2):363-372. doi:10.1016/j.jep.2010.12.026
  • Eichel V, Schüller A, Biehler K, Al-Ahmad A, Frank U. Antimicrobial effects of mustard oil-containing plants against oral pathogens: an in vitro study. BMC Complement Med Ther. 2020;20(1):156. Published 2020 May 24. doi:10.1186/s12906-020-02953-0

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.