Quais são as consequências de comer fruta oxidada?
Escrito e verificado por nutricionista Saúl Sánchez Arias
Existe um grupo amplo de frutas que se oxidam com rapidez quando entram em contato com o ar. Esta oxidação não quer dizer que o alimento deixou de ser apto para o consumo, mas sim que acontecem certas mudanças que devem ser levadas em consideração. Veja o que implica comer fruta oxidada.
Existem mudanças organolépticas e mudanças também na composição nutricional que podem afetar a qualidade do produto ou sua função. Desse modo, é necessário tentar evitar a oxidação das frutas.
A primeira consequência da oxidação é o aparecimento dos radicais livres. Isso pode estar relacionado com uma piora da saúde humana, por isso que seu consumo deve ser limitado. Ainda que não haja evidência clara de que o consumo de frutas oxidadas seja um fator de risco para o desenvolvimento de determinadas doenças, é melhor evitar consumir alimentos neste estado.
Além disso, cabe destacar que a oxidação é uma reação em cadeia. Uma vez iniciada, continua acelerando até a oxidação completa de todas as substâncias susceptíveis. As frutas com mais tendência à oxidação são as maçãs e os abacates.
Fenóis na fruta oxidada
O contato com o oxigênio gera uma redução dos níveis de compostos fenólicos da fruta. Estes apresentam uma capacidade antioxidante e de redução dos radicais livres. Portanto, a primeira consequência de comer fruta oxidada é que os benefícios fornecidos são menores.
Os próprios compostos fenólicos entram em contato com a enzima polifenol oxidase ao cortarmos a fruta. Nesse momento, começa o processo de oxidação que ocasiona o aparecimento da pigmentação marrom na polpa.
Nesse sentido, é bom considerar que os radicais livres causam graves efeitos celulares e têm um papel importante nas doenças degenerativas. Por isso, é importante manter um elevado consumo de antioxidantes, para prevenir o dano oxidativo.
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Vitaminas na fruta oxidada
Por outro lado, é produzida também a oxidação das vitaminas. No caso da vitamina C, a oxidação transforma a molécula na forma inativa. Este processo anula sua efetividade nos processos relacionados com a saúde humana.
Desse modo, conclui-se que a oxidação das frutas reduz notavelmente muitas de suas características benéficas. A perda da funcionalidade das vitaminas é uma das mais importantes, além de sua capacidade antioxidante.
Como evitar a oxidação?
As frutas que contêm ácido cítrico não se oxidam. Portanto, aplicar suco de limão nos pedaços de uma fruta susceptível à oxidação, reduzirá e atrasará este processo.
Por outro lado, existe a possibilidade de evitar o contato das frutas com o oxigênio. A embalagem a vácuo ou em bolsas de plástico previnem o processo da oxidação de maneira muito eficiente.
Na indústria, normalmente os alimentos são introduzidos em atmosferas modificadas com menor quantidade de oxigênio para atrasar a oxidação e aumentar a vida útil do produto. Além disso, a refrigeração deixa o processo mais lento. Desse modo, guardar a fruta na geladeira é uma excelente opção para prevenir a oxidação.
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Outra opção é cozinhar
A oxidação é um processo que pode ser prevenido com o tratamento térmico. Dessa forma, são destruídas as enzimas que causam este resultado. Portanto, o cozimento das frutas e, inclusive, as receitas feitas com elas impedem que estas sofram uma oxidação e deteriorem sua qualidade nutricional.
Desse modo, por exemplo, é muito comum que aconteça oxidação em uma maçã crua. No entanto, quando esta maçã é submetida a um processo térmico no forno, aguenta muito mais tempo sem sofrer estragos em sua polpa.
Conclusão
Comer fruta oxidada não apresenta um risco para a saúde humana, em princípio. De todos os modos, são reduzidas as propriedades benéficas que fruta traz para a saúde.
Por isso, é imprescindível aplicar bons métodos de conservação para atrasar este processo. Tanto o frio, o suco de cítricos e a embalagem a vácuo são opções corretas na hora de evitar a oxidação.
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