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Primeiro amor das crianças: por que é importante?

5 minutos
O primeiro amor das crianças pode acontecer por volta dos 4 ou 5 anos, e ajudá-las em seu processo de socialização. Neste artigo contaremos o que você precisa saber sobre esse assunto.
Primeiro amor das crianças: por que é importante?
Elena Sanz

Escrito e verificado por a psicóloga Elena Sanz

Última atualização: 23 agosto, 2022

Se você tem uma criança em idade pré-escolar, ela pode chegar em casa um dia contando que está apaixonado por um amiguinho ou colega de sala. Ela pode até dizer que os dois são namorados. Trata-se do primeiro amor das crianças.

Esta notícia pode te pegar de surpresa, assustar ou te fazer sorrir pela fofura da situação. No entanto, o primeiro amor das crianças é mais importante do que você imagina; portanto, é aconselhável saber como agir quando chegar a hora.

Este artigo não faz referência ao primeiro amor adolescente, que os jovens experimentam após a puberdade; aqui trataremos daquele amor infantil, que as crianças de quatro ou cinco anos afirmam sentir por um de seus coleguinhas. Este é um fenômeno generalizado e pelo qual a maioria das crianças passa. Trata-se, de fato, de um marco relevante na socialização delas.

Como é o primeiro amor das crianças?

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O primeiro amor das crianças está longe das convenções do amor adulto.

O primeiro amor das crianças costuma aparecer por volta dos quatro ou cinco anos de idade e, geralmente, é sentido por um colega de escola ou amigo que elas veem com frequência. Ao contrário do que acontece com adolescentes e adultos, o amor nas crianças não tem nenhum tipo de componente sexual, pois surge da sensação de alegria produzida pela outra pessoa.

Quando uma criança gosta de passar tempo com outra, brincar com ela, e quando ambas compartilham gostos e se divertem juntas, elas pode acabar definindo isso como amor; no entanto, na realidade, trata-se simplesmente alguém cuja companhia é especialmente agradável. Além disso, geralmente esse amor não se manifestará além de uma brincadeira, aperto de mãos ou beijo inocente.

Apesar disso, esse primeiro amor tem uma grande importância no processo de socialização; ele indica que a criança está desenvolvendo habilidades sociais, aprendendo a se conectar e começando a entender o mundo ao seu redor.

De onde surgem esses primeiros amores?

Embora possa ser surpreendente que uma criança tão pequena afirme estar apaixonada ou ter um “namorado” ou “namorada”, isso faz sentido à luz do estágio de desenvolvimento pelo qual ela está passando. Até este momento, seu mundo social e afetivo se reduzia basicamente ao núcleo familiar; no entanto, quando elas começam a frequentar a escola, esse círculo se torna mais amplo.

Assim, se a criança afirma estar apaixonada, isso indica que ela está avançando em seu processo de socialização e está adicionando novas pessoas importantes à sua vida. Por outro lado, nesta fase elas se descobrem como menino ou menina e começam a sentir interesse ou curiosidade por outras pessoas.

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Além disso, a infância é uma fase de exploração e brincadeira; através dessas duas atividades as crianças imitam os adultos e praticam muitas habilidades. Em casa, elas observam a relação entre seus pais e outros tipos de vínculos românticos entre seus tios, avós ou primos e irmãos mais velhos. Assim, elas moldam sua própria ideia de casal e namoro, podendo reproduzi-la com seus colegas.

Muitas vezes os adultos até favorecem isso perguntando aos pequenos se eles já têm namorado ou namorada, ou se aquele amiguinho especial é algo a mais. Dessa forma, os primeiros amores das crianças constituem uma espécie de brincadeira simbólica que contribui para o aprendizado das relações humanas.

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Como agir diante do primeiro amor das crianças?

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Acompanhe seu filho em seu primeiro amor, ouvindo, orientando e, acima de tudo, amando-o.

O primeiro amor é importante para as crianças, e a reação dos pais pode marcá-las de forma positiva ou negativa. Assim, a seguir oferecemos algumas recomendações para agir quando chegar o momento:

Aja com calma e naturalidade

Se seu filho chegar dizendo que está apaixonado, fique calmo e tente não se alarmar ou ficar chocado. Lembre-se que essa é uma fase normal do desenvolvimento, e que para as crianças o amor não tem as mesmas conotações que para um adulto. Trate o assunto com naturalidade.

Permita e incentive a expressão emocional

Embora possa ser engraçado ou fofo, para seu filho esse é um sentimento importante que ele decidiu compartilhar com você. Por isso, não o menospreze ou subestime; pelo contrário, peça para saber mais, permita que a criança expresse como se sente e explique o que ele (ou ela) entende por amor.

Lembre-se também de que, ao te contar, a criança está oferecendo um sinal de confiança, e é essencial não traí-la. Por isso, não discuta o assunto com outras pessoas sem a permissão do seu filho, pois ele pode se sentir humilhado ou ridicularizado.

Não interfira

Ao lidar com crianças tão pequenas, você pode ficar tentado a intervir, seja em uma direção ou em outra. Alguns pais e mães vão tentar fazer a criança parar de dizer que está apaixonada, corrigi-la ou até mesmo impedi-la de passar tempo com a outra, enquanto outros podem se envolver excessivamente para encorajar o namoro infantil.

Em nenhum dos casos se trata de uma atitude apropriada. O ideal é permitir que a criança explore, viva e experimente sem interferir no desenvolvimento dessa suposta paixão. O papel dos pais deve ser simplesmente de orientação e apoio.

Aproveite para comentar alguns aspectos importantes

Esse primeiro namoro pode ser a oportunidade para ter uma conversa sobre alguns aspectos importantes, como o consentimento. Você pode explicar ao seu filho que ele não deve forçar ninguém a lhe mostrar afeto, assim como não precisa fazer nada que não quiser.

Além disso, você pode falar sobre as manifestações do amor que correspondem a cada etapa para esclarecer que certos comportamentos que ele pode ver nos seus pais, tios ou irmãos mais velhos não são apropriados para crianças.

Acompanhe com empatia o primeiro amor das crianças

Em suma, o primeiro amor das crianças não é motivo para preocupação, mas também não deve ser menosprezado. Sua tarefa será acompanhar seu filho neste processo (que pode durar apenas alguns dias) e ajudá-lo a entender e administrar suas emoções.

Concluindo, não ria da confissão de amor do seu filho, permita que ele compartilhe seus sentimentos com você e apoie se essa “paixão” (ou seu fim) acabar afetando-o de forma negativa.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Amaya Aguirre, G. (2015). ¿ Existe el amor entre niños y niñas que tienen cuatro y cinco años de edad? (Doctoral dissertation, Universidad Autónoma de la Ciudad de México: Colegio de Ciencias y Humanidades: Licenciatura en Promoción de la Salud).
  • Villalobos Guevara, A. M. (1999). Desarrollo psicosexual. Adolescencia y salud1(1), 73-79. Disponible en: https://www.scielo.sa.cr/scielo.php?pid=S1409-41851999000100011&script=sci_arttext

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