Perdas de memória: o que é normal?

As perdas de memória são de vários tipos. Algumas se devem ao processo normal de envelhecimento, enquanto que outras dependem de algum fator específico e somente nos casos mais graves obedecem a problemas de saúde irreversíveis.
Perdas de memória: o que é normal?

Escrito por Edith Sánchez

Última atualização: 09 agosto, 2022

As perdas de memória ocasionais são normais, mas também causam preocupação em muitas pessoas, especialmente se têm idades avançadas. No entanto, na maioria dos casos não há razão para se angustiar, já que se tratam de situações completamente manejáveis ou tratáveis.

Muitos de nós já nos perguntamos o que é normal e o que não é em termos de perdas de memória. Não é fácil estabelecê-lo, já que às vezes esquecemos as coisas frequentemente e não necessariamente se deve a um problema como o Mal de Alzheimer, mas sim a um excesso de estresse ou a outros fatores passageiros.

Em outras ocasiões, esses esquecimentos nos indicam o começo de um deterioramento cognitivo que pode ou não preceder a doença de Alzheimer. Por isso, para tirar as dúvidas, o melhor é se informar sobre o tema e consultar o médico. Veja a questão mais detalhadamente a seguir.

Perdas de memória pela idade

Idoso com perda de memória

A partir dos 20 anos todos começamos a perder células cerebrais e esta perda aumenta com a idade. Além disso, nosso organismo paulatinamente reduz a formação de diversas substâncias químicas que são necessárias para que os neurônios funcionem adequadamente.

Todas essas mudanças fazem com que o cérebro mude a maneira de armazenar informação na memória. À medida que envelhecemos são mais comuns os esquecimentos e também se reduz a capacidade de aprender coisas novas. Isso não é sinal de nenhum problema sério de saúde.

Essas mudanças de memória estão relacionadas com assuntos pontuais, geralmente de pouca importância. Esquecemos onde estão os óculos ou quais são os compromissos da manhã. No entanto, a característica desses esquecimentos é que ocorrem em pessoas idosas e não afetam a capacidade de trabalhar, de levar uma vida social e de viver de forma independente. 

Perdas de memória reversíveis

Algumas vezes as perdas de memória se relacionam com problemas de saúde mais sérios, mas que são tratáveis e reversíveis. Existem fatores que geram uma dificuldade frequente para lembrar, mas não supõem um processo de perda definitiva da memória. Entre esses fatores estão, por exemplo:

  • Doenças cerebrais, como um tumor ou infecção.
  • Problema de tireoide.
  • Lesões ou traumatismos na cabeça.
  • Febre alta ou desidratação.
  • Consumo de álcool ou sequelas do alcoolismo.
  • Reação a um medicamento.
  • Deficiência de vitamina B12.
  • Desnutrição.

Em todos estes casos, o indicado é procurar um médico para que este determine os passos a serem seguidos. Por outro lado, também é frequente que as perdas de memória estejam relacionadas com um estado emocional de estresse, luto, ansiedade ou outros problemas emocionais. Nesse caso, um psicólogo ajuda significativamente.

Perdas de memória irreversíveis

Homem tentando se lembrar de algo

A dificuldade para lembrar também pode ser um sinal de deterioramento cognitivo leve, doença de Alzheimer, assim como outra demência relacionada. As pessoas com deterioramento cognitivo leve do tipo amnésico têm mais problemas de memória que o normal, mas não tão severos como para impedi-los de levar uma vida independente.

Ademais, suspeita-se desse tipo de deterioramento quando deixam de lembrar eventos importantes com frequência, bem como há dificuldade para encontrar as palavras adequadas na hora de se expressar. Somente o médico pode diagnosticar o problema.

Nos casos mais graves, as perdas de memória se devem à doença de Alzheimer ou à demência vascular. Os sintomas desses tipos de demência incluem, por exemplo:

  • Dificuldade generalizada para lembrar as coisas.
  • Perguntar a mesma coisa várias vezes, ou contar a mesma história repetidamente.
  • Perder-se em lugares que são familiares, ou em condições normais que seriam lembradas facilmente.
  • Desorientação em tempo-espaço.
  • Problemas para manejar o dinheiro.
  • Aumento da ansiedade ou agressividade.

Outros dados a serem considerados

Qualquer pessoa que se sinta preocupada com o funcionamento de sua memória deve procurar um médico, para que este determine as possíveis causas e, se for o caso, diagnostique precocemente o problema de saúde subjacente. Além disso, esse diagnóstico precoce costuma melhorar significativamente qualquer prognóstico.

Ademais, os exercícios de memória e os novos aprendizados, por mais que custem ou tomem tempo, são a melhor maneira de prevenir as perdas de memória. O exercício físico regular é uma medida muito aconselhada para preservar a saúde do cérebro.

No momento, não há cura para a doença de Alzheimer, mas sim existem tratamentos para pausar o avanço do problema. Várias pesquisas em curso fazem supor que a cura para este mal possa estar disponível nos próximos 10 anos.


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  • Chetelat, G., & Lalevée, C. (2006). Pérdidas de memoria, normales y patológicas. Mente y cerebro, (17), 23-27.


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