Histamina: síntese, liberação e funções
Revisado e aprovado por o biotecnólogo Alejandro Duarte
A histamina é uma amina biogênica que está envolvida nas respostas locais do sistema imunológico. Essa molécula também regula as funções normais do estômago e atua como um neurotransmissor no sistema nervoso central (SNC). Além disso, fora do SNC, atua como mediadora de inúmeros processos fisiológicos.
Desde a década de 1950, sabe-se que esta molécula está no cérebro, mas até recentemente suas funções eram desconhecidas.
No sistema, a histamina é armazenada principalmente nos mastócitos do tecido conjuntivo e nas células basofílicas do sangue. Essas células são eminentemente secretoras e constituem um sistema que responde a uma ampla variedade de estímulos endógenos e exógenos, por meio de múltiplos mecanismos celulares.
Sob condições normais, a histamina dos mastócitos é armazenada em grânulos secretores contendo uma matriz de heparina e várias proteínas. Juntamente com várias hidrolases, está associada, em grande parte, à matriz por ligações iônicas, mas uma pequena parte pode estar em forma livre.
Mecanismos de liberação
Para que a histamina seja liberada, ela deve atravessar as membranas granular e celular. A liberação pode ser citotóxica, após a ruptura de ambas as membranas, ou exocitótica, por meio da fusão prévia destas, sem deterioração celular.
A histamina é liberada no decorrer de processos fisiológicos, como a secreção do suco gástrico. Porém, sua participação em processos patológicos é muito mais conhecida, quando é liberada de maneira mais ou menos explosiva, como ocorre nas reações inflamatórias e nas reações imediatas de hipersensibilidade.
Existem vários agentes físicos e químicos que causam a liberação de histamina. Entre os físicos estão:
- Calor
- Radiações
- Frio
- Trauma
Quanto ao último, o número e a variedade são extraordinários e elas precisam encontrar moléculas receptoras na membrana com a qual interagem.
Dependendo do tipo de interação, diferentes sequências de etapas serão acionadas, o que invariavelmente acabará aumentando a concentração intracelular de cálcio. Entre esses estímulos, podemos citar, por exemplo:
- Antígenos
- Agentes citotóxicos
- Enzimas
Resposta geral da histamina no corpo humano
Quando a histamina é injetada na circulação geral, pode causar vermelhidão da pele, taquicardia, dor de cabeça latejante e hipotensão. Além disso, esses efeitos são diretamente dependentes da dose, ou seja, aumentando a dose administrada de histamina, os efeitos são potencializados.
Localmente, provoca edema, prurido, urticária e broncoconstrição. Além disso, broncoconstrição contribui com outros mediadores para o choque anafilático. Por outro lado, seu papel na resposta imunológica, na inflamação, na secreção gástrica e na regulação circulatória, entre outras funções que veremos abaixo, é evidente.
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Funções da histamina no corpo
Existem muitas funções que a histamina desempenha em nosso corpo. Entre elas, destacaremos cinco principais.
Processos alérgicos
A histamina é considerada um modulador das respostas imunes humoral e celular, e é a principal mediadora das reações de hipersensibilidade. Se aplicada em grandes doses ou liberada durante a anafilaxia, causa uma intensa diminuição da pressão arterial.
Neurotransmissão
A histamina pode atuar como um neuromodulador, regulando as respostas a outros neurotransmissores. Também interage com acetilcolina, opiáceos, GABA, etc. Além disso, aumenta a excitabilidade dos neurônios do SNC. Regula as funções hipotalâmicas, a relação vigília/sono, regula o apetite e as funções vegetativas.
Regulação cardiovascular
Atua como vasodilatador ao interagir com seus receptores. A liberação de histamina leva a um aumento na permeabilidade capilar, devido aos efeitos nos pequenos vasos, como consequência do fluxo de proteínas e líquidos plasmáticos para os espaços extracelulares.
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Ação no músculo liso extravascular
Esta substância provoca contração dos músculos lisos. As respostas variam muito, mesmo na mesma pessoa; assim, pequenas doses da molécula também desencadeiam broncoconstrição em pessoas com asma brônquica, como vimos anteriormente.
Descarga de suco gástrico
Finalmente, a histamina atua como um poderoso secretagogo gástrico e desencadeia a excreção ácida pelas células parietais. Além disso, também aumenta significativamente a produção de pepsinogênio e fator intrínseco. Portanto, é a mediadora predominante da secreção ácida do estômago, pela estimulação dos receptores H2.
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