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Dieta para combater a dispepsia

4 minutos
A dispepsia é um dos problemas gastrointestinais mais comuns. Por esse motivo, vamos explicar quais alimentos você deve incluir ou eliminar da sua dieta para aliviá-la.
Dieta para combater a dispepsia
Saúl Sánchez Arias

Escrito e verificado por nutricionista Saúl Sánchez Arias

Última atualização: 23 agosto, 2022

Existem vários parâmetros para elaborar uma dieta capaz de combater a dispepsia, um sintoma que causa desconforto na parte superior do abdômen, na região do estômago. Geralmente é provocada por uma infecção por Helicobacter pylori, ou por um refluxo gastroesofágico recorrente.

Hoje, vamos discutir algumas opções alimentares para amenizar esses desconfortos, de forma que você evite as alterações que podem afetar o seu estilo de vida. Siga estes conselhos e, se o problema persistir, considere consultar um médico especialista para obter um diagnóstico preciso das causas.

Elementos importantes em uma dieta para combater a dispepsia

Oferecemos aqui uma lista de alimentos recomendados e proibidos no caso de sofrer de dispepsia. Desta forma, você pode ajustar a sua dieta com o objetivo de reduzir os sintomas.

Alimentos permitidos

Entre os alimentos recomendados para pessoas com dispepsia estão os peixes e as carnes com baixo teor de gordura. Esses produtos fornecem as proteínas necessárias para a reparação dos tecidos. Por sua vez, contêm poucos lipídios, responsáveis ​​por atrasos no esvaziamento gástrico que podem causar desconforto.

A preferência será sempre pelos peixes e carnes brancas, pois apresentam uma melhor digestão. De acordo com uma publicação no Journal of Gastroenterology and Hepatology, a prioridade é limitar a ingestão de gordura, reduzindo assim o risco de desenvolver um refluxo, que pode piorar a dispepsia.

Os cortes magros de carne e peixe garantirão que as necessidades diárias de proteína sejam atendidas. Ao mesmo tempo, você suplementará sua dieta com nutrientes e substâncias benéficas, que apoiarão os processos metabólicos naturais do organismo. A saúde cardiovascular requer esta modalidade de dieta para a prevenção a longo prazo.

Além disso, é aconselhável consumir alimentos fermentados que contenham probióticos. Exemplos deles são os iogurtes e o kefir. A ingestão regular de bactérias probióticas demonstrou ser eficaz para reduzir a dispepsia e outros tipos de problemas gastrointestinais.

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A carne magra é um corte com baixo teor de gordura que facilita o trânsito gastrointestinal, reduzindo o refluxo.

Para saber mais: Quais são as proteínas magras e como elas contribuem para a dieta?

Alimentos desaconselhados

É aconselhável reduzir o consumo de farinhas e açúcares refinados. Esses ingredientes são capazes de aumentar os problemas gastrointestinais.

Além disso, as pessoas que sofrem de dispepsia tendem a ter uma absorção deficiente diante da frutose, de acordo com especialistas. Isso afeta negativamente a capacidade de digerir e metabolizar os açúcares.

Por outro lado, é necessário modular o consumo de fibras. Embora seja necessária uma certa quantidade para garantir o trânsito intestinal correto, o excesso pode atrasar o esvaziamento gástrico, agravando o processo de dispepsia.

Por esse motivo, é prudente restringir a ingestão regular de massas e cereais. Na hora de escolher produtos ricos em carboidratos, a melhor opção são as raízes.

Também deve ser observado que é importante reduzir a ingestão de gordura. Por isso, é necessário evitar as frituras e os empanados como método de preparo e cozimento, pois este tipo de preparação aumenta o risco de refluxo e de digestão pesada. Deve ser sempre dada prioridade ao cozimento na grelha, no forno ou no vapor.

Por extensão, os molhos não são de todo aconselháveis ​​para aquelas pessoas que sofrem deste incômodo com frequência. Estes, além de aumentar o volume calórico da dieta, são capazes de retardar o esvaziamento gástrico e causar desconforto estomacal.

Você também pode estar interessado em: 5 coisas que você pode fazer para reduzir o ganho de gordura

Alimentos proibidos

Existem vários alimentos que devem desaparecer da dieta de quem sofre de dispepsia. Estes são, entre outros, o álcool e as substâncias irritantes, como o chocolate.

Na verdade, o consumo regular de álcool é considerado um dos  principais fatores de risco para o desenvolvimento de dispepsia funcional, de acordo com uma pesquisa publicada na Revista de Gastroenterología de México. Além disso, esses tipos de bebidas costumam ser acompanhados de refrigerantes açucarados ou com alto teor de adoçantes artificiais. Ambos os ingredientes não são recomendados.

Por outro lado, costuma ser benéfico limitar o consumo de alimentos apimentados, uma vez que eles têm uma certa capacidade irritante. Existem evidências científicas suficientes para restringi-los naqueles que sofrem de problemas estomacais.

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O chocolate é um dos alimentos que deve ser evitado diante de um quadro clínico de dispepsia.

Mude a sua dieta para combater a dispepsia

Como vimos, a adaptação da dieta pode ser crucial para o alívio da dispepsia. É necessário diagnosticar sua causa para oferecer um tratamento preciso, mas fazer uma série de mudanças alimentares também é fundamental.

Se você tende a sofrer de problemas estomacais, lembre-se de limitar a ingestão de gordura e fibras e aumentar o consumo de produtos fermentados. Discuta com um médico a inclusão de um suplemento probiótico na dieta, que pode melhorar o prognóstico da doença.

Finalmente, lembre-se de que o álcool e os alimentos apimentados e irritantes não são recomendados. O ideal é restringi-los da dieta a fim de evitar complicações maiores. De qualquer forma, se você tiver mais dúvidas, consulte um especialista para que ele possa elaborar um cardápio de acordo com as suas necessidades.


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Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.