Logo image
Logo image

Dieta mediterrânea verde: vantagens e desvantagens

5 minutos
A dieta mediterrânea verde é rica em vegetais, sem esquecer da necessidade de proteínas, carboidratos, vitaminas e minerais. Por que ela é recomendada? Descubra suas principais vantagens.
Dieta mediterrânea verde: vantagens e desvantagens
Maria Patricia Pinero Corredor

Escrito e verificado por a nutricionista Maria Patricia Pinero Corredor

Última atualização: 26 maio, 2022

A dieta mediterrânea verde é rica em vegetais, sem esquecer da necessidade de proteínas, carboidratos, vitaminas e minerais. Por que ela é recomendada? Descubra suas principais vantagens.

A dieta mediterrânea é uma das mais saudáveis ​​e populares do mundo. Um estudo publicado na revista Heart comenta sobre uma nova versão com mais vantagens do que a tradicional. É a dieta mediterrânea verde ou green med, que melhora alguns indicadores de saúde ao incorporar mais antioxidantes e substituir a carne vermelha por proteínas vegetais.

Especificamente, a dieta continua a depender de alimentos como grãos integrais, frutas, vegetais, leguminosas, ervas, oleaginosas e azeite. No entanto, ela possui 3 componentes principais que discutiremos em detalhes a seguir. Você quer saber mais sobre esse assunto?

O que é a dieta mediterrânea verde?

A dieta mediterrânea verde é uma versão mais ecológica que a tradicional, pois é mais rica em vegetais verdes e não inclui carnes vermelhas ou seus derivados. Ela surgiu como um estudo científico em uma população com sobrepeso, cuja finalidade era verificar que uma maior ingestão de polifenóis e uma redução no consumo de proteínas animais têm efeitos positivos na saúde.

Esse modelo alimentar possui menos calorias e carboidratos e mais proteínas. De acordo com a publicação da revista Heart, a ingestão calórica variou de 1.500 a 1.800 calorias para homens e de 1.200 a 1.400 calorias para mulheres. No total, os carboidratos eram apenas 40 gramas e as proteínas 100 gramas.

Alguns autores apontam que os polifenóis são as principais fontes de antioxidantes em vegetais verdes. Por este motivo, esta dieta inclui 3 componentes essenciais:

  • Lentilha-d’água ou Mankai. De acordo com a revista Clinical Nutrition, essa é uma fonte substituta de proteína animal. Também concentra polifenóis, vitamina B12 e minerais.
  • Chá verde. Conhecido por seu elevado teor de polifenóis e outras substâncias antioxidantes.
  • Oleaginosas. Fornecem gorduras, proteínas e antioxidantes.
Some figure
A dieta mediterrânea verde é caracterizada pelo seu elevado teor de vegetais. Ela também inclui fontes de proteínas e gorduras saudáveis.

Leia também: Como fazer tomate em conserva

Que alimentos podem ser consumidos na dieta mediterrânea verde?

O ingrediente característico da dieta mediterrânea verde é a lentilha-d’água ou Mankai, na forma de smoothie, em porções de 100 gramas diárias. Também são recomendados 30 gramas de nozes e até 3 xícaras de chá verde por dia.

Obviamente, a lentilha-d’água pode ser substituída outras fontes de proteína vegetal, como leguminosas, derivados de soja (tempeh e tofu) ou sementes. As seguintes opções também são válidas:

  • Húmus.
  • Falafel.
  • Massa à base de feijão.
  • Lentilhas.
  • Quinoa.
  • Pão sírio integral (Pita).
  • Levedura nutricional.

Os alimentos mencionados fornecem gorduras saudáveis, antioxidantes, fibras dietéticas, vitaminas e minerais. Em sua forma mais estrita, os alimentos de origem animal não são incluídos; entretanto, pessoas que se permitem uma dieta mais flexível podem adicionar peixes e aves.

Outros alimentos permitidos incluem os seguintes:

  • Vegetais de folhas verdes.
  • Tomates.
  • Cebola roxa.
  • Frutas.
  • Ovos.
  • Queijo.
  • Iogurte.
  • Azeite de oliva.
  • Ervas.
  • Tahini.
  • Especiarias.

Vantagens da dieta mediterrânea verde

O estudo recente publicado na revista Heart sobre a dieta mediterrânea verde revelou os benefícios desse modelo alimentar para a saúde geral. O estudo até sugere que ela supera os efeitos positivos da dieta mediterrânea tradicional.

Especificamente, 294 pessoas com obesidade moderada participaram do estudo, sendo separadas em 3 grupos dietéticos. O primeiro foi o grupo controle, que tinha alimentação saudável; havia também um grupo de consumidores da dieta mediterrânea tradicional e outro da dieta mediterrânea verde. Todos os grupos cumpriram restrição calórica e fizeram exercícios.

Após 6 meses, a perda de peso e os fatores de risco cardiovascular e metabólico foram avaliados. Os participantes que seguiram a dieta mediterrânea verde perderam 6,2 quilos, os que seguiram a tradicional perderam 5,4 quilos e o grupo de controle perdeu apenas 1,5 quilo.

Os homens que seguiram a green med perderam mais gordura abdominal do que os que seguiram a dieta tradicional. Um simpósio sobre obesidade discutiu a relação entre o excesso de gordura abdominal e o risco de doenças cardíacas, derrame e diabetes tipo 2.

Foi observada uma queda de 4% no colesterol “ruim” ou LDL, em comparação com 1% para os que seguiram a dieta tradicional. O grupo de controle teve uma redução de apenas 0,2 miligramas/mililitro.

Outros fatores de risco cardiovascular e metabólico melhoraram entre os que adotaram a dieta mediterrânea verde. Também foi observada a diminuição da pressão arterial e da proteína C reativa, que é associada a distúrbios inflamatórios.

Esses resultados permitiram uma queda quase dobrada na pontuação de risco de Framingham em 10 anos. Este cálculo prevê a probabilidade de ter doenças cardíacas graves na próxima década.

Some figure
A dieta mediterrânea verde oferece melhores resultados na redução do colesterol e do excesso de peso.

Leia também: Mistura de gengibre e azeite de oliva para acalmar a dor

Possíveis desvantagens

Parece difícil encontrar alguma desvantagem na dieta mediterrânea verde. Mesmo assim, antes de adotar esse tipo de dieta, é fundamental considerar alguns aspectos. Por exemplo, esse é um modelo que segue um plano estabelecido de calorias, carboidratos e proteínas que o torna menos flexível em comparação com a dieta mediterrânea tradicional.

Por outro lado, a lentilha-d’água é um ingrediente especial que nem sempre está disponível. Vale destacar que o consumo de polifenóis pode ser limitado quando ela é substituída por outras fontes proteicas de origem vegetal.

Algumas pessoas tendem a substituir o jantar ou uma das refeições principais pelo smoothie de lentilha-d’água. Esse hábito pode se tornar uma desvantagem, pois tende a afetar as preferências alimentares e o estilo de alimentação.

Consultar um nutricionista é fundamental

Não há dúvidas sobre os benefícios que a dieta mediterrânea verde oferece para promover o bem-estar. Apesar disso, é aconselhável consultar um nutricionista antes de adotar esse modelo alimentar. O profissional ficará encarregado de determinar se é conveniente ou não para você fazer esse tipo de dieta.

Não se deve ignorar que as necessidades nutricionais podem variar em cada pessoa, de acordo com a idade, estado de saúde e outros fatores. Por essa razão, os critérios profissionais sempre devem prevalecer.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Tsaban G, Yaskolka Meir A, Rinott E, Zelicha H, Kaplan A, Shalev A, Katz A, Rudich A, Tirosh A, Shelef I, Youngster I, Lebovitz S, Israeli N, Shabat M, Brikner D, Pupkin E, Stumvoll M, Thiery J, Ceglarek U, Heiker JT, Körner A, Landgraf K, von Bergen M, Blüher M, Stampfer MJ, Shai I. The effect of green Mediterranean diet on cardiometabolic risk; a randomised controlled trial. Heart. 2020 Nov 23:heartjnl-2020-317802.
  • Kaplan A, Zelicha H, Tsaban G, Yaskolka Meir A, Rinott E, Kovsan J, Novack L, Thiery J, Ceglarek U, Burkhardt R, Willenberg A, Tirosh A, Cabantchik I, Stampfer MJ, Shai I. Protein bioavailability of Wolffia globosa duckweed, a novel aquatic plant – A randomized controlled trial. Clin Nutr. 2019 Dec;38(6):2576-2582.
  • Budhathoki S, Sawada N, Iwasaki M, Yamaji T, Goto A, Kotemori A, Ishihara J, Takachi R, Charvat H, Mizoue T, Iso H, Tsugane S; Japan Public Health Center–based Prospective Study Group. Association of Animal and Plant Protein Intake With All-Cause and Cause-Specific Mortality in a Japanese Cohort. JAMA Intern Med. 2019 Nov 1;179(11):1509-1518.
  • Naghshi S, Sadeghi O, Willett WC, Esmaillzadeh A. Dietary intake of total, animal, and plant proteins and risk of all cause, cardiovascular, and cancer mortality: systematic review and dose-response meta-analysis of prospective cohort studies. BMJ. 2020 Jul 22;370:m2412.
  • Quiñones1, M. Miguel2 y A. Aleixandre. Los polifenoles, compuestos de origen natural con efectos saludables sobre el sistema cardiovascular. Nutr Hosp. 2012;27(1):76-89. Disponible en: https://scielo.isciii.es/pdf/nh/v27n1/09_revision_08.pdf.
  • Bryce Moncloa A, Alegría Valdivia E, San Martín MG. Obesidad y riesgo cardiovascular. An Fac med. 2017;78(2):202-206.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.