Como tratar doenças autoimunes?
Essas patologias ocorrem quando o sistema imunológico, que é aquele que defende o corpo e todos os seus órgãos de doenças e infecções, “se revela” e ataca o organismo, criando substâncias conhecidas como autoanticorpos. Portanto, é essencial saber como tratar as doenças autoimunes.
Deve-se ter em mente que, quando o sistema imunológico ataca o corpo, ele destrói células e tecidos saudáveis. E o faz sem motivo aparente, mas causando consequências que podem ser muito graves. Segundo uma publicação do Hospital Clínic de Barcelona, estima-se que 10% da população sofra de uma dessas condições.
Mas por que isso acontece? De uma forma muito simples, porque o sistema imunológico “esquece” as funções que tem de desempenhar. Assim, ao invés de atacar as células doentes e defender as saudáveis, o que ele faz é o contrário. Acaba atacando as células saudáveis, colocando a saúde em sério risco.
Quais sintomas as doenças autoimunes produzem?
Quando se padece qualquer doença autoimune, ela deverá ser tratada ao longo de toda a vida, pois se torna uma doença crônica.
Ainda não foi descoberto por que elas ocorrem. Concluiu-se que em muitos casos são hereditárias e que afetam mais as mulheres de meia-idade. Além disso, é muito difícil preveni-las.
Essas doenças autoimunes podem destruir um ou vários tecidos do corpo. Ou podem afetar vários órgãos, fazendo com que reduzam muito sua função. Dessa forma, podem afetar gravemente os seguintes órgãos, tecidos ou células:
- Vasos sanguíneos.
- Tecidos conjuntivos.
- Glândulas endócrinas, como a hipófise.
- Glóbulos vermelhos.
- Pele.
Sintomas de alerta
Os sintomas dessas doenças podem variar, pois são muitas. Claro que os sintomas não são iguais para todas, é evidente que cada uma se manifesta de forma diferente.
No entanto, existem sinais comuns que podem ser experimentados com essas doenças. Sintomas, por outro lado, que podem ser confundidos com os de outras condições:
- Dores musculares.
- Fadiga.
- Febre.
- Mal estar, incomodo geral.
- Inchaço e vermelhidão.
- Formigamento ou dormência nas extremidades.
- Dificuldade para focar.
- Perda de cabelo.
- Erupções cutâneas.
Quais doenças autoimunes existem?
As doenças autoimunes podem ser várias e muito diferentes. As mais conhecidas são, entre outras, as seguintes:
- Artrite reumatóide.
- Lúpus.
- Diabetes tipo 1.
- Esclerose múltipla.
- Tireoidite autoimune.
- Doença celíaca.
- Psoríase.
- Doença inflamatória intestinal.
- Doença de Addison.
- Síndrome de Sjogren.
- Miastenia grave.
- Doença de Graves.
- Vasculite autoimune.
- Anemia perniciosa.
Algumas dessas doenças podem ser bastante difíceis de diagnosticar. Por isso, é muito importante ficar atento a alguns sintomas persistentes que nos alertam de que algo está errado dentro do corpo.
Se tivermos alguma suspeita, é importante consultar imediatamente o nosso médico de confiança. Apenas um especialista pode solicitar os exames relevantes para diagnosticar e tratar doenças autoimunes.
Fatores de risco
Qualquer pessoa é capaz de sofrer de uma doença autoimune, já que não há distinção de nenhum tipo. No entanto, vários dados epidemiológicos estabeleceram vários fatores de risco. Nesse sentido, as seguintes condições aumentam a probabilidade de sofrer de uma doença autoimune:
- Ser mulher. Um estudo explica que essa predisposição se deve ao fato do cromossomo X (lembrando que a mulher tem dois, ao contrário do homem que tem apenas um) possui um número maior de genes relacionados ao controle do sistema imunológico. Portanto, há uma chance maior de sofrer danos (mutações) que afetem esse controle.
- Idades avançadas. Segundo pesquisas, para que uma dessas doenças se desenvolva, é necessário que o organismo “falhe” em vários “pontos reguladores” no desenvolvimento das células do sistema imunológico. Com a idade, esses mecanismos tendem a ser muito menos eficientes, o que explicaria o fenômeno.
- Ser de raça afro-americana ou hispânica no caso do lúpus. Estudos sugerem que isso pode ser devido a fatores genéticos que favorecem maior reatividade dos autoanticorpos típicos da doença.
- Ter um parente direto com uma doença autoimune. Via de regra, e segundo pesquisas, quanto maior o número de familiares com uma condição desse tipo, maior o risco de desenvolvê-la. Em algumas doenças, certas mutações genéticas responsáveis foram identificadas.
- Exposição a produtos químicos e solventes. Um estudo explica que muitas substâncias (tolueno, metanol, xileno, arsênico, bisfenóis, etc.) são capazes de provocar danos moleculares irreversíveis: unir-se a receptores específicos, ácidos nucleicos, diminuir a quantidade de antioxidantes disponíveis e induzir desregulação das células T, entre outros.
- Consumir alimentos ricos em gordura, açúcar ou altamente processados. No entanto, pesquisas sugerem que isso é um problema quando a permeabilidade das células intestinais a certos compostos “tóxicos” da dieta é alta. É comum em situações de disbiose intestinal.
- Exposição a infecções bacterianas ou virais. É possível que os antígenos desses microrganismos desencadeiem a proliferação de certos tipos de linfócitos B e T cruciais para o desenvolvimento de doenças autoimunes, segundo estudos.
Como é feito o diagnóstico?
Infelizmente, não existe um teste específico para diagnosticar doenças autoimunes. O médico deve realizar um questionamento minucioso para analisar os sintomas apresentados, bem como um exame físico em busca de sinais patognomônicos (específicos) de uma doença.
O teste de anticorpo antinuclear é um dos primeiros testes indicados. Esse teste permite detectar a presença de anticorpos específicos contra certos tecidos saudáveis, no entanto, não determinará a doença específica que você tem. Por sua vez, existem testes que permitem a detecção de anticorpos específicos para determinadas doenças.
Como as doenças autoimunes devem ser tratadas?
Essas doenças não têm cura, portanto tornam-se crônicas. No entanto, a pesquisa nesse campo está em andamento.
Tratar doenças autoimunes é um desafio. Hoje o tratamento envolve reduzir os sintomas e tentar controlar e regular o sistema imunológico. As medidas serão diferentes para cada patologia. Por exemplo, no caso da artrite reumatoide, é importante manter a dor sob controle.
Os medicamentos com os quais as doenças autoimunes podem ser tratadas incluem uma variedade de compostos. Destacam-se os corticosteróides, que devem ser administrados com muita cautela. Eles não podem ser usados por muito tempo, pois têm efeitos colaterais.
Outros medicamentos utilizados no tratamento dessas patologias são os anti-inflamatórios não esteroides. A ideia desses medicamentos é aliviar a dor e a inflamação gerada pela patologia. Outros imunossupressores além dos esteroides também são úteis.
Outras alternativas
Algumas pessoas recomendam o uso de medidas alternativas para tratar doenças autoimunes. No entanto, os estudos sobre a eficácia dessas terapias são limitados. Além disso, alguns produtos podem causar repercussões na saúde, pelo que não se recomenda a sua utilização sem autorização médica prévia.
O tratamento deve ser rigorosamente controlado pelo especialista. Mas o verdadeiro responsável pela sua eficácia é o próprio paciente, que deve segui-lo à risca. Nunca negligencie as recomendações ou os tratamentos do médico.
Além disso, nessas doenças, como em muitas outras, é muito importante conhecer muito bem o corpo. Devemos estar atentos a qualquer alteração que ocorra e, se descobrirmos algo anormal ou fora do normal, devemos ir imediatamente ao especialista.
A atitude da pessoa afetada é essencial no tratamento de doenças autoimunes. A detecção precoce e o acompanhamento escrupuloso dos tratamentos são muito importantes para travar o seu progresso. Além disso, adotar um estilo de vida saudável é muito benéfico no tratamento.
Veja: Protocolo autoimune: alimentação para doenças autoimunes
Algumas patologias com um tratamento delicado
Como você pode ver, o tratamento de doenças autoimunes é um assunto bastante complexo e as medidas terapêuticas dependerão da doença que você tem. Em linhas gerais, são utilizados corticosteróides, anti-inflamatórios e analgésicos, porém tudo deve ser prescrito por um especialista para evitar efeitos indesejados.
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