Características e riscos do kombucha
Revisado e aprovado por o farmacêutico Sergio Alonso Castrillejo
O conjunto de micro-organismos encarregados de fermentar o chá açucarado para dar origem a esta bebida é chamado de “Scoby”. Apesar de seus múltiplos benefícios, também é importante conhecer as características do kombucha e entender os seus riscos.
Diferentes tipos de micróbios participam do início do processo de fermentação, mas ao longo dos dias, apenas aqueles que compõem o corpo gelatinoso característico do kombucha sobrevivem. O restante deles morre devido ao alto grau de acidez e às substâncias antibióticas que foram secretadas.
O sabor do kombucha dependerá do tempo de fermentação, de modo que será mais suave e doce se permanecer menos tempo, e irá adquirindo um sabor mais intenso e ácido de forma progressiva.
Características nutricionais do kombucha
- Rico em vitaminas e minerais: necessários para importantes processos bioquímicos que ocorrem em nosso corpo, como vitamina B e C, ferro, zinco, cobre e manganês.
- Quantidade variável de antioxidantes: procedentes do chá preto a partir do qual o kombucha é feito. Sua presença dependerá do tempo de fermentação, pois quanto maior a acidez, menos antioxidantes.
- Alta quantidade de micro-organismos: o que lhe confere um poderoso efeito probiótico.
Benefícios do kombucha
A falta de estudos sobre esta bebida não nos permite afirmar que os benefícios tradicionalmente atribuídos a ela são verdadeiros. No entanto, os antioxidantes e micro-organismos presentes nela podem estar relacionados a uma melhora nas funções digestivas.
Também lhe são atribuídas propriedades benéficas para a saúde cardiovascular, funções hepáticas e estresse.
Devemos lembrar que esta bebida é feita de chá, geralmente verde ou preto, que também proporciona seus benefícios característicos, tais como:
- Ajuda nos problemas de concentração.
- Efeito diurético.
- Ação depurativa.
- Efeito estimulante.
- Propriedades adstringentes.
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Efeitos colaterais do kombucha
Risco de contaminação
Os maiores riscos do kombucha estão relacionados ao contágio por micro-organismos, se ele não for feito seguindo uma série de medidas higiênicas específicas:
Durante sua fermentação, o kombucha pode ser exposto a inúmeras contaminações de bactérias e leveduras prejudiciais à saúde. Se não a deixarmos fermentar por tempo suficiente, a bebida não adquirirá o grau de acidez e de álcool necessários para eliminar esses micro-organismos.
Amostras contaminadas pelo fungo Aspergillus, que gera toxinas hepatotóxicas, são frequentemente detectadas, assim como a contaminação por bactérias do gênero Helicobacter pylori ou Salmonella. Portanto, esta bebida não é recomendada para pessoas que sofrem de qualquer afecção intestinal ou hepática.
Seu consumo também não é recomendado para pessoas imunodeprimidas ou com deficiências no funcionamento do sistema imunológico. Mulheres grávidas, lactantes, crianças menores de 5 anos, pacientes com HIV ou qualquer infecção devem evitar tomar kombucha.
Consumo excessivo de kombucha
Mesmo que você não faça parte de nenhum dos grupos anteriores, deve consumi-lo com moderação, pois em excesso, pode provocar distúrbios digestivos. Deve-se notar também que esta é uma bebida com alto teor de álcool e açúcar; portanto, o restante da dieta deve ser monitorado para garantir que os níveis máximos recomendados para essas substâncias não serão excedidos.
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Características do kombucha industrializado
Há também o kombucha industrializado, fabricado por diversas empresas. Nesse caso, a bebida é convenientemente esterilizada, mas perde o seu efeito probiótico, resultando em uma bebida com pouco valor nutricional.
Em resumo, esta bebida pode ser benéfica se seu consumo não for excedido, mas sua ingestão não garante nenhum benefício a curto ou a longo prazo, além daqueles referentes ao próprio chá. Há quem pense que o consumo do chá é mais benéfico, pois não contém álcool ou os micro-organismos que podem gerar intolerância. Diante de qualquer dúvida, consulte seu médico.
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