Anatomia da demência: a vida de um paciente demente
Um paciente demente pode sofrer de diferentes doenças: Alzheimer, Parkinson, Binswanger… Todos eles têm a demência em comum, isto é, a perda ou enfraquecimento das faculdades mentais que ocorre progressivamente.
As doenças que causam demência são difíceis de lidar tanto para o paciente quanto para os membros da família. Alterações na memória e na razão, bem como alguns distúrbios comportamentais, podem tornar a situação exasperante.
Confira os aspectos mais importantes da anatomia da demência.
A depressão no paciente com demência
A depressão é uma doença que afeta geralmente o paciente demente. Devido à incompreensão de não saber o que está acontecendo com ele, as perdas de memória que o desorientam, bem como a falta de tato que as pessoas de seu ambiente podem ter, o levarão ao desânimo e à melancolia.
Confira também: Demência: hábitos que ajudam a diminuir sua aparição
Muitas famílias não sabem como lidar com um paciente com demência. É quando elas cometem alguns dos erros que vamos mencionar a seguir:
- Elas o tratam como se ele fosse uma criança: falam na frente dele como se ele não estivesse lá e não soubesse de nada. Além disso, as famílias não conseguem ter uma conversa adulta com ele.
- Gritar e repreender: gritar com uma pessoa com demência porque ela fez alguma coisa que nem ela mesma sabe por que fez, fará o paciente se sentir culpado e não vai ajudá-lo a entender o que realmente está acontecendo.
- O ignoram: não conversar de adulto para adulto, gritar com ele e ignorá-lo podem fazer o paciente com demência se sentir sozinho. Essa solidão pode levar à depressão.
O paciente demente deve se sentir acompanhado e receber afeição. A família precisa se esforçar para tentar se colocar no lugar da pessoa com demência e entender que as circunstâncias são difíceis para todos.
Eles precisam sentir que são independentes
Será de muita ajuda a um paciente demente sentir que ele pode ser independente. Porque a demência não implica que a pessoa que sofre do problema precisa de todos os nossos cuidados. Há muitas coisas que ela pode fazer por si mesma, mas para isso temos que ajudá-la.
Por exemplo, se ela tiver problemas para abotoar os botões da camisa, experimente comprar roupas sem botões. Se ela não conseguir amarrar os cadarços, os sapatos sem cadarços serão ideais.
No caso em que a pessoa começa a ter perdas graves de memória, podemos tomar algumas medidas. Por exemplo, indique onde fica o banheiro sem ter que falar, usando uma placa que indique “banheiro” na porta do local.
A pessoa com demência pode se sentir desorientada e confusa com a perda de memória e com a súbita incapacidade de fazer algo tão simples quanto amarrar os sapatos. Portanto, fornecer esse tipo de ajuda fará ela se sentir muito melhor e capaz.
Não deixe de ler: Descubra como evitar a neuroinflamação devido à depressão
Sair um pouco de casa é necessário
Muitas vezes, os parentes temem que a pessoa com demência saia na rua e se perca. No entanto, a solução não é mantê-la em casa, monitorada e sem fazer nada. Isso levará à depressão.
No caso de você ou alguém de sua família não puder acompanhar o paciente na rua, contrate alguém para fazer isso. A pessoa com demência pode facilmente se perder e, se ela ficar sozinha em casa, resolver sair por qualquer motivo e não saber como retornar.
No entanto, é importante que a pessoa com demência tenha tempo de qualidade com a família. Sair para um passeio, ir ao parque ou tomar banho de sol em silêncio no jardim são atividades que ela vai gostar muito.
Para a pessoa com demência, é essencial sentir o apoio de seus parentes e tê-los por perto. Isso ajudará a evitar o isolamento e ela não se sentirá tão sozinha.
Uma opção muito boa, além de todas as mencionadas, é levá-la a um grupo onde os pacientes com esse problema são estimulados e, assim, a perda de memória é retardada e os distúrbios de comportamento melhoram.
Nestes locais, o paciente com demência irá interagir com outras pessoas com a mesma condição. Assim, ele se sentirá acompanhado, poderá compartilhar com pessoas que entenderão seus problemas e frustrações e fazer novos amigos.
A vida de um paciente demente não é fácil. Ele sofre muitas limitações que não é possível controlar e, menos ainda, entender. Por esse motivo, fornecer todo o nosso apoio e fazer todo o possível para ajudá-lo será essencial.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Rankin, K. P., Gorno-Tempini, M. L., Allison, S. C., Stanley, C. M., Glenn, S., Weiner, M. W., & Miller, B. L. (2006). Structural anatomy of empathy in neurodegenerative disease. Brain. https://doi.org/10.1093/brain/awl254
- Krueger, C. E., Laluz, V., Rosen, H. J., Neuhaus, J. M., Miller, B. L., & Kramer, J. H. (2011). Double Dissociation in the Anatomy of Socioemotional Disinhibition and Executive Functioning in Dementia. Neuropsychology. https://doi.org/10.1037/a0021681
- Barba, A. L., Kelly Changizi, B., Higgins, D. S., Factor, S. A., & Molho, E. S. (2012). Dementia. In Parkinson’s Disease, Second Edition. https://doi.org/10.1201/b12948
- Curran, E. M., & Loi, S. (2013). Depression and dementia. The Medical Journal of Australia. https://doi.org/10.5694/mjao12.10567
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.