Alergia a frutos do mar: sintomas, complicações e tratamento

Se você tiver alergia a frutos do mar, há várias coisas que deve ter em mente para minimizar os riscos. A seguir, contamos tudo a você para que fique informado.
Alergia a frutos do mar: sintomas, complicações e tratamento
Saúl Sánchez Arias

Escrito e verificado por nutricionista Saúl Sánchez Arias.

Última atualização: 10 dezembro, 2022

A alergia a frutos do mar não é tão incomum na população. Os moluscos e os crustáceos podem desencadear reações de hipersensibilidade autoimune, que podem ser graves em alguns casos. Por esse motivo, é importante identificar se existe um processo desse tipo para evitar complicações maiores.

Lembre-se de que o que causa a alergia é uma reação do sistema imunológico. Por exemplo, uma proteína é reconhecida como um agente nocivo, mesmo que não seja. A partir disso, pode ocorrer uma reação desproporcional que, se evoluir, compromete a vida da pessoa.

O que é a alergia a frutos do mar?

Essa alergia é causada pela entrada no organismo de proteínas de certos frutos do mar, conforme evidenciado por um estudo publicado na Current Opinion in Allergy and Clinical Immunology. Entre eles, os mais suscetíveis a desencadear uma alergia são os crustáceos e os moluscos.

No momento em que o corpo detecta esse antígeno, ele gera uma reação inflamatória de defesa que, às vezes, pode se complicar causando sérios danos. O resultado menos desejado é a anafilaxia.

Entre os fatores de risco para o desenvolvimento de uma alergia desse tipo está o histórico familiar. Além disso, os adultos são mais propensos do que as crianças, embora ela possa ocorrer em qualquer momento da vida. Além disso, esse problema é relativamente mais comum em mulheres.

Frutos do mar
A anafilaxia é a forma grave de alergia a frutos do mar. Ela pode colocar a vida dos pacientes em risco.

Quais são os sinais e sintomas de alergia a frutos do mar?

Os sintomas de alergia a frutos do mar podem ser leves ou graves. Em geral, os sinais começam a aparecer uma hora depois da ingestão. É comum que apareça algum inchaço nos lábios ou na língua, além de coceira.

Nos casos mais graves, ocorrem falta de ar e problemas intestinais, como diarreia, dor abdominal e vômitos. Nesse tipo de situação, geralmente é necessária a medicação, bem como a administração de um probiótico, que tem demonstrado a sua eficácia no controle dos episódios de diarreia.

Além disso, também podem ocorrer tonturas, vertigens e até desmaios ou perda de consciência. Caso isso aconteça, será necessário consultar um profissional de saúde, bem como iniciar uma intervenção farmacológica.

Anafilaxia

A alergia a frutos do mar é suscetível ao desenvolvimento de uma reação adversa grave conhecida como anafilaxia. Ela pode ser fatal e requer ação médica imediata. Na verdade, o tratamento de emergência é a injeção de adrenalina, conforme confirma um estudo publicado no Jornal de Pediatria.

Os sintomas de anafilaxia incluem inchaço severo da garganta que torna impossível respirar, uma queda acentuada na pressão arterial e tontura que pode causar desmaios ou perda de consciência. Deve-se notar que, sem o auxílio da epinefrina, esse tipo de situação pode causar a morte.

Complicações por alergia a frutos do mar

Existem certas situações que aumentam a propensão a desenvolver um choque anafilático. Se você tiver asma, histórico familiar de anafilaxia induzida por alimentos, ou se uma pequena quantidade de frutos do mar desencadear uma reação alérgica, o processo de hipersensibilidade pode se complicar.

Por isso, é fundamental que você evite o consumo desses alimentos e que leia os rótulos dos produtos que comprar. Desta forma, você pode garantir que eles não contenham vestígios de elementos que podem ser prejudiciais à sua saúde.

Além disso, pode ser necessário evitar locais onde são processados ​​frutos do mar. Os vapores emitidos durante o cozimento podem desencadear uma reação adversa.

Como tratar uma alergia a frutos do mar?

No momento, não existem tratamentos conhecidos para curar a alergia a frutos do mar. É um processo que, uma vez que aparece, dura a vida toda.

Por este motivo, a única coisa que se pode fazer é evitar completamente a ingestão destes alimentos marinhos, bem como a inalação dos vapores que eles exalam. Isso se aplica, é claro, a aqueles com uma alergia confirmada.

Se você for a um restaurante, verifique se há uma declaração de alérgenos no menu. Desta forma, você saberá quais receitas podem conter frutos do mar entre os seus ingredientes. Assim, você poderá evitá-las completamente.

Cuidado também com os produtos embalados e feitos com proteínas de peixes, como o surimi. Às vezes, eles contêm vestígios de mariscos, o que é prejudicial para quem sofre de alergias.

Alergia a frutos do mar em crianças

Já destacamos que é mais comum desenvolver alergia a frutos do mar na idade adulta do que na infância, embora nesta última isso também seja possível. Se uma criança apresentar sintomas de um processo deste tipo,  é aconselhável ter sempre uma dose de epinefrina à mão para o caso de uma emergência. Isso pode prevenir o choque anafilático com risco de vida.

Os responsáveis ​​pela criança também devem saber que ela tem alergia a esse tipo de alimento para evitar o contato com possíveis alérgenos. Ao mesmo tempo, se o menor começar a desenvolver sintomas de um processo de hipersensibilidade, como inchaço, coceira ou inflamação da boca, é aconselhável ir sem demora a um pronto-socorro.

Dicas de prevenção

Em caso de alergia a frutos do mar, é importante levar em consideração uma série de dicas de prevenção.

Leia os rótulos

Garanta que os produtos disponíveis no mercado sejam livres de alérgenos. Você pode fazer isso lendo os rótulos das embalagens. Desta forma, muitos problemas posteriores serão evitados.

Tenha cuidado ao comer fora

O cardápio dos restaurantes geralmente indica os alérgenos presentes em cada prato. De qualquer forma, é bom avisar sempre o garçom para que ele tome um cuidado especial com a contaminação cruzada.

Prato de mariscos
Em restaurantes, é importante verificar se o cardápio contém indicações da presença de alérgenos.

Contaminação cruzada

É comum que os alérgicos a frutos do mar desenvolvam hipersensibilidade caso esses produtos marinhos sejam cozidos no mesmo recipiente que um alimento diferente. Não é necessário ingerir o marisco em si para atingir a anafilaxia; às vezes é suficiente que seus antígenos estejam presentes em um recipiente ou utensílio culinário. Portanto, a higiene é essencial.

A alergia a frutos do mar é um problema alimentar

Como você viu, uma alergia a frutos do mar pode colocar em risco a vida de uma pessoa se uma série de precauções não forem tomadas. Por isso, é sempre importante ler os rótulos e ir ao médico se você suspeitar de que pode estar apresentando um processo de hipersensibilidade a esse tipo de alimento.

Se seus medos forem confirmados, lembre-se de ter sempre à mão  uma dose de epinefrina para o caso de precisar usá-la. Isso se aplica a pais e cuidadores de crianças com o transtorno, que também devem estar sempre vigilantes e tentar mantê-las longe do contato com substâncias alergênicas.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Szajewska H., Canani RB., Guarino A., Hosjak I., et al., Probiotics for the prevention of antibiotic associated diarrhea in children. J Pediatr Gastroenterol Nutr, 2016. 62 (3): 495-506.
  • Sarinho E., Moura MG., Severe forms of food allergy. J Pediatr, 2017. 1: 53-59.
  • Wong L., Tham EH., Lee BW., An update on shellfish allergy. Curr Opin Allergy Clin Immunol, 2019. 19 (3): 236-242.
  • Velazco-Benítez, C. “Epidemiología de la alergia alimentaria en la edad pediátrica.” Rev Gastrohnup 14.2 (2012): 62-5.
  • García Falcón, Manuel Enrique. “Papel de los probióticos en el tratamiento de alergias e intolerancias alimentarias.”
  • Borrego, J. Torres, JF Martínez Cuevas, and J. Tejero García. “Reactividad cruzada entre pescados y mariscos.” Allergologia et immunopathologia 31.3 (2003): 146-151.
  • Fernández Morales, Isidora, and María Ignacia Von Jentschykmakuc. “Abordaje nutricional en alergias alimentarias más prevalentes.” (2016).
  • Binaghi, María Julieta, et al. “Declaración de alérgenos y detección de trazas de leche, soja y huevo en alimentos de consumo frecuente por niños.” Actual. nutr (2017): 72-83.
  • Plaza-Martin, Ana María. “Alergia alimentaria en la edad pediátrica, conceptos actuales.” Anales de pediatría. Vol. 85. No. 1. Elsevier Doyma, 2016.
  • Blasco, Jaime Lozano, Sergio José Quevedo Teruel, and Mónica Piquer Gibert. “Alergia a frutos secos. Alergia a legumbres y frutas. Alergia a pescados y mariscos.”

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.