Logo image
Logo image

O vício em pornografia

4 minutos
O uso da pornografia se tornou popular nas últimas décadas. Para a maioria, é apenas um entretenimento. No entanto, para outras pessoas, o vício em pornografia pode gerar uma forte dependência.
O vício em pornografia
Montse Armero

Escrito e verificado por a psicóloga Montse Armero

Escrito por Montse Armero
Última atualização: 27 maio, 2022

O vício em pornografia pode causar problemas físicos, mentais, psicológicos e sociais. Estes são iguais ou muito semelhantes aos gerados pela dependência do consumo de substâncias psicoativas.

Hoje em dia, qualquer pessoa com uma conexão à Internet pode ter acesso a novos materiais pornográficos diariamente, uma vez que a criação destes é enorme. Inclusive, a prevalência de pessoas viciadas em pornografia aumentou muito nos últimos vinte anos.

Essa situação preocupa os especialistas, uma vez que os mais jovens são especialmente vulneráveis ​​aos efeitos do vício.

Quando o uso da pornografia pode ser considerado um vício?

Uma das características mais frequentes dos viciados é negar o problema ou subestimá-lo. Para detectar a situação o mais cedo possível, é essencial analisar se a pessoa mudou em um ou mais dos seguintes aspectos:

  • A pessoa gasta cada vez mais tempo vendo conteúdo pornográfico.
  • Negligencia ou descuida de outras áreas importantes da sua vida, como o trabalho ou o convívio social.
  • Ver pornografia se converte em seu regulador de emoções: serve para se animar quando está triste, para se distrair quando está entediado, e como um reforço para comemorar quando algo dá certo.
  • Apresenta labilidade emocional ou mudanças repentinas de humor atribuíveis ao seu vício.
  • Pode levar a cometer crimes relacionados à pornografia.
  • Mente ou sente vergonha do seu comportamento sexual.
Some figure

O que pode causar o vício em pornografia?

Segundo um artigo publicado em 2017 na revista Drugs and Addictive Behavior, as causas desse tipo de dependência são multifatoriais. Entre as mais significativas, encontramos as seguintes:

  • Alterações hormonais.
  • Influência hereditária.
  • Abuso sexual.
  • Abuso físico e verbal.
  • Carência afetiva.
  • Curiosidade.
  • Visualização de imagens com alto conteúdo sexual em tenra idade.
  • Fracassos, pensamentos e sentimentos negativos.
  • Ansiedade.
  • Bullying.
  • Solidão.
  • Mau exemplo dos pais ou pessoas próximas.

Leia também: Como lidar com cada fase do processo de parar de fumar?

Consequências do vício em pornografia

As pessoas viciadas em pornografia costumam passar horas vendo material pornográfico ou pesquisando novas fontes para obtê-lo. Por esse motivo, a dependência costuma causar outros problemas secundários, como os seguintes:

Isolamento social

Assim como outros vícios têm um caráter mais social – nicotina, cannabis, café ou álcool – a pessoa viciada em pornografia tende a ver o material sozinha ou às escondidas. Isso a leva a se isolar do seu ambiente em inúmeras ocasiões.

Mudanças de humor

O vício em pornografia geralmente leva a mudanças significativas no humor. Entre elas, estão as seguintes:

Some figure

Masturbação excessiva

A masturbação excessiva pode gerar outros distúrbios na pessoa, entre os quais podemos citar:

  • Ereção fraca.
  • Impotência sexual
  • Esterilidade.
  • Ejaculação precoce.
  • Prostatite ou uretrite.
  • Distúrbios neurológicos, do sono e do sistema digestivo.

Distúrbios cerebrais

Como em outros tipos de dependência, o sistema de recompensa do cérebro é superestimulado pelo excesso de dopamina. Para continuar experimentando o bem-estar e o prazer que essa substância produz, a pessoa precisa consumir cada vez mais pornografia, o que implica mais tempo, maior dependência e maior isolamento.

Insatisfação sexual

O vício em pornografia pode levar o dependente a acreditar que seus relacionamentos sexuais não são intensos, frequentes ou satisfatórios o suficiente. Como suas referências são fictícias, a frustração pode ser um dos sintomas mais persistentes.

Problemas no relacionamento

Se a pessoa tiver um parceiro, o vício em pornografia pode ser uma importante fonte de conflito, incluindo uma causa de separação ou divórcio.

Leia também: Como saber se você tem um vício em bebidas alcoólicas

Estratégias para prevenir o vício em pornografia

No caso dos mais jovens, os adultos podem realizar ações que evitem um possível vício. Entre os passos a serem seguidos, incluem-se os seguintes:

  • Instalar programas anti-pornografia em todos os computadores e dispositivos móveis da casa.
  • Impedir que menores acessem a Internet em espaços privados.
  • Promover educação sexual de qualidade em casa, de acordo com a idade dos menores.
  • Realizar atividades recreativas ou esportivas com a família.
  • Promover a comunicação assertiva.
  • Promover atividades sociais com outras crianças ou adolescentes.
  • Se for detectado o vício, buscar ajuda profissional.

No caso dos adultos, como qualquer outra dificuldade emocional que altere a vida cotidiana, o mais aconselhável será ajudá-los a reconhecer o seu problema. Assim, será mais fácil recorrer voluntariamente a um profissional especializado em vícios sexuais.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Joyce, R. A. (2008). Pornography and the Internet. IEEE Internet Computing, 12(4), 74-77. doi: https://doi.org/10.1109/MIC.2008.83
  • Mayer, M. A. (2011). La utilización de Internet entre los adolescentes, riesgos y beneficios. Atención Primaria, 43(6), 287–288. doi: https://doi.org/10.1016/j.aprim.2010.12.004
  • Shekarey, A., Rostami, M. S., Mazdai, K., & Mohammadi, A. (2011). Masturbation: Prevention; Treatment. Procedia. Social and Behavioral Sciences, Vol. 30, 1641–1646. doi: https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2011.10.318
  • Velasco, A. & Gil, V. (2017). La adicción a la pornografía: causas y consecuencias. Drugs and Addictive Behavior,  Vol. 2, (1), 122-130. doi:https://doi.org/10.21501/24631779.2265

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.