6 tipos de parto e suas características

Existe mais de um tipo de parto? Claro que sim! Existem várias maneiras de dar à luz. Isso depende da situação clínica, da decisão da mãe e das condições do sistema de saúde. A seguir você descobrirá as características mais relevantes de cada forma.
6 tipos de parto e suas características
Leonardo Biolatto

Escrito e verificado por médico Leonardo Biolatto.

Última atualização: 27 maio, 2022

Pensar que existem diferentes tipos de parto pode não parecer lógico em um primeiro momento, mas a realidade é que existem diferentes formas de dar à luz. O avanço da medicina também contribuiu para a diversidade e compreensão das possibilidades que existem nesse processo.

Da mesma forma, uma maior consciência do que significa a gestação e o corpo da mulher, do ponto de vista filosófico, modificou ao extremo as intervenções médicas. Isso deu origem ao surgimento de variações baseadas em um parto natural e com a menor incidência possível de indivíduos externos, como médicos.

6 tipos de parto

Vamos nos concentrar em 6 tipos de parto para explicá-los. Essa classificação é um tanto artificial em alguns aspectos, pois a rigor, o parto do bebê apenas pode acontecer por duas vias: vaginal ou abdominal (cesariana).

De qualquer forma, a forma vaginal não tem uma modalidade única, nem a cesariana. Vejamos, então, as características de cada forma.

1. Parto vaginal com intervenção médica

Como o próprio nome indica, esse tipo de parto acontece com a saída do bebê pela vagina da mãe. Essa é a via natural de expulsão, tanto da criança quanto das estruturas adjacentes, como a placenta. Lembre-se que a incisão feita na cesariana é um procedimento cirúrgico.

A intervenção médica tem a ver com certos tratamentos e protocolos que são aplicados para reduzir o risco de complicações. Isso é algo que as associações médicas de cada país e os ministérios da saúde disponibilizam para reduzir a mortalidade materna e neonatal.

O parto ocorre em um ambiente hospitalar controlado, com uma equipe de intervenção que geralmente é composta por um médico, parteira ou obstetra, enfermeiros e neonatologistas. Uma série de etapas estabelecidas são seguidas e os parâmetros da paciente são frequentemente monitorados, com a possibilidade de aplicação de anestesia local, por exemplo.

Parto vaginal com intervenção médica.
Embora tenham sido definidos seis tipos de parto, a saída do bebê apenas é possível por duas vias: vaginal e abdominal (cesariana).

2. Parto natural

O parto natural é outro tipo que acontece pela via vaginal, mas que se baseia em um princípio de intervenção mínima por agentes externos ao processo, como a equipe médica. Isso não significa que a segurança seja reduzida, mas sim que se busca não influenciar deliberadamente.

É comum uma figura chamada doula participar. Essas são pessoas que foram treinadas para acompanhar o processo de forma especial. Elas auxiliam a mãe em suas mobilizações, sem usar analgésicos ou anestésicos, e evitam que a mulher fique o tempo todo deitada, além de dar a ela toda a liberdade nas decisões.

Vários países legislaram essa assistência sob uma lei de parto humanizado. Nela são estabelecidos o direito das mães de optar por esse método de abordagem que as focaliza, e que não se baseie em imposições médicas que constituam alguma forma de violência obstétrica.

3. Parto na água

Uma modalidade que tem ganhado espaço nos últimos tempos tem sido o parto na água. Ele consiste na expulsão do bebê pela vagina em meio líquido. Para isso, a mãe permanece submersa em uma piscina projetada para esse fim.

A base científica é válida e corroborada. A criança passa de um líquido para outro, e a mulher também se beneficia da hidroterapia, que reduz a dor das contrações, bem como o esforço da fase expulsiva, por não contrariar a gravidade como acontece em outras posições.

Esse tipo de parto pode ser feito em casa ou em clínicas adaptadas para isso, com salas que possuem piscinas para essa modalidade. Isso não anula a supervisão médica ou o acompanhamento das doulas.

4. Parto por indução

O parto pode ser realizado por via vaginal após uma indução, que consiste na aplicação de medicamentos destinados a estimular as contrações e a saída do bebê. A situação mais comum para a qual se decide induzir é em uma gestação que ultrapassa o tempo estipulado para a data provável.

A mulher é internada e a equipe médica administra, por via intravenosa, vaginal ou oral, substâncias farmacológicas que provocam as contrações. Ao mesmo tempo, a dinâmica do útero, a frequência cardíaca do bebê e a pressão arterial da mãe são monitoradas e controladas. Se a indução for bem sucedida, o parto acontece normalmente.

Se depois de algumas horas não houver dilatação suficiente, as contrações não provocarem a expulsão ou o bebê estiver em risco, é realizada uma cesariana.

5. Cesariana planejada

O parto cesáreo é o parto do bebê pela região abdominal da mãe por meio de uma intervenção cirúrgica. Esta cirurgia pode ser agendada sabendo-se a data provável do parto e as condições obstétricas da gravidez.

As indicações para a cesariana são muitas, sendo até mesmo escolhida por mulheres que decidem não fazer o parto vaginal. As sociedades médicas preconizam que esse procedimento seja reservado para situações clínicas que o justifiquem, e que não seja feito por comodidade; nem para a mulher, nem para o médico.

Cesariana planejada.
A cesariana envolve um procedimento cirúrgico. Ela pode ser agendada estimando a possível data do parto.

6. Cesariana de emergência

Pode acontecer que a gravidez sofra complicações e leve a um quadro clínico de emergência, que exige a retirada do bebê para salvar sua vida e também para evitar complicações na mãe. Caso o trabalho de parto não se inicie ou seja perigoso realizá-lo nessa perspectiva, será realizada uma cesariana de emergência.

As situações que levam a essa intervenção são, por exemplo, infecções maternas graves com febre alta, ruptura espontânea e prematura de membranas não acompanhada de contrações ou eclâmpsia. A decisão de realizá-la é delicada, pois ainda se trata de uma cirurgia, com seus fatores de risco.

Cada tipo de parto tem suas peculiaridades

Os diferentes tipos de parto têm seus benefícios e riscos. A escolha, ou o fato de um acontecer ao invés do outro, não implica que haja uma opção melhor. As cesarianas não são naturais, mas muitas vezes representam o único caminho para um resultado sem complicações.

Se você estiver grávida, é essencial que você discuta seu trabalho de parto ou cesariana com o seu obstetra sempre que puder. Desde o início da gravidez, as intenções da mãe e as opções disponíveis para ela devem ser esclarecidas.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Hernández-Hernández, Diana, et al. “Complicaciones maternas y neonatales secundarias a parto vaginal instrumentado con fórceps.” MÉDICA SUR SOCIED A SUR SOCIED A SUR SOCIEDAD DE MÉDICOS, AC AD DE MÉDICOS, AC 52 (2012).
  • España, José Andrés Calvache, and Juan Carlos Zafra Pedone. “Analgesia epidural para el trabajo de parto.” Iatreia 21.4 (2008): ág-355.
  • Intriago, Mariela G. Macías, et al. “Importancia y beneficios del parto humanizado.” Dominio de las Ciencias 4.3 (2018): 392-415.
  • Lits, Ruth Ysabel Tavera, María Verónica Aveiga Hidalgo, and Ana Morabia Gómez Vargas. “Papel de la enfermera como doula en la labor de parto humanizado.” Dilemas contemporáneos: Educación, Política y Valores (2019).
  • Felitti, Karina, and Leila Abdala. “El parto humanizado en la Argentina: activismos, espiritualidades y derechos.” Parterías de Latinoamérica. Diferentes territorios, mismas batallas (2018): 123-152.
  • Gesteira, Cecilia Rodríguez, and Mercedes Soto González. “Efectos maternos y neonatales del parto en el agua. Una revisión sistemática.” Clínica e Investigación en Ginecología y Obstetricia (2020).
  • Mallen-Perez, Laura, et al. “Uso de hidroterapia durante el parto: evaluación del dolor, uso de analgesia y seguridad neonatal.” Enfermería Clínica 28.5 (2018): 309-315.
  • Sampedrano, Istria Molinero, et al. “Impacto del cambio de fármaco utilizado en la inducción del parto: misoprostol vaginal versus dinoprostona.” Progresos de obstetricia y ginecología: revista oficial de la Sociedad Española de Ginecología y Obstetricia 59.4 (2016): 205-210.
  • Morgan-Ortiz, Fred, et al. “Frecuencia de las indicaciones de operación cesárea de acuerdo con la clasificación de robson.” Rev Med UAS; Vol 8.1 (2018).

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.