Sociopatas: como são e como identificá-los
A sociopatia, também conhecida como transtorno de personalidade antissocial, é uma condição de saúde mental sobre a qual vários mal-entendidos foram criados. Filmes e séries de televisão ajudaram a criar alguns mitos, assim como preconceitos em relação às pessoas com este transtorno. Hoje mostraremos como os sociopatas realmente são e o que os caracteriza.
Este transtorno não deve de forma alguma ser confundido com comportamentos associais ou antissociais. Por exemplo, estes últimos podem se desenvolver sem nenhum tipo de condição diagnosticável. Embora muitos sociopatas consigam ocultar muito bem o seu comportamento, na prática existem alguns indícios que nos podem alertar para a presença deste transtorno mental.
Sociopatia: um distúrbio relativamente comum
O sociopata é uma pessoa com transtorno de personalidade antissocial. Esse transtorno não pode ser diagnosticado na infância, já que os especialistas sugerem esperar até que o paciente complete 18 anos para fazer uma avaliação objetiva de comportamento (que se inicia por volta dos 8 anos).
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Não está muito claro por que a sociopatia se desenvolve. De acordo com os pesquisadores, experiências traumáticas na infância (maus tratos, violência ou abandono) podem desencadear o problema. Também foi sugerido que até 56% dos casos são explicados por contribuições genéticas. Ambas hipóteses são aceitas entre as principais causas.
Segundo alguns estudos, entre 2% e 3% da população é sociopata. Essa porcentagem aumenta para 60% na comunidade carcerária masculina; portanto, sabemos que esse transtorno é mais comum em homens do que em mulheres, com uma proporção estimada de 3 para 1.
O transtorno de personalidade antissocial é uma condição crônica, caracterizada pelas seguintes particularidades:
- Descumprimento da lei.
- Incapacidade de estabelecer relações sociais estáveis.
- Incapacidade de distinguir o certo do errado (portanto, existe desprezo por ambos).
- Tendência à manipulação.
- Tendência a enganar os outros.
- Problemas para manter um comportamento normativo estável.
Devido a seu comportamento impulsivo, a maioria dos sociopatas costuma experimentar tentativas de suicídio, homicídio, ferimentos e acidentes, além de apresentar mais infecções virais e sexualmente transmissíveis. Portanto, a taxa de mortalidade é maior entre os sociopatas do que em outros grupos (esse é um dos transtornos mais difíceis de tratar).
Qual a diferença entre sociopatas e psicopatas?
A psicopatia e a sociopatia são frequentemente consideradas como o mesmo transtorno. Embora ambas tenham características em comum, os especialistas sempre enfatizam que essas são condições diferentes. Em geral, um psicopata manifesta os mesmos sintomas que um sociopata, mas com maior intensidade.
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Nesse sentido, um paciente com transtorno psicopático apresentará episódios de violência, agressão, manipulação e falta de empatia maiores do que alguém com transtorno de personalidade antissocial. Dezenas de mitos também foram criados em torno da psicopatia, a maioria deles falsos.
A verdade é que não existe uma fronteira clara entre uma ou outra condição, ou dos comportamentos manifestados. De fato, um psicopata pode não ter um histórico de violência, mas sim de outro tipo de comportamento disruptivo (como mentir compulsivamente). Tanto sociopatas quanto psicopatas sentem emoções, outro equívoco que foi construído em torno deles.
Qual a diferença entre sociopatas e narcisistas?
Assim como no caso anterior, existe uma crença na cultura popular de que todo narcisista é um sociopata, e vice-versa. A diferença é sutil, mas essas são condições diferentes. De fato, o transtorno de personalidade narcisista é considerado um dos diagnósticos diferenciais da sociopatia.
Ambos compartilham de falta de empatia, manipulação e mentiras recorrentes, mas os narcisistas geralmente não são violentos ou agressivos. No DSM 5, o narcisismo e a psicopatia compartilham o mesmo grupo (B), junto com o transtorno de personalidade borderline e o transtorno de personalidade histriônica.
Como identificar um sociopata?
Após a apresentação anterior, você está pronto para aprender os sinais para identificar os sociopatas. Você já aprendeu que nem todos eles compartilham o mesmo comportamento, embora apresentem algumas particularidades que podem levantar suspeitas. Os pesquisadores indicam as seguintes características da sociopatia:
- Padrão generalizado de desprezo em relação aos outros.
- Ausência de remorso por seus comportamentos (furto, violência, agressão e outros).
- Falta de responsabilidade (que os impede de manter compromissos na vida normativa: trabalhar, pagar contas como aluguel e dívidas, e assim por diante).
- Comportamentos impulsivos (um sociopata não planeja as suas ações).
- Irritabilidade manifestada por violência física e verbal.
- Enganar e mentir para ganho pessoal (o que os leva a cometer atos como golpes, roubo de identidade e assim por diante).
- Desprezo pela própria segurança e dos outros.
- Tendência à manipulação.
- Problemas de abuso de álcool ou drogas recreativas.
- Tendência constante em desobedecer as leis estabelecidas.
- Ausência de planejamento a longo prazo em relação às suas decisões.
Como apontamos, esse transtorno não pode ser diagnosticado antes dos 18 anos. Até então, pode ser explicado por meio de transtornos de conduta (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, transtorno desafiador de oposição e outros). Se o padrão começou antes dos 15 anos e continua após os 18, a sociopatia pode ser considerada um diagnóstico possível.
Em geral, os sociopatas não são capazes de perceber que têm um problema; por isso não buscam ajuda por si mesmos nem refletem sobre o próprio comportamento. Embora tratamentos farmacológicos e psicológicos possam ajudar, a verdade é que essa não é uma condição fácil de tratar. As evidências indicam que o abandono do tratamento é bastante comum.
Esperamos que as informações que apresentamos sirvam como um guia para saber como identificar os sociopatas. Esse é um transtorno altamente variável e com grande repercussão na vida social do indivíduo, e que por isso não passará despercebido; sempre acontecerão novos episódios que vão contra o estado normativo da sociedade.
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