A síndrome de abstinência neonatal
Escrito e verificado por médico Leonardo Biolatto
A síndrome de abstinência neonatal é um conjunto de sintomas que o bebê sente ao nascer quando a mãe abusou de certas drogas durante a gravidez. Na verdade, pode acontecer tanto antes quanto depois do nascimento.
Pode ocorrer em gestações em que a mãe consumiu drogas como heroína, álcool, metadona e até maconha. Muitos tipos de drogas atravessam a placenta, órgão responsável por conectar o bebê à mãe no útero. Por isso, o feto se torna dependente dessa droga, assim como a mãe.
Infelizmente, estima-se que um em cada dez bebês tenha sido exposto a drogas durante a gravidez. Neste artigo, vamos explicar o que é a síndrome de abstinência neonatal e como evitá-la.
Quais são as causas da síndrome de abstinência neonatal?
Como já dissemos, a síndrome de abstinência neonatal ocorre porque, durante a gravidez, a mãe ingere drogas ou narcóticos sem levar sua gestação em consideração. No entanto, isso não acontece com todas as drogas. Para que essa patologia ocorra, os medicamentos devem atravessar a placenta e chegar ao feto. Além disso, devem ser substâncias que tendem a criar dependência.
Essa síndrome pode ocorrer tanto antes quanto depois do nascimento:
- Síndrome de abstinência pré-natal: ocorre quando a mãe para de tomar as substâncias enquanto está grávida. Ou seja, o bebê sofre dentro do útero.
- Síndrome de abstinência pós-natal: ocorre quando a mãe não para de consumir a droga e o bebê nasce. Essa síndrome ocorre porque, após o parto, a criança deixa de ter contato com a substância, pois não está mais conectada à mãe.
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Quais substâncias podem causar a síndrome de abstinência neonatal?
Como mencionamos, a maioria das drogas tem efeitos sobre o feto. No entanto, é verdade que algumas substâncias têm uma probabilidade maior de causar essa síndrome do que outras.
Em primeiro lugar, é importante saber que os opiáceos causam esse problema em mais da metade dos bebês. Ou seja, bebês de mães que consomem heroína ou metadona têm 50% de chance de apresentar síndrome de abstinência neonatal.
Embora muitas pessoas não saibam, o consumo de álcool durante a gravidez é uma das coisas mais prejudiciais para a criança. O álcool também causa essa síndrome. Além disso, pode levar ao aparecimento de patologias muito graves, como malformações e deficiência mental.
O mesmo acontece com as anfetaminas e os barbitúricos. Os barbitúricos são substâncias ansiolíticas e sedativas que grande parte da população consome, embora precisem ser prescritas.
A cocaína, por sua vez, não é capaz de provocar essa síndrome. No entanto, isso não significa que não seja tóxica para o feto. De fato, muitos estudos afirmam que o consumo de cocaína prejudica o desenvolvimento do bebê.
Quais são os sintomas da síndrome de abstinência neonatal?
Os sintomas da síndrome de abstinência neonatal dependem da substância que a causa. Além disso, também variam de acordo com a última vez em que a substância foi consumida. Os sintomas costumam aparecer um dia após o nascimento ou até cinco dias depois. Cada bebê vive essa situação de maneira diferente.
Os sintomas mais comuns são:
- Tremores e convulsões.
- O bebê fica muito irritado, chora continuamente e com muita intensidade.
- Tem dificuldade para dormir.
- Pode ficar com o tônus muscular rígido.
- A criança tem dificuldade de realizar o movimento de sucção e, por isso, tem uma alimentação deficiente. Pode apresentar vômitos.
- A diarreia também é comum, assim como a desidratação e a transpiração excessiva.
Curiosamente, os bebês prematuros tendem a apresentar sintomas mais leves e a se recuperar mais rapidamente. Ainda assim, a maioria também apresenta febre e nariz entupido.
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Conclusão
A única maneira de evitar a síndrome de abstinência neonatal é fazer com que as mães evitem o consumo de substâncias psicoativas durante a gravidez, cientes de que o que consumirem pode afetar o feto. Se você estiver grávida, tente não ingerir nenhum tipo de droga durante esse período.
Caso você conheça uma mãe que está nessa situação, tente procurar um médico. Certamente o profissional vai pode ajudar você a aconselhá-la ou incentivá-la a abandonar o uso. Todo cuidado é pouco para proteger a criança.
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