Fatores de risco durante a gravidez

A gravidez é uma experiência de vida única que também pode envolver certos riscos, tanto para a mãe quanto para o bebê. No entanto, um controle médico adequado pode ser determinante para a saúde de ambos.
Fatores de risco durante a gravidez
Abel Verdejo

Escrito e verificado por o fisioterapeuta Abel Verdejo.

Última atualização: 31 dezembro, 2020

Quando a gestação acontece normalmente, é uma bênção para a mãe e sua família. Mas esse nem sempre é o caso. Existem fatores de risco durante a gravidez que podem afetar a vida da mulher e do futuro bebê.

Problemas de saúde prévios, idade, estilo de vida e doenças que podem ocorrer durante a gravidez são fatores que podem colocar em risco uma gestação normal.

Principais fatores de risco durante a gravidez

Vamos ver a seguir quais são os principais fatores de risco durante a gravidez, segundo o Dr. Raul Artal-Mittelmark.

1. Problemas de saúde

Em caso de doença, o risco de gravidez é maior, o que exige controles médicos periódicos mais rigorosos.

Existem condições de saúde que podem comprometer seriamente o desenvolvimento normal da gravidez. No entanto, mulheres com prognósticos muito complicados podem se recuperar com um controle médico adequado.

2. Pressão arterial alta

Se durante a gravidez a mulher não estiver sob controle médico e a pressão arterial for elevada, ela corre o risco de sofrer de pré-eclâmpsia. Essa condição pode danificar os rins da mãe e o bebê pode nascer com baixo peso. É uma das complicações de maior risco nesse período, portanto, controles periódicos da pressão arterial devem ser realizados se estivermos no período de gestação.

3. Síndrome do ovário policístico (SOP)

Essa síndrome não só dificulta a capacidade da mulher de engravidar, mas também a impede de completar a gravidez, o que causa abortos espontâneos antes das 20 semanas.

4. Diabetes

A mulher que tem essa doença deve controlar seus níveis de açúcar no sangue antes de engravidar. A diabetes pode causar malformações desde as primeiras semanas de gravidez e causar complicações no bebê.

5. Doenças renais

Uma mulher com doença renal não só tem dificuldade para engravidar, como também para manter a gravidez, já que as chances de abortos espontâneos são altas. O cuidado necessário em uma gravidez quando se tem uma doença renal deve ser extremo.

6. Doenças autoimunes

Condições como lúpus e esclerose múltipla podem aumentar as complicações durante a gravidez. Além disso, é possível que a mulher apresente uma diminuição temporária dos sintomas, mas para outras pode ser o contrário. Alguns medicamentos para tratar essas doenças são prejudiciais ao feto, o que complica ainda mais o processo da gravidez.

7. Obesidade

As mulheres obesas geralmente têm uma gravidez muito difícil e um parto complicado, porque as chances de ter diabetes gestacional aumentam. O peso que uma mulher obesa pode ganhar durante a gravidez deve estar entre os 5 e 9 quilos, no máximo.

8. HIV/AIDS

A mulher que apresenta essas cargas virais precisa de monitoramento médico precoce e regular para garantir que o vírus não atinja o bebê. Uma mulher com HIV/AIDS pode ter um parto vaginal seguro para seu filho, desde que esteja sob um acompanhamento pré-natal adequado.

9. Idade

A idade reprodutiva da mulher varia de 15 a 44 anos, aproximadamente. No entanto, quando a gravidez ocorre antes dos 18 anos e depois dos 35, é considerada de alto risco. A partir dessa idade, há um maior número de probabilidades de sofrer doenças cromossômicas. Nesse caso, será necessário um controle médico rigoroso.

10. Fatores relacionados ao estilo de vida

Se o estilo de vida de uma mulher incluir álcool, cigarro e drogas, isso obviamente terá consequências para sua saúde. Contudo, durante a gravidez, as repercussões podem afetar o bebê também. Tudo dependerá do compromisso da mulher em deixar essas práticas de lado para ter uma gravidez normal.

Consumo de álcool

O álcool que é consumido durante a gravidez passa diretamente para o feto através do cordão umbilical. O consumo de álcool pode provocar um aborto natural ou o nascimento de uma criança morta. O bebê também é mais propenso a ter defeitos congênitos e sofrer da síndrome do alcoolismo fetal.

Fumar

Fumar cigarros durante a gravidez pode causar certos defeitos congênitos, assim como uma baixa altura e peso do bebê. Além disso, pode causar a síndrome da morte súbita na criança. Da mesma forma, a gestante que respira a fumaça de forma passiva está em risco de complicações, tanto ela quanto o bebê.

Drogas

consumo de drogas como maconha, cocaína ou heroína tem efeitos muito graves sobre o bebê, tais como o desenvolvimento de distúrbios de atenção, dificuldades de aprendizagem, baixa altura e peso, síndrome de abstinência, transtornos do sono, distúrbios da coordenação motora, altos níveis de atividade e pouco controle. O uso de alguns medicamentos sem prescrição médica provoca as mesmas complicações.

11. Condições da gravidez

Mulher grávida com sapatinhos de bebê
O acompanhamento médico determinará a presença de complicações na gravidez.

Uma mulher saudável que preenche todas as condições para ter uma gravidez normal pode apresentar, no momento da gravidez, certas condições que podem transformar sua gestação em uma gestação de alto risco, tais como:

Gravidez múltipla

Se houver dois, três ou mais bebês em uma gestação, provavelmente eles nascerão prematuramente. Quando a mãe tem mais de 30 anos e toma medicamentos para fertilidade, as chances de uma gravidez múltipla são altas. Geralmente será necessário recorrer a uma cesariana, mesmo que o tamanho dos bebês múltiplos seja muito menor do que comparado ao de um bebê único.

Diabetes gestacional

É um tipo de diabetes que surge apenas na gravidez, embora possa persistir por muito tempo. Muitas mulheres podem ter gestações saudáveis ​​se seguirem uma dieta adequada e realizarem os exames médicos necessários. A diabetes gestacional aumenta o risco de parto prematuro, pré-eclâmpsia e pressão alta.

Pré-eclâmpsia e eclâmpsia

A pré-eclâmpsia é uma síndrome que resulta em um aumento súbito da pressão arterial após 20 semanas de gestação. Pode afetar os rins, o fígado e o cérebro da mãe.

Se não for tratada, pode ser mortal para a mãe e para o feto. A eclâmpsia é uma derivação da pré-eclâmpsia, caracterizada por um risco aumentado para a mãe, uma vez que ela pode convulsionar ou entrar em coma.

Consideração final

As situações descritas acima são importantes fatores de risco durante a gravidez, mas é possível ter uma gravidez saudável que culmine com a chegada de um bebê igualmente saudável. Tudo dependerá da mulher se submeter ao acompanhamento médico necessário e ter a vontade necessária para cumprir as instruções da equipe médica.


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