7 sequelas da poliomielite

A poliomielite é uma doença infecciosa cuja incidência diminuiu bastante graças à vacinação. No entanto, muitas pessoas que desenvolveram a doença sofrem sequelas subsequentes. A seguir explicaremos tudo a você.
7 sequelas da poliomielite
Leonardo Biolatto

Escrito e verificado por médico Leonardo Biolatto.

Última atualização: 02 junho, 2022

Sofrer sequelas da poliomielite é algo bastante improvável atualmente, graças à vacinação. No entanto, a cada ano ainda são registrados novos casos em partes da Ásia e da África. Trata-se de uma doença contagiosa causada por um vírus que afeta principalmente as crianças.

A verdade é que a maioria das pessoas infectadas são assintomáticas e não desenvolvem a patologia. No entanto, existe uma porcentagem de pessoas que adoecem e podem sofrer de poliomielite não paralítica ou paralítica.

O que é a síndrome pós-pólio?

A síndrome pós-pólio é um conjunto de sintomas e sinais que ocorrem como sequela em pessoas que sofreram poliomielite. Ela costuma aparecer de quinze a trinta anos após a infecção aguda.

Embora os estudos ainda sejam inconclusivos, estima-se que ela afete entre 20 e 85% das pessoas que já tiveram a doença. No entanto, parece que certos fatores aumentam o risco.

Por exemplo, pessoas que contraem o vírus em idade mais avançada, e não na infância, são mais propensas a contraí-la. Da mesma forma, o fato de a infecção inicial ter sido mais grave parece ser decisivo.

Um artigo publicado no National Institutes of Health afirma que os pacientes que tiveram uma recuperação muito boa após adoecerem de poliomielite também são mais propensos a sofrer da síndrome.

Pessoa em cadeira de rodas devido à poliomielite.
As sequelas paralíticas da poliomielite fazem parte da síndrome pós-pólio.

Sequelas da poliomielite

Vamos percorrer as sete sequelas mais importantes após a manifestação da poliomielite. Muitas delas, quando aparecem juntas, compõem a síndrome pós-pólio que já mencionamos. Vamos olhar mais de perto:

1. Deterioração muscular

O vírus da poliomielite pode causar deterioração muscular progressiva, com fraqueza muscular em algumas partes do corpo. Estas não precisam ser regiões que foram afetadas durante a infecção inicial. De fato, muitas vezes isso ocorre em locais que antes eram saudáveis.

A fraqueza muscular aparece, na maioria dos pacientes, nos braços. Quase todas as pessoas que já sofreram de poliomielite comentam ter sofrido uma perda geral de força. Além disso, esse sintoma pode estar acompanhado de atrofia muscular nas pernas.

2. Fadiga

A fadiga é um dos sintomas predominantes da síndrome pós-pólio. Estima-se que quase 68% dos pacientes sofrem com ela de forma contínua. Isso pode ser muito incapacitante, pois essas pessoas se sentem cansadas o tempo todo e tendem a perder a motivação diante dos objetivos.

3. Complicações respiratórias

A terceira consequência da poliomielite são os distúrbios respiratórios. Geralmente há dificuldade em respirar ou engolir. A causa desses problemas está tanto na fraqueza muscular, que pode afetar os músculos da faringe ou da caixa torácica, quanto nas alterações ósseas.

Algumas pessoas experimentam insuficiência respiratória por restrição. Ela consiste em não conseguir obter o oxigênio necessário, pois a capacidade pulmonar está diminuída.

4. Problemas neurológicos como sequelas da poliomielite

Um dos sintomas mais conhecidos da poliomielite é a paralisia. Geralmente ela é flácida, ou seja, as extremidades não são muito rígidas e os reflexos não são preservados. As pernas são as mais afetadas.

Além da paralisia, existem outros problemas neurológicos que podem ser provocados pela poliomielite; por exemplo, a dor crônica. Da mesma forma, é comum que se detecte a síndrome do túnel do carpo e a compressão do nervo mediano.

Algumas pessoas chegam a experimentar um estreitamento do canal onde a medula espinhal está localizada. Isso pode dar origem a vários sintomas, dependendo de qual nível da medula espinhal sofreu o dano.

5. Alteração do sono

O sono é outro aspecto que pode ser afetado por esta doença, pois uma perda na qualidade do descanso dos pacientes foi registrada. Além disso, em vários deles a apneia do sono também está presente; ela consiste em parar de respirar por um período de tempo, durante o sono.

Também foram identificados pacientes com síndrome do movimento periódico das pernas. Embora isso pareça pouco relevante, na realidade não é. Como entidade clínica, as pernas inquietas representam alterações mais profundas no sistema nervoso central e periférico.

6. Fraqueza óssea

Osteoporose por síndrome pós-pólio.
Uma sequela da poliomielite que não está nos músculos é a osteoporose.

Os ossos também são afetados por esta patologia, de forma direta e indireta. A poliomielite está associada a um risco aumentado de osteoporose. Isso implica em uma fragilidade diante de qualquer golpe.

Da mesma forma, ela costuma estar associada à escoliose, que consiste no desvio da coluna para um lado. Esse desvio, quando muito grave, também pode causar problemas respiratórios.

7. Intolerância ao frio

Muitas pessoas se tornam mais sensíveis às baixas temperaturas depois de sofrerem de poliomielite. Trata-se de uma sensação extrema, que torna o frio realmente incômodo para elas. Isso ocorre especialmente na área das pernas e pés.

O que lembrar sobre as sequelas da poliomielite?

Ter poliomielite pode levar uma série de consequências graves, como fraqueza muscular, fadiga constante ou problemas ósseos. Portanto, é importante continuar promovendo a vacinação contra esta doença e garantir que ela chegue a todas as áreas do mundo.

Embora essa seja uma patologia quase erradicada, ainda são relatados casos em países que não conseguiram controlá-la. Os esforços internacionais continuam, e são vitais. Por outro lado, os pacientes adultos que foram expostos ao vírus precisam enfrentar as sequelas da síndrome pós-pólio, necessitando atendimento médico.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Vistrain, S. A. (n.d.). Organización Mexicana para el Conocimiento de los Efectos Tardíos de la Polio El síndrome postpolio debe diagnosticarse por exclusión. Retrieved from www.postpoliomexico.org
  • Síndrome de la pospoliomielitis: National Institute of Neurological Disorders and Stroke (NINDS). (n.d.). Retrieved August 8, 2020, from https://espanol.ninds.nih.gov/trastornos/el_sindrome_de_la_pospoliomielitis.htm
  • SciELO – Salud Pública – Poliomielitis paralítica. Nuevos problemas: el síndrome postpolio Poliomielitis paralítica. Nuevos problemas: el síndrome postpolio. (n.d.). Retrieved August 8, 2020, from https://www.scielosp.org/article/resp/2013.v87n5/517-522/
  • Muñoz Cobos, Francisca, et al. “Polio y postpolio. Visión de pacientes y profesionales en atención primaria.” Revista Española de Salud Pública 92 (2018).
  • Vallbona, Carlos. “POLIOMIELITIS: UNA ENFERMEDAD CASI ERRADICADA Y EL SÍNDROME DE POST POLIO (SPP).”
  • Irles Diciena, María José, and Juan Martínez Fuentes. “Fisioterapia en el síndrome de postpolio.” Revista de Fisioterapia 3.2 (2004).
  • García, Rut Ayerbe, Antonio Pereira Vega, and Alejandro Otegui Calvo. “Afectación pulmonar en enfermedades no neumológicas.”
  • Ramos, Paulo Eduardo, et al. “Effects of Dăoyĭn Qìgōng in postpolio syndrome patients with cold intolerance.” Arquivos de neuro-psiquiatria 70.9 (2012): 680-685.
  • Víquez, Luis Eduardo Gómez, and José Lee Chang Segura. “Síndrome de piernas inquietas. Restless legs syndrome.” Neuroeje 30 (2017): 2.
  • Mingo-Robinet, J., et al. “Aspectos técnicos y complicaciones en el tratamiento de las fracturas de los miembros inferiores con secuelas de poliomielitis.” Revista Española de Cirugía Ortopédica y Traumatología 62.4 (2018): 257-266.
  • OMS | Poliomielitis. (n.d.). Retrieved August 8, 2020, from https://www.who.int/topics/poliomyelitis/es/
  • Mingo-Robinet, J., Alonso, J. A., Moreno-Barrero, M., González-García, L., Garcia-Virto, V., & Aguado, H. J. (2018). Aspectos técnicos y complicaciones en el tratamiento de las fracturas de los miembros inferiores con secuelas de poliomielitis. Revista Espanola de Cirugia Ortopedica y Traumatologia, 62(4), 257–266. https://doi.org/10.1016/j.recot.2018.01.011
  • La “rara” secuela de una epidemia: el caso del síndrome Post-Polio – Dialnet. (n.d.). Retrieved August 8, 2020, from https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=7119553
  • Águila-Maturana, A. M., Cano-De La Cuerda, R., MacÍas-Jiménez, A. I., & Miangolarra-Page, J. C. (2005). Nuevos síntomas en pacientes con secuelas de poliomielitis. Síndrome pospolio. Rehabilitacion, 39(1), 13–19. https://doi.org/10.1016/S0048-7120(05)74299-7

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.