Logo image
Logo image

É arriscado se bronzear durante a gravidez?

6 minutos
Uma pele bronzeada é atraente, mas, antes de ser uma resposta estética, o escurecimento se deve a uma medida de proteção contra os raios ultravioleta. O excesso pode ter consequências graves.
É arriscado se bronzear durante a gravidez?
Escrito por Ana Núñez
Última atualização: 23 agosto, 2022

Sol e saúde andam de mãos dadas, então sempre será um pouco estranho se perguntar se é arriscado se bronzear durante a gravidez. Isso será perigoso caso se torne uma atividade feita em excesso, sem conhecermos o seu alcance e seus limites.

Os raios ultravioleta de ondas curtas (UVB) e de ondas longas (UVA) têm efeitos na pele dependendo da sua intensidade e comprimento. Nesse sentido, sabemos que, sob a ação dos raios UVB, a pele produz a vitamina D3, essencial para a estrutura óssea. No entanto, para obter os seus benefícios, bastam de 20 a 30 minutos de exposição ao sol.

O bronzeamento exige mais tempo e cuidado. E se o bronzeamento sob o sol já envolve riscos e exige o máximo de cautela, ele fica totalmente descartado em câmaras de bronzeamento. Neste artigo, explicaremos o porquê.

Por que nos bronzeamos?

O bronzeamento é uma reação da pele para se proteger da ação dos raios ultravioleta de ondas curtas ou UVB. Essa radiação é interceptada pela camada de ozônio, mas ela foi afetada pela crise climática e a incidência desses raios na superfície terrestre aumentou.

Eles são capturados pela pele e a sua resposta natural, quando eles atravessam a epiderme, é o escurecimento, produto da melanina. Esta é um biopolímero produzido pelos melanócitos, que ficam na camada mais profunda da epiderme (ou estrato basal).

A melanina, que absorve até 99% dos raios solares, fica depositada nos queratinócitos, células que constituem a pele. É aqui que ela se acumula ao redor do núcleo da célula para proteger o DNA de possíveis mutações causadas pela radiação solar.

Prolongar o tempo de exposição ao sol significa exceder essa barreira natural e passar do bronzeado atraente para a queimadura solar.

Você pode se interessar:  Quais são os efeitos da radiação solar na saúde?

É arriscado se bronzear durante a gravidez?

Some figure
O bronzeamento tem, na sua base, uma reação de defesa do corpo. É a sua forma de se proteger dos raios UV.

Em geral, o bronzeamento não é recomendado. A animação do verão, a sensação de liberdade e a ideia de que um pouco mais não vai nos prejudicar podem ter sérias repercussões. Porém, tomando todas as precauções e sendo consciente dos riscos, um pouco de sol vai ser bom para as gestantes e para o bebê.

O sol ajuda a sintetizar a vitamina D que contribui para a absorção do cálcio, ajudando assim a fortalecer os ossos, tanto da mãe quanto do bebê, que recebe o cálcio através da placenta. As necessidades de vitamina D aumentam em 300% devido à mineralização dos ossos do feto.

Por outro lado, a exposição ao sol durante no máximo meia hora não implica necessariamente se bronzear. Receber luz pela manhã, antes das 11, ou à tarde, depois das 5, já é saudável. Mas se bronzear, além da estética, é uma resposta à radiação solar, e a sua intensidade vai depender mais do tipo de pele do que do sol recebido.

Se a pele for muito branca, antes de se bronzear, ela se queima; portanto, para se proteger, seria necessário um filtro com fator de proteção entre 20 e 50. Se a pele for clara, ela vai se bronzear gradativamente e o fator de proteção deve estar entre 15 e 20.

A pele morena, por outro lado, fica bronzeada rapidamente. A escura se bronzeia em profundidade. Nestes casos, os filtros solares variam de 10 a 15 e de 4 a 10, respectivamente. Em suma, sem a proteção adequada, não devemos nos expor aos raios ultravioleta.

Possíveis consequências de se bronzear durante a gravidez

Durante a gravidez, a pele fica mais sensível devido ao aumento dos hormônios e a uma maior irrigação sanguínea. Se a exposição aos raios ultravioleta for cautelosa, é razoável considerar que se bronzear é arriscado durante a gravidez.

Cloasma

Também chamado de melasma, é um tipo de mancha escura causada pelo aumento da produção de progesterona. Geralmente surge no rosto (no buço, maçãs do rosto e testa). A intensidade dependerá do tempo ao sol.

A pele mais escura é mais propensa ao seu aparecimento. Uma vez que surge, é muito difícil fazer com que desapareça.

Melanoma

É um tipo de câncer de pele que se desenvolve quando os melanócitos crescem descontroladamente. Entre as causas está a predisposição genética e a exposição ao sol. É mais comum na pele branca, com elevada densidade de sardas, e em pessoas ruivas.

Espinha bífida

A exposição aos raios ultravioleta causa superaquecimento, o que pode afetar o desenvolvimento da coluna vertebral do bebê. Além disso, acarreta uma diminuição do ácido fólico, aumentando o risco de espinha bífida.

A razão é que o ácido fólico é sensível à luz solar e se degrada, especialmente diante da ação dos raios solares.

Tanorexia

Por tudo isso, submeter-se ao sol sem prestar atenção aos cuidados e com um desejo obsessivo de atingir o objetivo do bronzeamento pode ser um indício de tanorexia. Uma obsessão pela pele morena pode levar a gestante a se submeter a sessões em câmaras UV, com uma concentração de raios superior à natural e mais agressiva.

Já vimos que, sob todos os pontos de vista, o sol é saudável nos horários e momentos apropriados. No entanto, se quisermos nos bronzear, a exposição ao sol não é a única solução.

Alguns cremes especiais combinam os seus ingredientes ativos com a queratina e outras proteínas das camadas superficiais da pele. Assim, geram um bronzeado sem melanina, adequado ao desejo estético.

Some figure
A obsessão pelo bronzeamento pode ser descrita como tanorexia. Esta é uma prática prejudicial e quase viciante.

Recomendamos ler também: Tanorexia: quando estar bronzeado se torna uma obsessão

Dicas para se proteger da radiação durante a gravidez

Com os cuidados ditados pelo bom senso, como o uso de protetores e a escolha dos horários recomendados, o primeiro dia de exposição ao sol não deve ultrapassar os 15 minutos.

Se a estada de verão for prolongada, no dia seguinte a exposição deve ser aumentada em 10 minutos, e assim sucessivamente até alcançar 10 dias, se aplicável; isso funciona como um mecanismo de preparação para que a pele resista ao sol.

Com este bronzeamento, vamos nos proteger de forma imediata, mas não dos efeitos a longo prazo, como o câncer de pele ou o envelhecimento precoce. O bronzeamento da pele não pode ser uma prática recorrente.

Certamente, não adianta usar guarda-sol ou se sentar à sombra, uma vez que a areia e a água funcionam como espelhos que multiplicam a radiação. O risco está em ficarmos expostos acreditando que estamos protegidos. As queimaduras vão aparecer mais tarde.

Sim, é arriscado se bronzear durante a gravidez

Se você não consegue evitar passar das 11 da manhã e acha irresistível deitar ao sol ou debaixo de um guarda-sol com o Astro-rei em todo o seu esplendor, então sim, é arriscado se bronzear durante a gravidez.

Nesse caso, os filtros solares são de vital importância. Todas as áreas expostas do seu corpo devem ser totalmente protegidas.

Você deve aplicá-los entre 30 e 60 minutos antes da exposição, em quantidade suficiente. Depois do banho na piscina ou no mar ou depois de transpirar, o filtro precisa ser repassado.

Não importa se a embalagem diz que o filtro é à prova d’água. Se já se passaram mais de 3 horas ao sol, reaplique-o. Nenhuma precaução é demais para proteger a sua pele e, principalmente, a formação saudável do seu bebê.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • AZUA BLANCO, M.ª Dolores y MURO BAQUERO, Carmen. Tanorexia: ¿a quién afecta? ¿Problemas?. Gerokomos [online]. 2014, vol.25, n.1 [citado 2021-03-12], pp.28-31. Disponible en: <http://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1134-928X2014000100007&lng=es&nrm=iso>. ISSN 1134-928X. Disponible en: http://dx.doi.org/10.4321/S1134-928X2014000100007.
  • Carreras, M. (2005). Protección solar de la embarazada, del bebé y del niño. Matronas Prof, 6(1), 19-21.
  • Díaz, L., Cariño, C., & Méndez, I. (2001). La vitamina D: implicaciones en la salud y el embarazo. Revista de Investigación Clínica, 53(1), 77-85. Disponible en: https://www.researchgate.net/profile/Isabel_Mendez/publication/12004474_Vitamin_D_implications_in_health_and_pregnancy/links/570541d008aef745f7173934/Vitamin-D-implications-in-health-and-pregnancy.pdf
  • Donis, A. A., Niebla, R. M. L., & Hajar, T. (2015). Fototerapia durante el embarazo y la lactancia. Dermatología Cosmética, Médica y Quirúrgica, 13(2), 128-133.
  • Iglesias Pena, L. (2020). Melanoma y embarazo. Disponible en: https://minerva.usc.es/xmlui/handle/10347/24624
  • Maldonado-Durán, M., Sauceda-García, J. M., & Lartigue, T. (2008). Cambios fisiológicos y emocionales durante el embarazo normal y la conducta del feto. Perinatología y Reproducción Humana, 22(1), 5-14. Disponible en: https://www.medigraphic.com/cgi-bin/new/resumenI.cgi?IDARTICULO=21076
  • Vera, E. V. (2017). Relación entre los niveles de ácido fólico y la incidencia de radiación ultravioleta solar: implicación en patología hematológica (Doctoral dissertation, Universidad de Málaga). Disponible en: https://riuma.uma.es/xmlui/bitstream/handle/10630/15746/TD_VALENCIA_VERA_Estefania.pdf?sequence=1&isAllowed=y

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.