O que é a sadorexia?

Você já ouviu falar sobre a sadorexia? A seguir, contaremos tudo sobre essa patologia perigosa cada vez mais comum entre os adolescentes.
O que é a sadorexia?

Última atualização: 20 fevereiro, 2021

A sadorexia é um transtorno alimentar recente que combina duas condições: anorexia e um conjunto de práticas sexuais violentas. Ainda não existem muitas pesquisa a esse respeito, portanto, o conhecimento que temos atualmente sobre a patologia é limitado.

É preciso observar que os transtornos alimentares e os problemas psicológicos estão intimamente relacionados. Na verdade, os próprios transtornos alimentares podem ser incluídos nesse grupo. É comum o paciente apresentar certos comportamentos diferentes dos usuais ou de risco que devem ser monitorados e, em alguns casos, tratados.

Sadorexia: uma patologia comportamental

Como mencionamos, a sadorexia une uma forte restrição na ingestão de alimentos com o gosto pelo sadomasoquismo (práticas sexuais violentas associadas à dor). De acordo com uma pesquisa publicada na revista Endocrine, Metabolic & Immune Disorders Drug Targets, a anorexia é uma obsessão pela magreza extrema que leva o indivíduo a reduzir drasticamente o consumo de alimentos.

Por sua vez, as pessoas com sadorexia tendem a ter uma predileção por alguns comportamentos que envolvem dor ou abuso físico. Elas obtêm prazer sexual na autoindução de vômitos ou flagelação, o que as leva à automutilação.

De acordo com estudos recentes, esse tipo de prática pode estar relacionada ao nível de hormônios sexuais ou a alguns padrões neurológicos específicos.

Mulher vendo sua imagem distorcida no espelho
A distorção da imagem corporal contribui para o sadomasoquismo neste transtorno.

Causas e método de detecção

As causas da sadorexia são muito diversas. Algumas não estão bem identificadas. Há uma extrema preocupação com a aparência física que, aliada à pressão social, leva o indivíduo a buscar uma magreza prejudicial à saúde.

Existem até testes científicos que garantem que os transtornos alimentares respondem a uma base de alterações genéticas, de modo que as condições ambientais podem ser justamente o que acende o pavio do problema.

O que fica claro é que o contexto social e a educação que uma pessoa recebe condicionam o risco de desenvolver um problema desse tipo. Os eventos traumáticos vividos ao longo da vida também são um possível substrato para o surgimento de um transtorno alimentar de qualquer tipo.

No que diz respeito à detecção, existem rastreios e testes psicológicos que facilitam o diagnóstico. Porém, eles devem ser realizados por um profissional habilitado.

Com essas ferramentas, os comportamentos de risco típicos da sadorexia podem ser reconhecidos. Deve-se notar que quanto mais precoce for a detecção, maior será a taxa de sucesso da intervenção subsequente.

Tratamento da sadorexia

Ao falar sobre o tratamento da sadorexia, é importante fazer uma menção especial à necessidade de uma equipe multidisciplinar. Ela deve ser composta por nutricionista, psicólogo e psiquiatra. Somente um trabalho em conjunto pode reverter esta condição.

Nos casos mais graves, quando o paciente está desnutrido, pode ser necessária a hospitalização. Isso é afirmado em uma publicação feita na Revista Medica de Chile. Nessas situações, o uso de soro intravenoso enriquecido com nutrientes é necessário para prevenir problemas metabólicos graves.

Se o tratamento for ambulatorial, a educação nutricional é essencial. A princípio, pode ser aconselhável propor um modelo de dieta alimentar baseado em mínimos, que atenda às necessidades básicas. A partir daí, os conceitos devem ser desmistificados para levar à inclusão gradativa de produtos variados na alimentação.

Além disso, essa intervenção deve ser complementada com suporte psicológico baseado na mudança de comportamentoÉ necessário orientar a farmacologia para melhorar a estabilidade mental e prevenir práticas de risco excessivas ou tentativas de suicídio.

Terapia para transtorno alimentar
A abordagem deve ser multidisciplinar para tratar esta patologia, uma vez que existem várias áreas afetadas.

Uma patologia descoberta recentemente

Como discutimos, a sadorexia é um distúrbio relativamente recente em sua classificação. No entanto, está sendo cada vez mais diagnosticado no campo da consulta psicológica e nutricional. O procedimento é muito semelhante ao de qualquer outro transtorno alimentar.

É necessária a formação de uma equipe multidisciplinar para abordar a patologia sob diferentes pontos de vista, com o objetivo de exercer uma sinergia. Os casos mais graves podem exigir hospitalização e é necessário evitar, na medida do possível, as sequelas.

A educação comportamental e a terapia psicológica contribuirão muito para minimizar as práticas arriscadas que podem ser prejudiciais à saúdeSe você suspeita de que alguém do seu convívio pode estar sofrendo com este problema, consulte um profissional o mais rápido possível.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Gravina G., Milano W., Nebbiai G., Piccione C., et al., Medical complications in anorexia and bulimia nervosa. Endocr Metab Immune Disord Drug Targets, 2018. 18 (5): 477-488.
  • Neef ND., Coppens V., Huys W., Morrens M., Bondage discipline, dominance submission and sadomasochism (BDSM) from an integrative biopsychosocial perspective: a systematic review. Sex Med, 2019. 7 (2): 129-144.
  • Himmerich H., Bentley J., Kan C., Treasure J., Genetic risk factors for eating disorders: an update and insights into pathopysiology. Ther Adv Psychopharmacol, 2019.
  • Vásquez N., Urrejola P., Vogel M., An update on inpatient treatment of anorexia nervosa: practical recommendations. Rev Med Chil, 2017. 145 (5): 650-656.
  • Jáuregui-Lobera, Ignacio, and Patricia Bolaños-Ríos. “Revisión del tratamiento dietético-nutricional de la anorexia nerviosa.” Revista médica de Chile 140.1 (2012): 98-107.
  • Appolinario, Jose C., and Josue Bacaltchuk. “Tratamento farmacológico dos transtornos alimentares.” Brazilian Journal of Psychiatry 24 (2002): 54-59.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.