Logo image
Logo image

Qual é a relação entre o ciclo menstrual e o sono?

4 minutos
O comportamento hormonal, a qualidade e a quantidade de sono variam de acordo com o período do ciclo menstrual em que a mulher está. Quer saber mais sobre isso? Então, não perca este artigo.
Qual é a relação entre o ciclo menstrual e o sono?
Iván Losada

Escrito e verificado por o médico Iván Losada

Última atualização: 23 agosto, 2022

A variação da quantidade de hormônios femininos regula o ciclo menstrual e tem efeitos no sono. Antes da ovulação, há um aumento na síntese de estradiol, que tem sido relacionado ao aumento do sono REM.

Após a ovulação, a síntese de progesterona aumenta, provocando a sensação de sonolência que muitas mulheres sofrem neste período do ciclo.

O comportamento hormonal, a qualidade e a quantidade de sono variam de acordo com o período do ciclo menstrual em que a mulher está. Estudaremos separadamente cada parte do ciclo menstrual e sua relação com o sono a seguir.

Período pré-menstrual e sono

Nesta fase do ciclo menstrual, o sono é afetado pelas consequências do aumento da síntese de estradiol, que tem vários efeitos emocionais.

Ele interage com várias regiões do cérebro, como o bulbo, o hipotálamo, lobo pré-frontal e amígdala, e é responsável por muitos dos efeitos no universo emocional da mulher durante a fase pré-menstrual do ciclo.

Estes são os sintomas que podemos notar logo antes da menstruação, quando as taxas de estradiol estão altas:

  • Irritabilidade
  • Alterações de humor
  • Tristeza
  • Ansiedade
  • Isolamento social
  • Depressão
  • Insônia
Some figure
As alterações hormonais do período pré-menstrual podem causar mudanças repentinas de humor e problemas de sono.

Os distúrbios do sono que ocorrem nessa fase geralmente são atribuídos aos níveis aumentados de cortisol e adrenalina, que são os geradores de estresse.

O estresse afeta o sono de maneiras diferentes. Nesse período, a mulher pode ter dificuldade para adormecer, despertar a noite toda ou acordar cansada.

É conveniente, no período pré-menstrual, fazer atividades que contribuam para o gerenciamento do estresse, como ioga e meditação, que costumam melhorar a quantidade e a qualidade do sono.

Você pode se interessar: Sonambulismo: um distúrbio do sono

O ciclo menstrual e o sono

No período menstrual, os níveis de estradiol diminuem e os níveis de progesterona aumentam. A diminuição na taxa de estradiol normalmente normaliza o ritmo sono-vigília, embora no caso de doenças subjacentes como depressão e ansiedade, os distúrbios do sono possam persistir.

Nesse caso, eles são atribuíveis a distúrbios da esfera psicológica, e não aos níveis de estradiol.

A progesterona começa a ser sintetizada no momento da ovulação e é responsável por preparar o endométrio para acolher o futuro embrião e manter a gravidez, se ela ocorrer.

Nesse período, a progesterona provoca alterações hormonais que podem afetar o sono. Ela é responsável pela síntese de ácido gama-aminobutírico (GABA), que possui vários efeitos antagônicos aos do estradiol.

Some figure
Durante o ciclo menstrual, a progesterona provoca alterações hormonais que podem influenciar o sono.

Ela modula a impaciência, as mudanças de humor, reduz a angústia e melhora o gerenciamento do estresse. Alguns autores consideram a progesterona um ansiolítico natural.

Juntos, esses efeitos explicam a melhora no ritmo sono-vigília e o aumento na quantidade e qualidade do sono após a menstruação, embora possa haver fatores que o alterem como consequência de dores de cabeça, desconforto gástrico e digestivo, etc.

De qualquer forma, devemos observar o ciclo menstrual e o sono para detectar as alterações que ocorrem a cada 28 dias.

Leia também: Dormir bem: algo além de uma noite de sono

Medidas para dormir melhor

  • Não consuma substâncias excitantes à tarde ou à noite, como chocolate, café, chá, álcool e tabaco.
  • Faça um jantar leve e aguarde pelo menos duas horas antes de ir para a cama.
  • Faça exercícios físicos leves, evitando as últimas horas do dia, pois o efeito oposto é alcançado.
  • Não tire cochilos longos que alterem o sono ou a vigília. No máximo 30 minutos.
  • Mantenha horários regulares para dormir e acordar. A regularidade também é importante nos horários das refeições.
  • Evite a exposição à luz intensa e as temperaturas extremas no quarto.
  • As tarefas que requerem atividade mental não devem ser realizadas no quarto, como o uso de um computador, tablet, celular, TV etc.
  • Antes de dormir, você pode ouvir música relaxante, tomar um banho quente ou meditar.

Como vimos, os hormônios femininos variam ao longo do ciclo menstrual e têm vários efeitos no sono. É bom conhecer a relação dos diferentes hormônios com o ciclo menstrual e o sono, com o objetivo de tomar medidas que melhorem sua qualidade, o descanso e bem-estar geral.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Bocchino, S. (2004). Salud Mental de la Mujer: Síntomas y Trastornos Premenstruales. Clínica y Tratamiento. Revista de Psiquiatría del Uruguay, 1(68)
  • Borrás, C., Perez, J., Palmer, A., Castro, C. y Sesé, A. (2001) Ansiedad y diagnóstico del Síndrome Premenstrual. Clínica y Salud, 12 (3), 25-27
  • Del Burgo, J., Trigueros, M., Ruiz, A., Muñiz, R. y Maestre, I. (2006). Prevalencia de Síndrome Disfórico Premenstrual en población general. Centro de Salud de Porzuna. Ciudad Real. España. Semergen, 32 (8), 7-8
  • Longo da Silva, C., Petrucci, D., Vidal, M. y Gastal, A. (2006). Estudo po-pulacional de Síndrome premenstrual. Revista de Saúde Pública, 40 (1)
  • López-Mato, A., Illa, G., Boullosa, O., Márquez, C. y Vieitez, A. (2000). Trastorno Disforico Premenstrual. Revista Chilena de Neuropsiquiatría, 38
  • Reddy, D. S., O’Malley, B. W., & Rogawski, M. A. (2005). Anxiolytic activity of progesterone in progesterone receptor knockout mice. Neuropharmacology, 48(1), 14-24.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.