O que é lavagem peritoneal diagnóstica
Escrito e verificado por médico Nelton Abdon Ramos Rojas
Geralmente, a equipe médica usa o termo lavagem peritoneal diagnóstica para se referir a um procedimento médico comum. Nele é realizado um exame físico do abdômen que pode ser muito útil no diagnóstico de uma patologia abdominal grave. Também pode ser aplicado de forma terapêutica em certas condições clínicas.
O que é lavagem peritoneal diagnóstica?
Como as evidências científicas indicam, atualmente é um exame médico altamente confiável que produz uma quantidade mínima de falsos positivos ou outros erros. Além disso, é usado em conjunto com outros diagnósticos médicos por imagem. É o caso da tomografia axial computadorizada (TAC) ou da ressonância magnética (RM).
Por outro lado, o peritônio consiste em uma membrana fina e muito resistente encontrada na cavidade abdominal. Dessa forma, possui duas camadas que se fixam na face externa das vísceras (peritônio visceral) e na face interna do abdome (peritônio parietal).
Entre elas se situa a cavidade peritoneal que armazena uma pequena quantidade de líquido. Assim, é diminuída a fricção ou atrito entre as diferentes camadas, porque atua como um lubrificante.
De um modo habitual, cumpre importantes funções de apoio e proteção dos órgãos localizados no nível abdominal. No entanto, as suas tarefas podem ser afetadas se o peritônio sofrer alguma alteração desenvolvida a partir de uma doença, de um traumatismo, etc…
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Como é realizada a lavagem peritoneal diagnóstica?
Em primeiro lugar, a equipe médica e de enfermagem preparará todo o material necessário para a intervenção. Além disso, devem ser seguidas as normas de higiene habituais e explicar o procedimento ao paciente, se for possível.
Por outro lado, às vezes a lavagem peritoneal para o diagnóstico pode ser contraindicada ou não recomendada. Por exemplo, se o paciente sofreu numerosas cirurgias abdominais. Outros fatores a considerar são a obesidade, gravidez, cirrose em estado grave, problemas de coagulação, entre outros.
Antes de iniciar a lavagem peritoneal diagnóstica, devem ser utilizadas a sonda vesical e a sonda nasogástrica para garantir a confiabilidade do exame.
Depois, é desinfetada a área de incisão e aplicada a anestesia correspondente. Normalmente são utilizados compostos químicos como a lidocaína. Desta forma, o sujeito não sentirá desconforto intenso durante a técnica de lavagem.
A lavagem peritoneal diagnóstica envolve uma invasão mínima no corpo. Portanto, é considerado um procedimento médico muito útil e recomendado.
Em seguida, é feita uma incisão com a ajuda de um bisturi, atravessando as diferentes camadas de tecido até atingir o peritônio. Usando separadores, o grupo de especialistas pode obter uma melhor visão da membrana. Além disso, é preciso prestar atenção à hemostasia para evitar que o sangue inunde a cavidade abdominal exposta.
Depois, é realizada uma incisão mínima no peritônio. Através da abertura criada, deve ser inserido um cateter de diálise peritoneal. Uma vez colocado, é acoplado a uma seringa e o líquido é aspirado. Se forem obtidas amostras de sangue, matéria fecal, bile, urina ou líquido intestinal, o resultado é positivo, e é realizada uma laparotomia.
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Técnica de lavagem
Caso esses resultados não sejam obtidos, a equipe médica administra um litro de solução salina na cavidade. A maca ou o paciente deve ser movido para que o fluido se estenda ao longo de toda a cavidade, e se misture com o sangue.
Depois de esperar alguns minutos, o líquido deve ser drenado naturalmente (com a ajuda da gravidade). Desta maneira, é obtida uma série de amostras que devem ser analisadas em um centro especializado, como um laboratório.
De acordo com os resultados obtidos, o grupo de especialistas pode determinar a causa da alteração abdominal. Também podem ser realizados exames de imagens internas da região abdominal para facilitar o diagnóstico.
Complicações durante a intervenção
Finalmente, é possível que a equipe de médicos correspondente cometa um erro durante a intervenção. Nesta situação, podem ocorrer várias complicações ou alterações. Por exemplo, perfuração de órgãos, ou hemorragia na área.
Em qualquer caso, as camadas de tecido seccionadas serão suturadas com o auxílio de material reabsorvível. Assim, não há necessidade de extrair as uniões que mantém próximas o extremo da fáscia ou da pele. Além disso, geralmente é colocado um curativo firme sobre a ferida para promover a cicatrização, e evitar possíveis complicações ou infecções.
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