O que é a maltodextrina e para que serve?

Você sabe o que é a maltodextrina? Você conhece as implicações do seu consumo para a saúde? Descubra essas respostas a seguir, bem como sua forma de obtenção e outras alternativas a este produto.
O que é a maltodextrina e para que serve?
Saúl Sánchez Arias

Escrito e verificado por nutricionista Saúl Sánchez Arias.

Última atualização: 23 agosto, 2022

A maltodextrina é um carboidrato comumente encontrado em suplementos esportivos e produtos processados. Faz parte do grupo dos açúcares de alto índice glicêmico e, às vezes, pode ter uma função espessante.

É um ingrediente comum em alimentos industrializados. Por isso, é necessário saber quais são suas implicações no corpo humano e se seu consumo é seguro para a saúde. A seguir, contamos todos os detalhes para que você saiba do que se trata na próxima vez que ler esta palavra no rótulo de um alimento.

Para que serve a maltodextrina?

As funções da maltodextrina podem ser várias, dependendo do produto em que se encontra. Nos ultraprocessados, ela atua como espessante. A adição deste ingrediente é capaz de melhorar as características organolépticas de muitos alimentos.

Este açúcar também é encontrado com frequência em bebidas esportivas, cujo principal objetivo é retardar o surgimento da fadiga. A ingestão de maltodextrina durante o exercício físico é capaz de estimular a ressíntese de glicogênio, de acordo com uma pesquisa publicada no Journal of Strength and Conditioning Research.

Manter níveis adequados dessas reservas de nutrientes reduz o esgotamento e melhora o desempenho. O glicogênio é um tipo de reserva de glicose que o fígado pode usar quando precisa aumentar a produção de energia.

Açúcar branco
A maltodextrina acaba se comportando como um tipo de açúcar, e faz parte do grupo dos carboidratos.

Obtenção da maltodextrina

De modo geral, a maltodextrina é apresentada como um pó branco solúvel que pode ser feito a partir de vários alimentos. Entre eles estão o arroz, o milho e o trigo.

Para obter esse ingrediente, é necessário submeter os alimentos citados a um processo industrial que altera suas propriedades nutricionais. Cozinham-se os amidos a altas temperaturas, para posteriormente adicionar enzimas que aceleram a sua decomposição. Por último, é realizado um processo de hidrólise, da qual é obtida a maltodextrina.

O valor energético do produto final é de 4 quilocalorias por grama, como qualquer outro carboidrato. De qualquer forma, o que diferencia alguns açúcares de outros é o seu índice glicêmico. O IG é a capacidade do nutriente de aumentar os níveis de glicose no sangue.

Nesse sentido, a maltodextrina tem um IG superior ao do açúcar de mesa, razão pela qual gera um alto estresse pancreático após o consumo. O uso contínuo levará ao esgotamento do órgão e a problemas relacionados à insulina.

É segura para a saúde?

Embora a maltodextrina seja considerada segura pelo Food and Drug Administration (FDA), a verdade é que seu efeito em pessoas sedentárias é controverso. Existem evidências científicas suficientes para afirmar que a ingestão excessiva de carboidratos aumenta o risco de desenvolvimento de patologias metabólicas.

Além disso, algumas pesquisas publicadas na Nutrients conseguiram relacionar a ingestão de maltodextrina e outros aditivos alimentares a uma alteração da microbiota intestinal. Esse processo aumenta a inflamação sistêmica do organismo e, com ela, a incidência de doenças complexas e crônicas.

De qualquer maneira, no caso de atletas, a questão muda. Recomenda-se a ingestão regular de carboidratos para garantir a reposição dos nutrientes perdidos durante o exercício. Essa prática reduz a incidência de lesões musculares.

Um dos objetivos da nutrição no esporte é a restauração dos estoques de glicogênio. Para isso, é necessária a administração de carboidratos, segundo um estudo também publicado na revista Nutrients.

Quando o consumo de maltodextrina é contraindicado?

Pessoas com diabetes ou problemas metabólicos devem evitar a ingestão desse tipo de açúcar com alto índice glicêmico. Caso contrário, você estará prejudicando a sua saúde. Pacientes com essas patologias respondem melhor a uma dieta pobre em carboidratos do que ao consumo desse tipo de carboidrato de forma controlada, segundo especialistas.

Da mesma forma, não é recomendado que pessoas com disbiose intestinal consumam aditivos como a maltodextrina regularmente. Assim como ela altera a microbiota , também pode promover o supercrescimento bacteriano na região proximal do intestino delgado, desencadeando estados patológicos.

Isso também pode te interessar: Açúcar ou sal: o que é pior em excesso?

Alternativas a este produto

Bebidas isotônicas
As bebidas isotônicas costumam ser suplementadas com maltodextrina para aumentar a disponibilidade de energia para os atletas.

A indústria de alimentos costuma utilizar produtos alternativos à maltodextrina a fim de garantir características organolépticas adequadas aos alimentos resultantes. Os mais comuns são o açúcar, o mel e o melaço.

Isso não significa que as alternativas sejam mais saudáveis ​​do que a própria maltodextrina, já que seu consumo regular também pode ser prejudicial. O mais prudente e prático é regular e reduzir a ingestão de carboidratos simples com o objetivo de melhorar a saúde. Pelo menos no caso de indivíduos sedentários, essa premissa é correta.

Nos atletas a questão é diferente, já que os açúcares podem ser o principal substrato na geração de energia. No entanto, um certo controle também é necessário para garantir que os efeitos não se tornem prejudiciais.

Maltodextrina, um aditivo comum

Como vimos, a maltodextrina cumpre uma série de funções na indústria de alimentos. No entanto, em geral, não é benéfica para a saúde, muito pelo contrário.

Talvez não seja necessária uma restrição total do seu consumo, mas é preciso estar atento aos produtos que contenham este ingrediente para evitar a sua ingestão regular. Para detectar a presença de maltodextrina, basta analisar os rótulos nutricionais dos alimentos.

No entanto, se você for um atleta, pode se beneficiar desse carboidrato, especialmente se o adicionar em suas bebidas esportivas. Consulte um nutricionista para esclarecer todas as suas dúvidas.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Wilson PB., Does carbohydrate intake during endurance running improve performance? A critical review. J Strength Cond Res, 2016. 30: 3539-3559.
  • Lee YJ., Song S., Song Y., High carbohydrate diets and food patterns and their associations with metabolic disease in the korean population. Yonsei Med J, 2018. 59 (7): 834-842.
  • Alghannam AF., Gonzalez JT., Betts JA., Restoration of muscle glycogen and functional capacity role of post exercise carbohydrate and protein co ingestion. Nutrients, 2018.
  • Laudisi F., Stolfi C., Monteleone G., Impact of food additives on gut homeostasis. Nutrients, 2019.
  • Westman EC., Tondt J., Maguire E., Yancy WS., Implementing a low carbohydrate, ketogenic diet to manage type 2 diabetes mellitus. Expert Rev Endocrinol Metab, 2018. 13 (5): 263-272.
  • Ortega, Ana Baquero. ALIMENTOS ULTRAPROCESADOS Y SU IMPACTO EN LA DIETA ACTUAL. Diss. UNIVERSIDAD COMPLUTENSE DE MADRID, 2018.
  • Urdampilleta, A., et al. “Protocolo de hidratación antes, durante y después de la actividad físico-deportiva.” Motricidad. European Journal of Human Movement 31 (2013): 57-76.
  • Soca, Pedro Enrique Miguel. “El síndrome metabólico: un alto riesgo para individuos sedentarios.” Revista Cubana de Información en Ciencias de la Salud (ACIMED) 20.2 (2009): 1-8.
  • Martinez-Sanz, J. M., and A. Urdampilleta. “Necesidades nutricionales y planificación dietética en deportes de fuerza.” Motricidad. European Journal of Human Movement 29 (2012): 95-114.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.