Tudo sobre a lesão no ligamento cruzado posterior
Escrito e verificado por o médico Galo Flores
O ligamento cruzado posterior é o mais forte da articulação do joelho. É conhecido como posterior porque passa pela parte de trás do joelho. Conecta a tíbia com o fêmur e, juntamente com o cruzado anterior, mantém a estabilidade da área. Os dois se cruzam por dentro e formam um X no centro da articulação. A lesão no ligamento cruzado posterior ocorre com menos frequência do que as lesões no ligamento cruzado anterior. Este último é considerado o mais vulnerável.
Geralmente provoca menos dor e instabilidade, mas a lesão pode persistir durante várias semanas ou meses. A seguir, vamos apresentar mais informações sobre ela.
Sintomas de uma lesão no ligamento cruzado posterior
A maioria das pessoas com uma lesão no ligamento cruzado posterior sente dor imediata e apresenta inchaço posteriormente. A sensação que descrevem é a de que o joelho fica fraco e frouxo, como se não fosse suportar o peso do corpo.
A dor pode ser intensa e pode ser acompanhada por dificuldade para caminhar; portanto, pode haver claudicação. Porém, também é importante destacar que os sintomas de uma lesão no ligamento cruzado posterior podem ser tão leves a ponto de passar despercebidos.
Com o tempo, a dor começa a ficar evidente ou o joelho começa a ficar instável. É neste momento que a pessoa procura atendimento médico e descobre que está lesionada há tempos.
Graus de lesão
A lesão no ligamento cruzado posterior é classificada de acordo com o tamanho do deslocamento dos ossos na articulação do joelho. Os graus de lesão se dividem da seguinte forma:
- Primeiro grau ou parcial: envolve um deslocamento para a parte posterior da canela de 1 a 5 milímetros.
- Segundo grau ou completo: neste caso, o deslocamento para a parte posterior da canela é de 6 a 10 milímetros.
- Terceiro grau: o deslocamento para a parte posterior da canela apresenta mais do que 10 milímetros de translação. Com bastante frequência, isso indica que há lesões nos ligamentos cruzados anterior e posterior.
Principais causas
Muitas lesões nos joelhos ocorrem durante a prática de esportes. No entanto, as lesões no ligamento cruzado posterior são mais comuns em acidentes de trânsito. Ocorrem quando há um impacto logo abaixo do joelho ou quando todo o peso é apoiado sobre a articulação flexionada em caso de queda.
Outros mecanismos comuns de lesão neste ligamento são os seguintes:
- Quando o joelho recebe um impacto para trás de forma muito rápida.
- A canela bate com muita força em algo firme, como o painel de um carro.
- O joelho sofre uma entorse ou é estendido em excesso de forma repentina.
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Como é feito o diagnóstico de uma lesão no ligamento cruzado posterior?
Para fazer a avaliação inicial, o médico vai perguntar como a lesão ocorreu. Então, será necessário observar os dois joelhos para determinar se um está diferente do outro.
Se o ligamento cruzado posterior estiver lesionado, o joelho vai ficar inclinado para trás de uma forma não anatômica quando a perna for estendida.
Outra manobra consiste em aplicar pressão na canela com o joelho flexionado em um ângulo de 90 graus. Se a tíbia se mover mais do que o normal, é muito provável que haja uma lesão no ligamento cruzado posterior.
Quando o caso exigir, o profissional pode solicitar um ou mais dos seguintes exames de imagem:
- Raios-X: embora não seja possível detectar se há uma lesão no ligamento dessa forma, é possível verificar fraturas nos ossos envolvidos.
- Ressonância magnética: por meio dessa técnica, é possível observar se há uma ruptura do ligamento cruzado posterior e se os demais tecidos moles também apresentam lesões.
- Artroscopia: através deste exame, é possível observar o interior da articulação do joelho. Uma pequena câmera de vídeo é inserida e as estruturas internas são analisadas.
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Tratamentos disponíveis para uma lesão no ligamento cruzado posterior
O tratamento depende do grau da lesão e do tempo decorrido desde a sua ocorrência. Pode ser não intervencionista ou cirúrgico.
Não cirúrgico
No caso de uma lesão leve, é possível iniciar o tratamento com meios físicos. Pode ser aplicada a terapia de frio, mantendo o joelho elevado enquanto estiver sentado. Também se usa uma tala elástica para prevenir o inchaço e limitar os movimentos.
A dor é aliviada com analgésicos de venda livre, tais como ibuprofeno e naproxeno. Esses medicamentos também ajudam a reduzir o inchaço.
Cirúrgico
A maioria das pessoas não precisa de cirurgia para reparar uma lesão no ligamento cruzado posterior. É mais comum que ela seja necessária para atletas.
Reparar o ligamento cruzado posterior não significa conectá-lo novamente. Esta junção não tem boa cicatrização e pode se romper novamente.
Por isso, o médico remove o ligamento lesionado para substituí-lo por um novo tecido. Este procedimento é realizado por via artroscópica para acelerar a recuperação. Assim, também deixa menos cicatrizes.
Recuperação e projeção futura
A fisioterapia, por meio de exercícios específicos, pode fortalecer a musculatura das pernas. Desta forma, pretende-se devolver uma amplitude completa de movimento à articulação do joelho.
A fisioterapia deve começar entre 1 e 4 semanas depois da cirurgia. É possível que a sua duração requeira um período de 6 meses para uma melhora completa.
As lesões que envolvem mais ligamentos geralmente têm uma recuperação mais lenta. A maioria dos pacientes melhora satisfatoriamente com o tempo. Embora seja um processo lento, a fisioterapia é muito importante para poder fazer todas as atividades diárias novamente.
Ligamento cruzado posterior: menos lesões, mas é preciso cuidado
Uma vez que for diagnosticada uma lesão no ligamento cruzado posterior, é essencial contar com um plano de tratamento. O tempo envolvido na recuperação vai depender da gravidade e das estruturas envolvidas.
Algumas pessoas podem se beneficiar do uso de muletas durante alguns dias após a cirurgia. Também pode ser recomendada uma tala ortopédica para prevenir a flexão do joelho.
A recuperação completa de uma reconstrução do ligamento cruzado posterior leva até um ano. É muito importante enfatizar que a maioria das pessoas poderá retornar às atividades que costumava fazer antes da lesão.
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