Família tóxica: como lidar?
Como lidar com uma família tóxica? Apesar de esse núcleo ser responsável pelas primeiras relações sociais do ser humano, nem todo vínculo familiar é saudável e positivo.
Famílias assim causam feridas e consequências negativas na vida das pessoas. Livrar-se das influências de uma família tóxica é essencial para o crescimento e desenvolvimento humano de todos.
Em primeiro lugar, precisamos definir o que é uma família tóxica para, a partir disso, permitir que você identifique se está imerso em um ambiente negativo ou não.
No decorrer do post, apresentaremos um caminho e possíveis soluções para que você resolva esta situação.
O que é uma família tóxica?
Família tóxica ou disfuncional é aquela que frequentemente tem comportamentos não-saudáveis, incluindo chacotas, mentiras, chantagens e manipulação, e dando margem a sentimentos de angústia e sofrimento.
O problema de situações assim é a dificuldade de identificar ambientes desfavoráveis e prejudiciais, já que os autores da toxicidade são pessoas amadas. Além disso, costumamos negar para nós mesmos que elas poderiam nos fazer algum mal.
Sinais de uma família tóxica
No entanto, existem alguns sinais dessa toxicidade com base nos quais é possível diagnosticar se você está imerso em um ambiente negativo ou não. A seguir, listamos alguns dos sinais mais proeminentes de uma família tóxica:
Rompimento da ordem
Segundo a Constelação Familiar, existem leis que regem nossas vidas que, ao serem infringidas, causam dores, problemas, frustrações, sofrimentos e conflitos. Uma dessas leis é a ordem, que diz respeito a uma certa ordem na família que não pode ser desrespeitada.
Uma família tóxica pode ser a expressão dessa quebra de ordem como, por exemplo, um pai que não consegue prover o suficiente para o sustento da casa, gerando irritação e agressividade.
Desequilíbrio
Uma outra lei refere-se ao equilíbrio, que diz que cada membro da família deve viver em pé de igualdade de importância com os demais membros do sistema. Quando este equilíbrio é desrespeitado, um ambiente tóxico pode ser desenvolvido. Por exemplo, quando o marido se sente mais importante que a esposa que, por sua vez, desconta essa frustração nos filhos.
Falta de pertencimento
Uma última lei da Constelação é a do pertencimento, na qual todo membro da família pertence ao sistema e, por isso, precisa ter o seu lugar respeitado e garantido. Muitas vezes, um familiar tóxico costuma impor um nível elevado de cobranças e exigências. A rejeição por parte do pai ou da mãe para alguns dos filhos, por exemplo, desrespeita essa ideia de pertencimento e gera ambientes tóxicos.
Manipulações e medo
Tudo o que dissermos a partir daqui, de alguma maneira, estará ligado às leis da Constelação. No entanto, existem sinais que precisam ser citados, e os primeiros deles são a manipulação e o medo. Membros familiares que manipulam sentimentos, emoções e situações, bem como estabelecem um clima de medo e apreensão, são tóxicos e envenenam a família.
Falta de interações sociais e manifestação afetiva de amor
Membros familiares, geralmente aqueles tidos como mais sensíveis, como as mulheres e crianças, que sentem dificuldades de estabelecer interações de amizades ou, até mesmo, não conseguem manifestar afetivamente os sentimentos representam um clássico sinal de toxicidade familiar.
Falta de liberdade para falar de problemas pessoais
A falta de diálogo, compreensão e reciprocidade se tornam constantes em um âmbito familiar abusivo. Se no seio familiar não há liberdade para compartilhar problemas e dificuldades pessoais, é bem possível que estejamos diante de um cenário de toxicidade. A falta de intimidade entre os moradores de uma casa revela a falta de vínculos e a fragilidade familiar.
Brigas constantes
Por fim, se dentro da família existem frequentes brigas e desentendimentos, é evidente que um ambiente tóxico já está estabelecido. Os conflitos podem ser verbais ou físicos, passivos ou agressivos, e se tornam desgastantes emocionalmente para quem está constantemente inserido nesse contexto.
O problema é mais grave quando, durante as brigas, o mesmo personagem é sempre o vencedor, demonstrando inflexibilidade e incapacidade de compreender o outro.
Os principais danos de uma família tóxica
Compreender a dinâmica de uma família disfuncional é algo complexo, afinal nenhuma família é igual a outra. No entanto, a própria psicologia já compreendeu e tem atestado que fenômenos que ocorrem na família têm reflexos durante toda a vida dos indivíduos.
Uma família tóxica traz diversos danos no desenvolvimento humano daqueles que crescem em ambientes assim. Alguns destes danos são:
Ansiedade
O estresse, o medo e a ansiedade são mais frequentes em famílias tóxicas por conta dos comportamentos problemáticos dos familiares. Esses ambientes de tensão e medo costumam gerar profundas ansiedades nos filhos que, na vida adulta, podem desenvolver problemas psicológicos e emocionais que afetam o pleno desenvolvimento da vida.
Depressão e infelicidade
Se você se sente infeliz perto de seus familiares é sinal de que algo está errado. A depressão tem profundas raízes na convivência familiar. O sentimento de perene tristeza e infelicidade são o reflexo direto das frustrações causadas pelo ambiente tóxico familiar.
Medo de construir uma família
Em muitos casos, o medo de construir uma família, expresso em afirmações como “Nunca vou casar”, ou “Já passou da minha hora”, é uma fuga inconsciente causada pelo medo de repetir os erros do passado.
Problemas econômicos e profissionais
Por conta do desrespeito às leis sistêmicas (pertencimento, ordem e equilíbrio) no relacionamento entre pais e filhos, algumas áreas da vida são diretamente afetadas, como a área econômica e profissional, que refletem diretamente o relacionamento com pai e mãe.
Confusões de identidade
Por fim, o reflexo direto da família tóxica reside em confusões profundas de identidade, ou seja, pessoas crescem sem uma consciência a respeito de quem são, o que prejudica relacionamentos de todos os níveis.
O que fazer diante de uma família tóxica?
Observe quais são as atitudes que mais o ferem em suas relações familiares. Esse é o primeiro passo na tentativa de atenuar o sofrimento ou amenizar os conflitos. Identifique quem são as pessoas que mais destilam toxicidade e quais situações mais causam ou causaram desequilíbrio no ambiente familiar.
Diante de uma família tóxica, é importante olhar para a realidade e encará-la. Fazer esta análise, no entanto, não significa acusar o erro das outras pessoas. Julgar e acusar por tudo que já foi feito não ameniza nenhuma dor. O caminho proposto pela Constelação Familiar é tentar restabelecer o pertencimento, a ordem e o equilíbrio.
Olhando para a história, individualmente, você pode fazer afirmações pessoais capazes de, aos poucos, pacificar sua relação com sua família tóxica e harmonizar aquilo que, no presente, ainda é afetado por essas situações.
No que diz respeito ao pertencimento, é possível colocar-se novamente como parte do sistema familiar, afirmando frases como:
- “Eu faço parte dessa família”
- “Sim, eu sou filho do Sr. [nome do pai]”
- “Sim, eu sou filho da Sra. [nome da mãe]”
Com relação à ordem, as frases possíveis são:
- “Eu sou filho/filha”
- “Pai, você fez o melhor que podia. Eu agradeço a vida que recebi. E assim sigo adiante”
- “Mãe, eu agradeço pela vida. Recebo e honro o que recebi e assim posso servir”
Por fim, na questão do equilíbrio, as afirmações são:
- “Pai, você sempre será grande. A sua história também é a minha história. Em mim, as dores e dificuldades deste sistema são curadas. Recebo o que chegou a mim e escolho manifestar o amor”
- “Quando vejo minha ancestralidade, percebo o caminho que trilharam. Eu sou a resposta dos sonhos que vocês sonharam. O caminho livre que vocês abriram. Em honra a esta história, eu posso ser feliz”
- “O que vocês fizeram ou passaram para que eu estivesse aqui neste lugar. Eu sou a cura deste sistema. Com humildade, me coloco em reverência ao destino de vocês”
Se este artigo fez sentido para você, recomendamos que busque ajuda da Constelação Familiar para resolver aquelas situações que precisam de atenção na sua vida.
Artigo original: EMSI Desenvolvimento Humano
