Este curta vai fazer você refletir sobre a tirania do seu espelho

A perfeição não vale a pena se para alcançá-la temos que sofrer e não nos aceitar como somos.
Este curta vai fazer você refletir sobre a tirania do seu espelho
Raquel Aldana

Escrito e verificado por o psicólogo Raquel Aldana.

Última atualização: 14 março, 2023

Você já parou para pensar no que é capaz de fazer pelo espelho? Provavelmente, se o fizer, vai perceber que é tremendamente duro e cruel com os pensamentos que dedica a si mesmo. Muitas vezes, até sua própria percepção é exagerada e ocorre uma distorção cognitiva muito perigosa, como afirma este estudo da Universidade de Valparaíso (Chile).

“Isto não está certo”, “Eu gostaria de ter mais seios”, “Tenho que perder peso para que meu jeans fiquem tão bem quanto o dela”, “Estou perdendo meu cabelo”, “Meus lábios são horríveis”, “Não demonstra nada meu olhar”, “Não posso ir à praia com este biquíni, todas as minhas estrias ficarão visíveis”.

E assim por um número infinito de ataques que constituem uma verdadeira e violenta crítica com si mesmo. Um desprezo constante por nossa beleza, nossa existência e nossa realidade.

Corpo visto de cima

A curva mais bonita de uma mulher é o seu sorriso

Diz-se que a curva mais bonita de uma mulher é o seu sorriso, porque por meio dele ela se aceita e, por isso, não há nada mais bonito do que isso. No entanto, o diálogo que costumamos ter com nós mesmo em frente ao espelho consegue fazer com que nosso sorriso desapareça rapidamente.

Desta forma alimentamos uma terrível auto-sabotagem, gerando grande insegurança em nós mesmos, deixando nossa autoestima no chão e condenando nosso amor próprio a viver na solidão.

Este curta exemplifica perfeitamente como nos punimos e nos maltratamos através do espelho, pois o usamos como um curinga para a projeção de nossas inseguranças, nossa raiva e nosso autoconceito negativo.

Aqui o Link: https://www.youtube.com/watch?v=zChNJE9svPs

Somos capazes de destruir nossa essência e deixar de ser nós mesmos apenas nos ajustando a alguns cânones que não são nossos e nem são reais.

Enfim, isso não é só para mulheres. Os homens se submetem às mesmas crueldades. Ambos os sexos se esmagam com o que não gostamos do nosso corpo ou não condiz com nosso ideal de beleza.

Desse modo, gastamos pouco tempo cultivando o que gostamos e trabalhando no amor-próprio. Nós literalmente deixamos a vida ir enquanto observamos o brilho em nossos olhos desvanecer-se.

Você nasceu para ser real, não para ser dito pela sociedade como você deve ser

Não há atitude mais inteligente do que aquela que instila e promulga respeito por si mesmo e pelos outros. Não vale a pena nos olharmos com as lentes dos ideais sociais, porque a perfeição não existe e a idealização leva à infelicidade.

Seu corpo não é seu inimigo e, portanto, seu espelho também não o é. É você quem, por meio de seus pensamentos e de suas exigências, está arruinando seu bem-estar.

Então, você deve passar a se olhar além do espelho, a se comprometer consigo mesmo e a parar de se torturar. Não são as suas rugas, os seus quilos, a sua falta de curvas ou a sua celulite que o definem. Você é uma pessoa feita do que sente, do que faz e do que pensa.

Mas você só estará seguro consigo mesmo se, ao se olhar no espelho, parar de se repreender por cada detalhe, para de se punir e começa a criar uma atmosfera de aceitação e amor para consigo mesmo e para com o seu corpo.

Você não pode se humilhar. A perfeição não faz sentido se dela temos que sofrer com o único objetivo de sermos todos iguais. É por isso que é hora de apostar na “imperfeição”, nas diferenças, em ser você mesmo.

Depende de você permitir que seu reflexo no espelho te machuque. Seu valor depende de você, não de ter mais ou menos curvas e rugas mais ou menos marcadas.

Pratique o amor próprio

Pratique o amor próprio

Apaixone-se por si mesmo e pela vida. Afirme o que você tem e quem você é. Não se trata de ser egoísta, mas de valorizar a si mesmo com suas próprias características e olhar para dentro, sendo os mestres de nosso próprio ser.

Para fazer isso, devemos mimar nosso autoconceito, torná-lo nosso e não permitir que o que os outros decretam afete os julgamentos que, em nossa opinião, são corretos.

Dessa forma, se pudermos praticar o amor próprio, estaremos em posição não apenas de crescer, mas de aceitar os outros e nos tornarmos uma boa companhia. Para isso, é necessário que cada um de nós examine as áreas nas quais geramos autodestruição.

Então, e só então, estaremos em posição de eliminar os motivos que nos levam a isso. Assim, destruiremos aqueles comportamentos que fazem com que o amor-próprio não cresça e que não possamos nos olhar no espelho sem recriminar cada centímetro de nossa pele.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.