Espinhas na vagina: causas, tipos e tratamentos

As espinhas na vagina têm diversas causas. A maioria delas é benigna, apresenta sintomas leves e se cura espontaneamente.
Espinhas na vagina: causas, tipos e tratamentos
Mariel Mendoza

Escrito e verificado por a médica Mariel Mendoza.

Última atualização: 23 agosto, 2022

As espinhas na vagina são mais comuns do que você imagina, e têm diversas  causas. Em alguns casos essas protuberâncias podem ser dolorosas ou desconfortáveis, mas quase nunca são graves.

Nem sempre é possível determinar a causa do aparecimento de espinhas na vagina ou ao redor da área genital feminina. No entanto, as origens mais comuns são dermatite de contato, foliculite e inflamação das glândulas de Bartholin e Skene (responsáveis pela lubrificação do canal vaginal).

Caso estejam presentes sintomas como dor, coceira, aumento no volume da espinha ou a persistência delas por mais de 2 semanas, um ginecologista deve ser consultado para determinar o tratamento médico.

Causas das espinhas na vagina

As causas das espinhas na vagina são variadas. De reações alérgicas ou secundárias ao raspar ou depilar a área até infecções sexualmente transmissíveis. Vejamos alguns exemplos.

Dermatite de contato

A dermatite de contato produz protuberâncias ou espinhas na vagina e vulva devido a uma reação alérgica a algo que entrou em contato com a pele. Os responsáveis mais comuns pela irritação provocada podem ser duchas, sabonetes ou loções perfumadas, absorventes, espermicidas, preservativos, lubrificantes, sabão em pó ou espumas de banho.

Mas também deve considerada a transpiração, o sêmen e a urina. Além da presença de protuberâncias ou espinhas na vagina, a pessoa experimenta ardência, coceira e eritema.

Foliculite

A foliculite é provocada pela inflamação e infecção do folículo piloso. Essas espinhas na vagina podem ser provocados ao raspar ou depilar o local, por pelos encravados ou mesmo pela transpiração. Ela também pode aparecer como consequência do uso de roupas íntimas muito justas.

Nesse caso, conforme o pelo começa a crescer no folículo piloso, ele se enrola na pele ou cresce para dentro (pelo encravado). Com isso é formada uma protuberância com o centro branco-amarelado (pelo acúmulo de pus no local), e avermelhado ao redor.

Essa estrutura provoca dor, coceira e sensação de desconforto. É comum vê-las nos grandes lábios ou na virilha.

O tratamento consiste no uso de compressas mornas para reduzir a inflamação e cremes antibióticos. Se não houver melhora em alguns dias é necessário procurar um ginecologista. Elas podem aumentar de volume e gerar um abscesso na área.

Mesmo sem uma infecção associada, os pelos encravados apresentam uma protuberância ou espinha que fica vermelha e dolorida. A inflamação geralmente diminui com a aplicação de calor no local, e com o passar dos dias.

A roupa íntima apertada causa espinhas na vagina.
O uso de roupa íntima muito justa pode favorecer a inflamação dos folículos capilares.

Glândulas inchadas da vulva

As glândulas de Bartholin e de Skene são responsáveis por manter o canal vaginal e a vulva lubrificados e com menos bactérias. Como consequência da presença de bactérias ou uma má higiene pessoal, pode haver uma obstrução do ducto excretor, gerando uma protuberância.

Essa espinha geralmente é indolor, sendo percebida pela mulher no banho ou durante o contato íntimo. Ela desaparece em poucos dias de forma espontânea.

Se ela aumentar de tamanho ou houver dor ou presença de pus é necessário consultar um médico especialista. Quando essas estruturas são muito grandes, pode ser necessário realizar uma drenagem manual com bisturi.

Fungos genitais

Quando várias espinhas ocorrem na vagina e nos grandes ou pequenos lábios acompanhadas de coceira, ardência e vermelhidão na pele, deve-se suspeitar de uma infecção por fungos.

Candida albicans é o fungo que mais provoca esse tipo de infecção. Ele está associado ao uso de produtos de higiene íntima agressivos e irritantes, obesidade, diabetes, alterações hormonais, consumo de antibióticos e gravidez.

Além disso, podem ser experimentadas alterações no corrimento vaginal (corrimento branco, similar à cor do leite), desconforto ao urinar e durante a relação sexual. O tratamento é feito com antifúngicos tópicos.

Varizes na vulva

As varizes nesse local são muito raras, e estão associadas ao aumento da pressão intra-abdominal causados pelo envelhecimento, gravidez e parto. São nódulos azulados que geralmente não provocam dor, mas estão associados a formigamento e coceira.

Herpes genital

O herpes genital é uma infecção sexualmente transmissível que gera lesões que podem ser classificadas como espinhas na vagina. São produzidas pequenas bolhas cheias de líquido transparente que são percebidas como protuberâncias, com presença de coceira e dor na região genital.

É importante saber que essas lesões desaparecem e reaparecem quando o sistema imunológico está fraco. Elas sempre exigem uma avaliação de um médico especialista. Quando os sintomas são muito intensos são prescritos antivirais.

Verrugas genitais

Produzidas pelo papilomavírus humano, as verrugas são transmitidas pelo contato íntimo desprotegido. Além de gerar pequenas espinhas na vagina, elas podem convergir produzindo uma lesão semelhante a uma couve-flor.

O contato íntimo deve ser evitado quando as lesões estão ativas, pois elas são contagiosas. O tratamento pode ser feito com crioterapia, laser, eletrocauterização, microcirurgia ou aplicação de ácido para eliminar as lesões.

Molusco contagioso

Esta infecção viral pode provocar espinhas em qualquer parte do corpo. Ela se manifesta como protuberâncias chamadas moluscos. Elas são pequenas, altas, da cor da pele ou brancas, com aspecto perolado e uma covinha no centro.

Elas diminuem espontaneamente, embora possam ser tratadas por via tópica ou oral. Se existir suspeita da sua presença, um ginecologista ou dermatologista deve ser consultado para uma avaliação. Elas levam de 6 a 12 meses para desaparecer.

Acne inversa

A hidradenite supurativa é uma doença crônica das glândulas sudoríparas. Ela é caracterizada pela presença de espinhas recorrentes com presença de pus e que não cicatrizam facilmente.

As espinhas na vagina podem ser removidas?

Tentar remover as espinhas na vagina pode provocar mais dor e irritação. Existe o risco de causar uma infecção adicional ou propagar a existente. Por isso, o ideal é esperar uma melhora espontânea ou procurar atendimento médico.

Na maioria dos casos, as espinhas na vagina desaparecem em 1 a 2 semanas. Caso contrário, o tratamento depende da causa e dos sintomas.

Tratamento para espinhas na vagina.
A maioria das espinhas vaginais desaparece espontaneamente. Caso contrário, é necessário consultar um profissional.

Recomendações para evitar espinhas na vagina

Em geral é recomendável melhorar a higiene íntima, evitar o contato com agentes irritantes ou alérgenos e agendar exames médicos regulares. É preferível evitar roupas íntimas justas e usar peças de algodão.

Quanto aos banhos, evite deixar a água muito quente e não use sabonetes perfumados.

Evite raspar os pelos a seco, pois recomenda-se o uso de espuma de barbear. Além disso, é importante raspar na mesma direção do crescimento do pelo e em seguida hidratar o local.

As espinhas na vagina podem ser prevenidas. Mas se elas aparecerem, não se desespere. Muito provavelmente não é nada grave. De qualquer forma, faça uma consulta para tirar dúvidas.


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