Disgrafia: tipos, causas e tratamentos

A disgrafia é uma patologia que dificulta a habilidade de escrever nos pacientes. É muito mais comum em crianças e é uma condição vitalícia.
Disgrafia: tipos, causas e tratamentos

Última atualização: 27 junho, 2021

A disgrafia é um distúrbio neurológico que dificulta a escrita. Ela abrange o maquinário geral da transcrição escrita, isto é, caligrafia, digitação e ortografia. Estima-se que 5% a 20% dos jovens estudantes tenham algum tipo de déficit de escrita, mas a prevalência exata da disgrafia ainda não é conhecida.

A maioria das crianças tem dificuldade para escrever, pois é uma habilidade que requer aprendizado e prática. No entanto, se a caligrafia de uma criança for muito confusa ou se ela exibe as suas ideias de maneira desordenada apesar de todos os esforços, ela pode ter o transtorno. Continue conosco e saiba tudo sobre esta condição.

Quais são os sintomas?

A disgrafia prejudica a habilidade de escrever, mas também modifica a coerência das palavras escritas. Isso porque, se a criança tiver que concentrar toda a atenção na transcrição, a capacidade de expressar conceitos e ideias pode se tornar mais trabalhosa. Portanto, é um distúrbio que dificulta o domínio da escrita de uma forma geral.

O portal Understood.org expõe alguns dos sinais mais comuns de disgrafia. Entre eles, encontramos as seguintes dificuldades:

  • Formar letras corretamente.
  • Colocar espaços de maneira coerente entre as letras da página.
  • Escrever em linha reta.
  • Manter o tamanho das letras uniforme ao longo do texto.
  • Apagar continuamente o que foi escrito.
  • Complicações na manutenção das diretrizes de ortografia: isso inclui palavras incompletas, erros ortográficos e colocação ou ausência de letras.

Além dos problemas refletidos no papel, a postura da criança também diz muito sobre sua habilidade para escrever. Uma criança com disgrafia segurará o lápis de maneira incomum, e assumirá posturas estranhas ao escrever ou orientará o papel incorretamente.

Dificuldades na escola
O fracasso escolar pode estar relacionado à disgrafia, por isso é importante oferecer o suporte adequado para essas crianças.

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Tipos de disgrafia

Conforme indica o portal Special Needs, existem vários tipos de disgrafia. Detalhamos todos eles a seguir:

  • Disléxica: a formação espontânea de palavras é ilegível, mas frases copiadas costumam ser compreendidas.
  • Motora: causado pela falta de habilidades motoras e tônus ​​muscular. Frases próprias e copiadas geralmente são ilegíveis. Os pacientes conseguem formar frases, mas isso exige muito esforço e dedicação.
  • Espacial: como o nome sugere, a criança não consegue entender o conceito de espaçamento, por isso junta as frases e tem dificuldade em manter o espaçamento entre linhas e margens. No entanto, as frases são compreensíveis e as letras seguem uma ordem coerente.
  • Fonológica: caracteriza-se pela dificuldade em escrever e soletrar palavras novas complexas. Essas crianças não são capazes de memorizar fonemas.
  • Lexical: é uma forma muito rara de disgrafia em que as palavras escritas conforme soam são bem compreendidas, mas as irregulares não. É mais comum nas línguas inglesa e francesa.

Qual é a causa?

Encontrar a causa da disgrafia em crianças pode ser um grande desafio. No entanto, se for adquirida em adultos, pode ser devido a danos cerebrais, tumores, acidentes vasculares cerebrais e outros eventos que envolvem o cérebro.

Existem duas principais suspeitas dos motivos de disgrafia em crianças: neurológicos e motores. O primeiro caso não necessariamente é grave, pois às vezes há certos desequilíbrios leves que impedem a correta ordenação, o que dificulta a comunicação escrita da criança. Várias patologias têm sido associadas à disgrafia, como o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).

As causas psicomotoras ou motoras podem ser um pouco mais delicadas, visto que existem várias doenças congênitas que causam distrofia muscular progressiva, por exemplo.

Como a disgrafia é diagnosticada?

O portal ADDitude, especializado em TDAH, revela que o diagnóstico da disgrafia é feito de forma padronizada por meio da avaliação do Transtorno de Aprendizagem Específico (DEL). Para uma criança entrar nos critérios nomeados, ela deve atender aos seguintes 4 pilares:

  • Exibir pelo menos 6 dos sintomas padronizados que atrapalham o aprendizado por pelo menos 6 meses.
  • Mostrar habilidades acadêmicas significativamente reduzidas em comparação com o resto dos colegas. Isso deve atrapalhar seu desempenho na escola.
  • As dificuldades devem ter começado no ambiente escolar, embora se tornem mais importantes na vida profissional.
  • Devem ser descartadas outras doenças possíveis, como a cegueira.

Tratamento

A disgrafia é uma patologia que acompanha a criança durante a vida toda, e não há cura. A abordagem, tanto na escola quanto em casa, é estimular a prática e o desenvolvimento de habilidades. No entanto, a condição não pode ser corrigida com medicamentos ou cirurgia.

O fato de ser permanente não significa que não possa melhorar. Nestes casos, geralmente recomenda-se a terapia ocupacional, na qual o terapeuta ajudará a criança a escrever melhor e a adotar posturas mais eficazes. Além disso, a escola deve oferecer ciclos educacionais especiais de acordo com as suas necessidades.

Menino com TDAH
Alguns distúrbios de atenção têm sido associados à disgrafia, pois afetam o processo de escrita e a capacidade de compreensão dos erros ao escrever.

Dicas para melhorar a escrita

Para terminar, damos algumas dicas que podem ser aplicadas em uma criança com disgrafia para facilitar o aprendizado para ela e para os educadores. O portal LDonline.org apresenta muitas opções:

  • Dê à criança um papel com linhas estabelecidas, para que seja mais fácil para ela seguir uma estrutura coerente na escrita.
  • Permita que ela experimente diferentes tipos de canetas e lápis, até que encontre um com o qual se sinta confortável.
  • Comece o processo de escrita com a criança, mas expressando as ideias na forma de desenhos e gravuras.
  • Ensine à criança várias técnicas de escrita e tempos verbais. Ela pode se acomodar ao que for mais fácil para ela.
  • Não foque em copiar frases, pois é melhor promover a autonomia e a prática.

A disgrafia é crônica, mas tratável

Tentar resumir as particularidades desse distúrbio em poucas linhas é um desafio, por se tratar de uma condição clínica muito complexa e variada. Se você tem disgrafia ou seu filho apresenta sinais, aconselhamos que reveja as páginas já citadas, principalmente no que diz respeito à abordagem no próprio lar.

O fato de a disgrafia ser vitalícia não significa que não possamos tratá-la. Portanto, terapia e prática serão as melhores aliadas para uma criança com o problema. Com paciência e dedicação, o paciente pode atingir um certo grau de autonomia ao escrever.


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