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Crianças que crescem sem pai

5 minutos
Cada vez mais são mais comuns as famílias monoparentais. Por mais que o pai que está presente se esforce para cumprir os dois papéis, as crianças que crescem sem pai têm lacunas emocionais que precisam ser resolvidas.
Crianças que crescem sem pai
Escrito por Thady Carabaño
Última atualização: 06 outubro, 2022
As famílias estão mudando. No mundo ocidental, a proporção de famílias monoparentais está aumentando e, consequentemente, a porcentagem de crianças que crescem sem pai ou mãe.

Seja qual for o motivo que levou família a ser monoparental (divórcio ou separação do casal, morte do parceiro, ou pai ausente), o fato de estar sozinha com os filhos impõe desafios e dificuldades para resolver.

Crescer sem pai… ou mãe

Como nunca antes, as crianças estão crescendo sem um dos pais por vontade destes. As taxas de divórcio estão aumentando. Mulheres e homens decidem ter filhos sozinhos, e assim assumir a educação da criança. O mais frequente é a ausência do pai, mas também ocorre com a da mãe.

Muitas razões podem ser discutidas para explicar essa situação, mas a verdade é que há mais e mais famílias monoparentais. Isso tem um impacto emocional, tanto nas crianças que crescem sem pai, como na sociedade que as abriga.

Embora a mãe assuma o peso da responsabilidade, educação, e orientação da criança; o pai ausente, da mesma forma, gera um enorme vácuo emocional. A ausência do pai pode ser física, seja pela morte, ou porque este não assume a responsabilidade pelos filhos.

Além disso, há casos em que, embora o pai esteja presente, não tem nenhuma ligação emocional com os filhos. Em ambos os casos (ausência física ou ausência emocional), os efeitos no desenvolvimento e no equilíbrio emocional das crianças são devastadores.

Consequências de ter um pai ausente

Exceto nos casos de famílias extensas, em que um parente assume o papel do pai ausente, as crianças que crescem sem pai podem desenvolver vários transtornos comportamentais. Isso tem sido amplamente reconhecido e aceito por todos os tipos de especialistas.

Para esconder os sentimentos de infelicidade, raiva, abandono, e medo que os oprimem, as crianças que crescem sem pai podem apresentar problemas como:

  • Dificuldade para relacionar-se com outras crianças.
  • Déficit de atenção e baixo desempenho escolar.
  • Vazio emocional e baixa autoestima.
  • Problemas emocionais, como ansiedade, depressão ou agressão.
  • Medo de abandono, que gera comportamento rebelde ou isolamento social.
  • Abuso de substâncias proibidas ou drogas.
  • Podem ser menos solidários ​​e empáticos.
  • Ter menos autocontrole
  • Pouco senso de culpa.
  • Podem sofrer problemas de identidade sexual.

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Recomendações para criar filhos que crescem sem pai

Se criar e educar é uma tarefa suficientemente complexa para um casal recém-constituído, torna-se muito mais exigente se tudo couber a um pai solteiro. Uma criança precisa de reforço positivo para crescer saudável e feliz, para amadurecer como um adulto autoconfiante e com boa autoestima.

As recomendações a seguir podem ajudá-lo no processo desafiador de criar seus filhos sozinho.

1. Procure o apoio da família

Se houver alguém na família que possa apoiar você ativamente na criação do seu filho, aproveite a oportunidade. Um avô, um tio, uma tia podem preencher parte do vácuo emocional gerado pela ausência de um pai.

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2. Procure ajuda psicológica

Não tenha medo de pedir conselhos a um profissional de psicologia. Isso pode ajudar a acompanhar as consequências da ausência do pai, assim como os problemas que possam surgir no relacionamento com o seu filho, e o perdão necessário que você tem que ter consigo mesma e com o pai, que não a acompanha mais no processo de criação dos filhos.

3. Evite descreditar ou culpar o pai

Em momentos de estresse com seu filho, evite descreditar ou culpar o pai ausente diante da criança. Se você falar mal do pai, não conseguirá nada de positivo. Muitas vezes, as crianças se sentem culpadas pela ausência do pai, mesmo que não tenham responsabilidade por isso.

4. Evite comparações

Evite comparar sua família com outra que tenha ambos os pais. O mais provável é que a criança faça isso, então evite fazê-lo você mesma. Essas comparações doem, geram frustrações, e aprofundam as feridas.

5. Regras claras e flexíveis

Quando uma mulher é deixada sozinha frente à responsabilidade da casa, ela tende a ser muito rigorosa com o cumprimento das regras, ou muito frouxa. Nem um nem o outro é bom para as crianças que crescem sem pai. Deve haver regras claras, mas ao mesmo tempo flexíveis que possam se adaptar às circunstâncias, que garantam a felicidade e o bem-estar de seus filhos, e o seu também.

6. Dedique tempo a seus filhos

Se não há ninguém com quem compartilhar as responsabilidades, muitas vezes há uma sobrecarga de tarefas e atividades a serem cumpridas. No entanto, reserve um tempo (ainda que curto) para compartilhar e curtir com seus filhos, estudar com eles, ler uma história, dar um passeio.

7. Tolerância e paciência

Tenha tolerância e paciência, tanto com seus filhos como consigo mesma. Haverá momentos difíceis, aceite-os. Evite querer ocupar os dois papéis, isso é impossível. Você pode cumprir um único papel e, a partir daí, dar o melhor para o seu filho. O que não sair bem hoje, pode ser resolvido depois.

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Para você

Para você que está sozinha criando seus filhos, é importante que deixe em aberto a possibilidade de reconstituir sua família. Não será uma decisão fácil, porque quem se aproxima de você tem que entender e aceitar que seus filhos são parte de sua realidade. Da mesma forma, essa nova pessoa deve assimilar isso, ao se envolver com você, e terá que assumir um papel dentro da família.

Mas não se negue a oportunidade de ser feliz com um novo parceiro. Amargura-se e fechar-se não faz sentido. Reconstruir a família dá ao seu filho a chance de reestruturar laços e afetos com a figura paterna que ele precisa.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.