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10 causas comuns de coceira nas pernas e o que fazer

6 minutos
A coceira nas pernas é uma queixa comum em pacientes idosos. Por isso, é preciso que saber o que fazer quando isso acontece.
10 causas comuns de coceira nas pernas e o que fazer
Maryel Alvarado Nieto

Escrito e verificado por a médica Maryel Alvarado Nieto

Última atualização: 11 outubro, 2022

A coceira representa um problema frequente e incômodo para os idosos. As razões para o seu aparecimento são diversas e, embora este possa ser um distúrbio benigno e fácil de manejar, às vezes ele esconde algo mais sério que requer atenção médica. Por esse motivo, é necessário conhecer as principais condições que causam coceira nas pernas.

A sensação desagradável condiciona o ato de coçar a pele constantemente, o que pode prejudicá-la a ponto de causar cicatrizes e infecções de diversos graus. Da mesma forma, a coceira ou prurido também afeta a qualidade de vida das pessoas, afetando a concentração, a produtividade e até mesmo o sono.

Portanto, é preciso conhecer algumas ações e tratamentos que sejam eficazes para o tratamento da coceira nas pernas. Vamos lá.

1. Ressecamento da pele

Na dermatologia, a pele seca é conhecida como xerose. Trata-se de um distúrbio cutâneo no qual a camada mais superficial da pele (epiderme) é afetada, diminuindo o seu grau de hidratação.

Embora as causas para o ressecamento da pele sejam múltiplas, elas envolvem uma alteração dos componentes protetores da umidade da pele, conferindo assim uma aparência áspera, rachada e com descamação. Finalmente, resulta em uma coceira contínua e intensa.

Vários são os fatores que predispõem à ocorrência da xerose, uma vez que há uma modificação das proporções em que seria preciso manter as substâncias presentes na epiderme. Por causa disso, a função de barreira é afetada, permitindo assim uma maior perda de água através da superfície da pele.

A pele seca é a principal causa de coceira nas pernas em adultos idosos, mas pode aparecer em qualquer idade.

O que podemos fazer quando a pele fica ressecada?

Para reduzir a coceira nas pernas causada pela xerose, o fundamental é permitir a reidratação da pele. Para isso, é preciso mudar alguns comportamentos, que incluem uma melhoria na alimentação.

Além disso, recomenda-se que os banhos sejam de curta duração, utilizando água morna e sabonetes não irritantes. Da mesma forma, a aplicação de loções hidratantes após o banho também é útil, principalmente quando feita sobre a pele úmida.

Caso as recomendações acima não funcionem, é possível recorrer a um tratamento tópico. No entanto, ele deve conter as principais substâncias envolvidas na manutenção do grau de hidratação da pele, dentre as quais estão os lipídios.

Além disso, o glicerol também pode ser útil para o controle da coceira ou prurido. Por outro lado, recorrer aos esteroides deve ser o último recurso, já que o seu uso prolongado causa atrofia cutânea.

2. Dermatite de contato

Outras causas comuns de coceira nas pernas são a dermatite ou eczema de contato. Nesta condição, a exposição da pele a substâncias químicas ou a algum agente físico pode levar ao aparecimento de uma lesão cutânea de grau variável.

Além da coceira, a área afetada também fica avermelhada, podendo até mesmo surgir vesículas, exsudação e crostas, que são dolorosas.

O que fazer para a coceira nas pernas causada pela dermatite de contato?

A principal ação para melhorar a coceira nas pernas é evitar a exposição ao agente irritante. No entanto, também é necessário melhorar a condição da pele, cujo tratamento depende do tipo de lesão observada.

Recomenda-se a aplicação de pomadas que funcionem como barreira. O uso de esteroides tópicos durante alguns dias também ajuda a reduzir o processo inflamatório subjacente.

3. Picadas de insetos nas pernas

Uma causa frequente de coceira tem relação com os insetos, cuja picada desencadeia um processo inflamatório local.

O tratamento consiste na aplicação de frio local e de loções contendo calamina. No entanto, a prevenção também é muito útil.

Em relação ao uso de repelentes, não é recomendável a sua aplicação diária, mas é preciso usá-los em caminhadas ao ar livre e em viagens a regiões com transmissão de doenças por mosquitos.

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As picadas de mosquito podem transmitir doenças, especialmente em países tropicais.

4. Infecções

Quando ocorre uma lesão na pele, perde-se a barreira protetora da pele, permitindo assim a entrada de microrganismos que podem causar uma infecção. Por esta razão, é preciso que as feridas na pele estejam sempre limpas, por mais inofensivas que possam parecer.

Embora as infecções bacterianas possam causar coceira, os principais agentes causadores de prurido são fungos, vírus e alguns parasitas.

Fungos nas pernas

As micoses superficiais são outra causa comum para a coceira. As lesões geralmente consistem em placas em forma de anel, que podem ser unitárias ou múltiplas.

Elas têm bordas com descamação e crostas, enquanto o centro tem as características da pele saudável circundante. O tratamento dessas infecções requer o uso de antifúngicos.

Larva migrans cutânea

Essa infestação parasitária ocorre quando um nematoide penetra na pele e migra dentro dela, causando lesões lineares com trajeto serpenteante, que progridem dia a dia.

É comum em regiões tropicais, sendo uma causa rara de prurido nos membros inferiores. Embora tenha tendência a desaparecer por conta própria, a sensação incômoda torna necessário o uso de tratamento tópico.

5. Coceira nas pernas por causa de alterações na circulação sanguínea

Os problemas de circulação são muito comuns na população idosa. Um dos sintomas que aparecem quando há algum grau de insuficiência venosa é a coceira nos membros inferiores.

Considera-se que a modificação do estilo de vida seja uma ação útil para a prevenção dessas condições, entre as quais estão a prática de exercícios físicos frequentes e o abandono do tabagismo. No entanto, quando já existem manifestações clínicas, é necessário buscar uma avaliação médica.

6. Diabetes e coceira nas pernas

Níveis elevados de glicose no sangue mantidos ao longo do tempo levam a lesões nos nervos periféricos, o que constitui a neuropatia diabética.

O acometimento das fibras simpáticas leva à ausência de transpiração nos membros inferiores, gerando assim um desequilíbrio na regulação da hidratação da pele. Além da coceira, o paciente também percebe uma sensação de frio e queimação.

Corrigir os níveis de glicose no sangue é o principal objetivo terapêutico.

7. Um sinal de comprometimento renal

Da mesma forma, o prurido é o sintoma cutâneo mais comum em pacientes com insuficiência renal e naqueles que fazem hemodiálise. A origem da coceira ainda é incerta, o que também dificulta o estabelecimento do tratamento.

Entre as drogas que têm demonstrado maior eficácia estão os neuromoduladores, tais como pregabalina e a gabapentina. No entanto, o uso desses medicamentos é algo delicado.

8. Podem existir outros transtornos envolvidos?

Além disso, existem ainda outras causas de coceira que afetam os membros inferiores. Algumas delas incluem:

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O envelhecimento enfraquece a função de barreira da pele, o que favorece o aparecimento da coceira.

9. Linfoma cutâneo de células B

Nos linfomas cutâneos, ocorre um processo proliferativo dos linfócitos que afeta a pele, embora às vezes isso também possa comprometer outras localizações. Uma dessas neoplasias se caracteriza por aparecer na perna, onde se observa uma massa avermelhada ou de cor púrpura.

Em alguns pacientes, a presença desse nódulo não produz nenhum sintoma, mas, em outros, pode haver a presença de coceira. A avaliação médica deve ser uma prioridade.

10. O câncer pode causar coceira nas pernas?

Além disso, a coceira também pode ser a manifestação da presença de um câncer em outro local que não a pele. Isso constitui uma síndrome paraneoplásica, na qual a massa tumoral não está diretamente relacionada aos sintomas em questão.

A coceira nas pernas sem causa aparente pode ser a expressão precoce do linfoma de Hodgkin ou representar a descoberta ocasional de um tumor sólido oculto.

Por isso, um paciente com coceira deve ser cuidadosamente avaliado, principalmente se o sintoma não for recente. Da mesma forma, a busca de outras manifestações clínicas também é muito útil para orientar a suspeita diagnóstica.


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