Atraso no desenvolvimento da linguagem: tipos, sintomas e causas
Revisado e aprovado por bióloga, médica María Belén del Río
Desde o nascimento, os bebês começam a se comunicar chorando ou sorrindo. À medida que envelhecem, incorporam gestos e sons, até que emitem suas primeiras palavras. No entanto, muitos apresentam atraso no desenvolvimento da linguagem por diferentes motivos, além de dificuldade para se expressar e, às vezes, até para entender.
O atraso no desenvolvimento da linguagem pode afetar as interações, a personalidade e o aprendizado das crianças; no entanto, não é uma condição incomum. Entre 5 e 10% das crianças em idade escolar têm algum tipo de problema de comunicação, de acordo com o Departamento de Saúde da Universidade de Michigan (Estados Unidos).
Atraso no desenvolvimento da linguagem: um problema na comunicação
Tipos e sintomas
Existem dois tipos de atraso no desenvolvimento da linguagem: receptivo, que se refere à dificuldade de entender o que está sendo comunicado a você, e atraso expressivo, que é a dificuldade de se comunicar com palavras. Em muitas ocasiões, os dois estão combinados.
Às vezes, os adultos levam algum tempo para descobrir essas dificuldades de comunicação nos filhos, mas há sintomas que podem chamar a atenção dos pais e levá-los a suspeitar de algum problema.
- A criança ainda não balbucia por volta dos 15 meses.
- Não pronuncia palavras aos 2 anos de idade.
- Acha difícil expressar frases aos 3 anos de idade.
- Não entende instruções.
- Não reage quando falamos com ela.
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Causas do atraso no desenvolvimento da linguagem
O atraso no desenvolvimento da linguagem geralmente tem sua origem no cérebro, mas também pode ser causado por alguma deficiência física, problemas de ajuste social ou dificuldades de aprendizado.
As principais causas são:
- Perda auditiva. É comum que crianças que não conseguem ouvir tenham dificuldade para aprender a falar.
- Autismo. Nem todas as crianças autistas têm problemas para se expressar, mas às vezes os problemas de fala são causados pelo autismo.
- Problemas neurológicos. Condições como paralisia cerebral ou atrofia muscular podem afetar os músculos necessários para falar.
- Ambientes disfuncionais. Os lares em que as crianças se sentem marginalizadas, são agredidas ou isoladas podem dificultar o aprendizado da fala. Nesses casos, a falta de comunicação é seletiva.
- Apraxia da linguagem. Esta é uma condição na qual os músculos da fala não reagem ao sinal do cérebro.
Tratamento
Pode ser difícil saber se o atraso no desenvolvimento da linguagem é produto de uma dessas condições ou se é simplesmente uma situação temporária. O mais indicado é consultar o pediatra se perceber que a criança não cumpre com os ciclos normais de comunicação. Um diagnóstico oportuno pode ajudar a encontrar uma solução rápida.
Dependendo da causa, a criança pode ser encaminhada para um audiologista, fonoaudiólogo, psicólogo ou mesmo assistente social. O mais recomendável é ter uma equipe multidisciplinar em que a comunicação da criança seja estimulada.
A participação da família é essencial para o sucesso de qualquer terapia. Seja para estimular a linguagem ou para estabelecer formas de comunicação não oral, os pais devem estar envolvidos em todo o processo.
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Dicas para os pais
A partir do momento em que nascem, as crianças começam a aprender tudo que seu novo ambiente lhes apresenta. Uma das suas primeiras referências é a auditiva. Mesmo quando estão no útero, começam a ouvir os primeiros sons com 18 semanas, e podem responder às vozes com movimentos com 25 ou 26 semanas.
Portanto, é recomendável falar com os pequenos a partir do momento em que nascem ou até antes. Outros estímulos, à medida que crescem, ajudarão a favorecer um rápido desenvolvimento das suas habilidades de comunicação.
- Responda aos balbucios das crianças com palavras e sons.
- Cante para eles desde que são bebês.
- Leia livros em voz alta para eles. Você pode começar com livros especiais para bebês e progredir à medida que eles crescem.
- Sempre responda às suas perguntas.
- Ensine o nome das coisas, mesmo que sejam bebês e ainda não falem.
Por fim, se você detectou um problema na comunicação do seu filho, consulte um especialista no assunto. Como mencionamos, um diagnóstico precoce permitirá iniciar uma terapia adequada para resolver os problemas de linguagem o mais rápido possível.
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