Lista de alimentos permitidos na dieta cetogênica
Escrito e verificado por nutricionista Saúl Sánchez Arias
Saber quais são os alimentos permitidos na dieta cetogênica é importante para as pessoas que se interessam por essa abordagem nutricional. Trata-se de um plano alimentar que se popularizou nos últimos anos devido aos seus possíveis benefícios para a saúde.
É eficaz para perder peso e também serve para reduzir as crises epilépticas em pacientes não sensíveis a medicamentos. Atualmente, há pesquisas para saber se ela poderia ser um tratamento eficaz para a diabetes.
Essa dieta se baseia em um princípio simples: a restrição do consumo de carboidratos. Entretanto, como elimina todo um grupo de alimentos, esse padrão alimentar não é aconselhável para todos, mas aqueles que se adaptam a ela são capazes de sentir mudanças positivas na composição corporal em um curto espaço de tempo.
Lista de alimentos permitidos na dieta cetogênica
Como mencionamos, a dieta cetogênica é um plano alimentar que não permite o consumo de carboidratos. Por isso, é necessário conhecer os alimentos que podemos ingerir regularmente para não cometer erros. Apresentamos a seguir uma lista para que você não fique com dúvidas.
Alimentos de origem animal
Todos os produtos de origem animal são permitidos na dieta cetônica. Carne, peixe e ovos são alimentos proteicos que constituem a base da pirâmide alimentar cetogênica.
Garantir a ingestão de proteínas é fundamental para evitar o catabolismo muscular, que previne o desenvolvimento de sarcopenia a médio e longo prazo. Evidências científicas sugerem que a inclusão desses nutrientes deve ser superior a 0,8 grama por quilo de peso por dia, que é o mínimo estipulado pela Organização Mundial de Saúde.
Entretanto, é necessário ficar atento ao método de preparação dos alimentos. O melhor é cozinhá-los sempre na grelha, no forno ou ao vapor. As massas devem ser evitadas, pois podem introduzir carboidratos.
Da mesma forma, é preferível não fritar, para evitar a formação de resíduos tóxicos que podem afetar a saúde. Um exemplo disso seriam os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, que aumentam o risco de câncer, segundo pesquisas que a revista Scientific Reports publicou.
Os alimentos permitidos na dieta cetogênica são:
- Carnes brancas.
- Carnes vermelhas.
- Peixe branco.
- Peixes oleosos.
- Frutos do mar.
- Ovos.
- Lacticínios.
Leia também: 6 consequências de uma dieta sem carboidratos
Vegetais
A maioria dos vegetais contém um teor baixo de carboidratos. Por isso, eles podem ser incluídos na dieta cetogênica, desde que evitemos os tubérculos e o excesso nas suas quantidades.
É necessário ressaltar que, quando falamos em vegetais, nos referimos a hortaliças e verduras. Será necessário evitar frutas em grandes quantidades, pois seu teor de frutose interromperá o processo de cetose. Essa é a parte do metabolismo que fundamenta o plano cetônico e que consiste na produção de energia corporal por meio de fontes diferentes das habituais.
Os defensores desse tipo de dieta argumentam que a frutose é capaz de aumentar o risco de doença hepática, fato que algumas pesquisas demonstraram recentemente. Da mesma forma, é necessário restringir o consumo de leguminosas, uma vez que esses alimentos também contêm açúcares capazes de interferir no metabolismo dos ácidos graxos.
Os vegetais que podem ser incluídos são os seguintes:
- Crucíferos.
- Salsão.
- Alface.
- Vagem.
- Cebola.
- Espinafre.
- Abobrinha.
- Pimentão.
- Abacate.
No preparo desses produtos, é importante evitar empaná-los, da mesma forma que acontece com as carnes. É melhor cozinhá-los na grelha ou no vapor. No caso de optar pelo cozimento em água, é preferível não descartar o próprio caldo, para evitar a perda de vitaminas hidrossolúveis.
Não deixe de ler: O que são os ácidos graxos ômega 3, ômega 6 e ômega 9?
Alimentos ricos em gorduras
Por último, é importante incluir alimentos ricos em gorduras regularmente na dieta cetogênica. Eles fornecem os ácidos graxos ômega 3 e 6, necessários para o bom funcionamento do organismo.
Os primeiros têm, entre outras capacidades, um poder específico quando se trata de modular a inflamação sistêmica. De acordo com estudo publicado na revista American Faimily Physician, a ingestão regular desses nutrientes ajuda a reduzir o risco cardiovascular.
Quando mencionamos alimentos gordurosos, nos referimos, fundamentalmente, a:
- Óleos vegetais.
- Frutas gordurosas (abacate).
- Oleaginosas.
Esses produtos devem ser consumidos sempre crus, para não prejudicar o seu valor nutritivo. Submeter os lipídios a altas temperaturas aumenta a produção de gorduras trans. De acordo com a literatura científica, essas substâncias apresentam capacidades inflamatórias prejudiciais ao organismo.
Bebidas permitidas na dieta cetogênica
Quando se trata da dieta cetogênica, é importante levar em conta a lista de bebidas permitidas. A água é sempre a opção preferida. O ideal é consumi-la sozinha, embora também seja possível, ocasionalmente, recorrer à água com gás.
Café e chá são permitidos, embora seja importante não usar açúcar ou adoçantes artificiais para evitar o estresse pancreático. É possível misturar esses líquidos com um pouco de leite.
A dieta cetogênica, muito esporadicamente, permite a ingestão de pequenas quantidades de álcool. No entanto, os especialistas não apoiam essa prática, pois as bebidas alcoólicas pioram a saúde em outros aspectos.
Exemplo de cardápio com alimentos permitidos na dieta cetogênica
Vamos apresentar um exemplo de cardápio com alimentos da dieta cetogênica, para que você aprenda a configurá-lo sozinho:
Café da manhã:
- Uma xícara de kefir com sementes e oleaginosas.
- 2 ovos mexidos com 1/2 xícara de framboesas.
Almoço:
- Sobrecoxa de frango assado com brócolis e pimentão.
- Salmão grelhado com aspargos e abacate.
Lanche:
- Iogurte com sementes de linhaça e abacaxi em pedaços.
- Rolinhos de peito de peru e queijo.
Jantar:
- Robalo assado com salada verde.
- Costela de porco assada com abacate e couve-flor.
Introduza uma variedade de alimentos permitidos na dieta cetogênica
Como você viu, é possível planejar uma dieta cetogênica variada dentro dos grupos de alimentos que ela permite. Entretanto, se você tiver dúvidas, procure um especialista. Ele lhe dará indicações precisas e individualizadas.
Lembre-se de que a dieta cetogênica não é um plano para todos. Existem pessoas que não se adaptam a este modelo ou que apresentam uma série de patologias que condicionam o seu estado geral; portanto, não é conveniente que iniciem estas estratégias restritivas.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Wolfe RR., Cifelli AM., Kostas G., Kim IY., Optimizing protein intake in adults: interpretation and application of the recommended dietary allowance compared with the acceptable macronutrient distribution range. Adv Nutr, 2017. 8 (2): 266-275.
- Stec AA., Dickens KE., Salden M., Hewitt FE., et al., Occupational exposure to polycyclic aromatic hydrocarbons and elevated cancer incidence in firefighters. Sci Rep, 2018.
- Horst KWT., Serlie MJ., Fructose consumption, lipogenesis, and non alcoholic fatty liver disease. Nutrients, 2017. ç
- Rogers TS., Seehusen DA., Omega 3 fatty acids and cardiovascular disease. Am Fam Physician, 2018. 97 (9): 562-564.
- Ahmed SH., Kharroubi W., Kaoubaa N., Zarrouk A., et al., Correlation of trans fatty acids with the severity of coronary artery disease lesions. Lipids Health Dis, 2018.
- Braillon A., Alcohol: cardiovascular disease and cancer. J Am Coll Cardiol, 2018. 71 (5): 582-583.
- Hernández Alcántara, Gloria, Arturo Jiménez Cruz, and Montserrat Bacardí Gascón. “Efecto de las dietas bajas en carbohidratos sobre la pérdida de peso y hemoglobina glucosilada en personas con diabetes tipo 2: revisión sistemática.” Nutrición Hospitalaria 32.5 (2015): 1960-1966.
- da Cunha Vaz, Inês Dias. “Dieta Cetogénica e Resistência à insulina.” (2019).
- Covarrubias Gutiérrez, P., M. Aburto Galván, and L. F. Sámano Orozco. “Dietas cetogénicas en el tratamiento del sobrepeso y la obesidad.” Nutrición Clínica y Dietética y Hospitalaria 33.2 (2013): 98-111.
- Espinoza, C. “Dieta cetogénica en pediatría.” Sanjurjo, P, Baldellou, A. Diagnóstico y Tratamiento de Enfermedades Metabólicas Hereditarias. 3a ed. Madrid: Ergón. C/arboleda 1 (2010): 265-273.
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.