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8 razões para beber vinho tinto, porém sempre moderadamente

6 minutos
Tomar uma taça de vinho esporadicamente, como parte de uma refeição em uma reunião, não é tão prejudicial quanto seria o consumo diário dessa bebida.
8 razões para beber vinho tinto, porém sempre moderadamente
Nelton Abdon Ramos Rojas

Revisado e aprovado por médico Nelton Abdon Ramos Rojas

Última atualização: 07 outubro, 2022

Embora acabe causando dor de cabeça para muitos, o vinho tinto é uma das bebidas alcoólicas mais consumidas no mundo todo e em todos os tipos de ocasiões, desde reuniões informais até grandes comemorações.

Uma vez que ele compartilha a sua origem com o suco de uva, considera-se que ele também é uma fonte de antioxidantes. Por esse motivo, muitos optaram por incorporar uma taça de vinhos às suas refeições regularmente. Tudo isso com o objetivo de melhorar – ou manter, conforme o caso – a saúde, sobretudo cardiovascular.

A seguir, vamos revisar quais são as razões pelas quais seria saudável consumir essa bebida.

1. O vinho tinto protege a saúde cerebral?

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O vinho tinto é uma fonte natural de resveratrol.

Diz-se que, uma vez que o vinho tinto contém vários polifenóis, entre eles o resveratrol, ele poderia contribuir para a redução do estresse oxidativo, ajudando assim, entre outras coisas, a proteger as células do corpo todo, começando pelas do cérebro. Dessa forma, existe a hipótese de que o vinho poderia ajudar a prevenir o declínio cognitivo e doenças como o Alzheimer.

De acordo com um artigo publicado na Revista Cubana de Alimentación y Nutrición, é preciso considerar que “uma grande proporção dos polifenóis provavelmente não é absorvida no nível da luz intestinal, mas eles ou os seus produtos de degradação bacteriana se concentram no íleo ou no intestino grosso, onde podem exercer interações benéficas com as células da mucosa do intestino distal”.

Os polifenóis possuem propriedades antioxidantes e, portanto, são benéficos para a prevenção de doenças e para a proteção do organismo. Em especial, para as células epiteliais intestinais, conforme esclarecido pelos autores do artigo.

De acordo com uma nota da Fundación Española del Aparato Digestivo (FEAD), “o consumo moderado de vinho tem sido considerado saudável e, de fato, ele está incluído na dieta mediterrânea. O vinho é uma bebida fermentada com baixo teor alcoólico e que possui moléculas que podem neutralizar os efeitos nocivos dos radicais livres responsáveis ​​pelo estresse oxidativo do álcool”.

Embora possa ser encontrada literatura científica que indique que o consumo moderado de vinho tinto pode ser benéfico para a saúde, é preciso ler as informações cuidadosamente, pois o que geralmente causa mais problemas é o que cada um entende por consumo “moderado”.

Leia: Qual vinho é mais saudável, o caro ou o econômico?

2. Previne o envelhecimento precoce?

O mito mais difundido de todos sobre o consumo de vinho tinto é o de que ele supostamente ajudaria a prevenir o envelhecimento precoce, por causa do seu teor de antioxidantes. Porém, para evitar essa consequência, ao invés de consumir uma bebida alcoólica, o mais recomendável é manter um estilo de vida saudável e seguir as orientações do médico, não apenas do dermatologista.

Uma pele jovem, saudável e bonita não é conseguida apenas através da aplicação de um hidratante específico, ou por meio do consumo de um punhado de frutas ricas em antioxidantes, mas sim através de uma série de hábitos sustentados ao longo do tempo de forma consistente.

3. Melhora a saúde cardiovascular?

Embora o vinho tinto seja uma bebida que contém flavonoides com potencial para promover a saúde cardiovascular, os especialistas em saúde indicam que isso não significa que seja necessário consumi-lo diariamente, muito menos em grandes quantidades.

De acordo com especialistas da American Heart Association, entende-se como consumo moderado uma taça por dia.

“É importante destacar que o consumo de vinho tinto é benéfico para a saúde cardiovascular, desde que seja moderado. O excesso de álcool no organismo aumenta a pressão arterial, o que favorece o aparecimento da hipertensão”, lembra o Dr. Plaza.

4. Evita a depressão?

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De acordo com um estudo realizado em roedores, os polifenóis do vinho tinto podem ter um certo efeito antidepressivo. No entanto, não foi demonstrado que isto ocorra desta forma em humanos.

Os especialistas em saúde e psicologia indicam que NÃO é recomendável consumir vinho tinto ou qualquer outra bebida alcoólica como um “tratamento” para qualquer transtorno do humor. O álcool não é uma solução e o mais recomendável é ir à terapia, seguir as instruções do médico de confiança e manter um estilo de vida saudável.

Leia: Como saber se você tem um vício em bebidas alcoólicas

5. Aumenta o nível de energia?

Não foi demonstrado que o consumo de vinho tinto “aumenta” os níveis de energia das pessoas. Na verdade, o mais comum é que ele provoque uma certa sonolência, além de dor de cabeça. Portanto, não é aconselhável nem necessário consumir vinho com o objetivo de “acordar”, muito menos em grandes quantidades. Todos os excessos são prejudiciais.

6. Melhora a saúde bucal?

Outro mito associado ao consumo de vinho tinto “com moderação” é o de que ele supostamente ajudaria a reforçar a saúde bucal. Mais especificamente, houve alegações de que os seus compostos poderiam ter uma ação antimicrobiana, o que impediria a proliferação de patógenos na boca, que poderiam causar problemas como cáries e gengivite.

De acordo com um estudo publicado em 2009, existem poucas evidências de que o consumo de vinho tinto tenha algum tipo de efeito positivo para a saúde bucal humana. Portanto, não devemos nos precipitar para tirar conclusões ou fazer generalizações a partir de dados ainda a serem analisados.

7. Melhora a saúde respiratória?

O principal composto antioxidante no vinho tinto, o resveratrol, supostamente teria a capacidade de criar uma “barreira protetora” nas vias respiratórias contra agentes patógenos. Além disso, a sua ação anti-inflamatória e “desintoxicante” limparia as passagens respiratórias e controlaria a produção excessiva de fleuma, para evitar a congestão. No entanto, a literatura científica não faz referência a esses efeitos, mas sim ao fato de que o resveratrol tem efeitos benéficos – de forma geral – para o organismo.

É preciso ter em mente que o vinho não vai fortalecer os pulmões de uma maneira rápida ou especial, da mesma forma que simplesmente tomar uma taça ou mais ao dia também não vai fortalecer o sistema imunológico. Este tipo de benefício só poderia ser obtido em caso de consumo moderado e pontual da bebida, dentro de um estilo de vida saudável.

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Não é necessário consumir vinho tinto diariamente, mesmo com moderação, para cuidar do aparelho respiratório ou de qualquer outro.

8. O vinho combate as infecções do trato urinário?

Embora se diga popularmente que os antioxidantes de bebidas como o vinho podem ajudar a prevenir as infecções urinárias, esse é um mito semelhante ao caso do suco de mirtilo. Não é o consumo desse tipo de bebida que promove a melhora, mas sim uma boa hidratação juntamente com o tratamento adequado e hábitos de vida saudáveis.

Leia: Os alimentos mais saudáveis ​​para idosos

Notas sobre o seu consumo

Nenhuma bebida, alimento ou produto por si só vai garantir a sua saúde. Portanto, é importante que você se baseie em bons hábitos de vida e que eles sejam mantidos de forma consistente ao longo do tempo. Alimente-se bem, faça exercícios diariamente, aplique técnicas para controlar o estresse, mantenha-se bem hidratado e sempre aposte em uma vida saudável.

Embora se afirme que o vinho tinto contém substâncias benéficas para a saúde (como os antioxidantes), não é recomendável consumi-lo diariamente, muito menos em grandes quantidades, para se manter saudável ou “jovem”. O consumo excessivo de álcool é prejudicial.

Lembre-se de que beber mais vinho não vai fazer com que você se sinta melhor ou tenha uma melhor aparência. Portanto, mantenha sempre a moderação e reserve esta bebida para momentos específicos.


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Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.