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5 fake news sobre alimentação

4 minutos
Nos últimos anos uma série de fake news sobre alimentação tem sido divulgada. Algumas atribuem propriedades miraculosas aos alimentos e outras são exageradamente alarmantes. O que você deve saber sobre isso?
5 fake news sobre alimentação
Marta Guzmán

Escrito e verificado por a nutricionista Marta Guzmán

Escrito por Marta Guzmán
Última atualização: 25 maio, 2022

A avalanche de informações que podemos acessar hoje graças à Internet e às redes sociais tornam as fake news sobre alimentação muito comuns. O tema relacionado à nutrição responde por mais da metade (54%) das notícias falsas detectadas pelos médicos que participaram do I Estudo de Boatos de Saúde.

Os boatos sobre alimentação são caracterizados por serem notícias muito boas ou muito más. Ou seja, quando o benefício concedido a um único alimento excede o que um padrão de alimentação saudável pode proporcionar.  Aqui revelamos 5 fake news sobre alimentação que você deveria conhecer!

Fake news sobre alimentação

Uma publicação da Nutrition Today sugere que esforços educacionais devem ser investidos para ajudar os consumidores a reconhecer as informações científicas enganosas sobre nutrição.

Assim, pretende-se que cada um esteja mais atento e evite acreditar em declarações sobre “curas nutricionais”, “alimentos milagrosos”, “relatórios alarmantes” e similares. Vamos ver algumas das fake news que, na época, eram populares.

1. O pão queimado das torradas causa câncer?

A acrilamida é formada no pão queimado, um composto classificado pela Associação Internacional de Registros de Câncer, como provavelmente cancerígeno para os humanos.

Para que esta substância apareça, o alimento deve ter açúcares e aminoácidos redutores (principalmente asparagina) e submeter-se a temperaturas de cozimento acima de 120 º C.

Mas, não é exclusiva do pão, também é formada com o tratamento térmico de batatas, croquetes, doces, café, cereais matinais, etc… A European Food Safety Authority expressou em 2015 sua preocupação com os níveis de exposição à acrilamida através da dieta.

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Embora seja preciso consumir grandes quantidades para representar um risco à saúde, é aconselhável reduzir a acrilamida. Estes alimentos não devem ser cozidos acima de 170 º C e devem adquirir uma cor tostada, evitando o marrom escuro.

2. Se eu estiver de dieta, posso beber leite integral?

Até alguns anos atrás era aconselhável optar por variedades de leite desnatado ao seguir uma dieta para perda de peso, pois se pretendia reduzir a quantidade de calorias e gorduras sem levar em consideração outros aspectos dos alimentos.

No entanto, as evidências científicas atuais parecem contrariar esse padrão, como vemos neste artigo publicado no The American Journal of Clinical Nutrition.

Por sua vez, as European Guidelines for Obesity Management in Adults incluem entre suas recomendações a substituição de laticínios com baixo teor de gordura por laticínios integrais como uma estratégia de gerenciamento da obesidade.

Leia também: Em que consiste os rótulos nutricionais?

3. A água com limão desintoxica?

Essa  fake news sobre alimentação é totalmente falsa. Nem depura nem precisamos que o faça. Temos três órgãos no corpo que são responsáveis ​​por nossa “depuração”: o fígado, os rins e os pulmões.

O limão é rico em ácido cítrico, um antioxidante que atua como um amortecedor de pH. É por isso que essa crença falsa poderia ter sido gerada. Não há alimento que depure!

4. As frutas depois das refeições engordam?

A ingestão calórica dos diferentes tipos de frutas é variável. No entanto, a ingestão calórica de uma fruta é sempre a mesma, seja consumida antes, durante ou após a refeição. Não há evidências científicas que sugiram que a ingestão calórica de uma fruta possa variar dependendo da hora do dia em que é consumida.

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Além disso, existem evidências que relacionam um alto consumo de frutas e vegetais com maior facilidade para perder peso e manter o peso perdido, como mostra este artigo. De fato, um dos mecanismos possíveis pelos quais frutas e vegetais podem contribuir para a perda de peso é seu efeito potencial sobre a saciedade.

5. Comer cinco vezes ao dia acelera o metabolismo?

Essa ideia surge do fato de que quando você come gasta energia para poder digerir e decompor os alimentos em todos os seus componentes. É o que chamamos de efeito termogênico dos alimentos.

No entanto, verifica-se que as calorias usadas na digestão são mais ou menos proporcionais ao volume de alimentos ingeridos e ao tipo de macronutrientes. Ou seja, se consumimos uma dieta de 2.000 kcal em um dia, não importa se a distribuímos em 3 refeições ou em 5, porque o efeito termogênico será o mesmo.

No The Journal of Nutrition foi publicado um estudo no qual os autores concluíram que não há evidência científica sólida para afirmar que aumentar a frequência das refeições seja positivo para perder peso.

Descubra também: 5 alimentos que você pensou que eram ruins, mas os nutricionistas recomendam

Comentário final

Como estas, existem muitas fake news associadas à alimentação. Portanto, é melhor resolver todas as dúvidas com a ajuda de profissionais de nutrição. Dessa maneira, evitaremos cair em falsas crenças que podem até expor nossa saúde.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • EFSA Panel on Contaminants in the Food Chain (CONTAM). “Scientific opinion on acrylamide in food.” EFSA Journal 13.6 (2015): 4104.
  • Rautiainen, Susanne, et al. “Dairy consumption in association with weight change and risk of becoming overweight or obese in middle-aged and older women: a prospective cohort study.” The American journal of clinical nutrition 103.4 (2016): 979-988.
  • Guyenet SJ., Impact of whole, fresh fruit consumption on energy intake and adiposity: a systematic review. Front Nutr, 2019.
  • Leidy HJ., Campbell WW., The effect of eating frequency on appetite control and food intake: brief synopsis of controlled feeding studies. The Journal of Nutrition, 2011.

 


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