Às vezes ser "estranho" é o efeito colateral de ser genial

Quantas vezes, por não sabermos definir algo corretamente, o classificamos como estranho?
Às vezes ser "estranho" é o efeito colateral de ser genial
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 11 julho, 2023

A genialidade não costuma aparecer com frequência em nosso dia a dia. Isso acontece, mais do que tudo, devido a uma certa falta de ousadia, e não a uma carência de capacidades ou aptidões. Só quem se atreve a ser estranho consegue ser fiel a si mesmo a todo instante.

Temos certeza de que você também conhece alguém que tem um estilo próprio e marcante. Aquela pessoa que não se importa em nadar contra a corrente, andar só, decidir por si mesmo, ainda que os demais vejam suas escolhas como algo deslocado do que seria “certo”.

São pessoas admiráveis, livres e corajosas. De fato, é muito possível que você seja esse tipo de pessoa. Porém, se você sente dentro de si essa necessidade e ainda não se atreveu a dar o primeiro passo em direção a ela, propomos algumas mudanças.

Atreva-se a ser estranho tanto quando sua alma precisar. Atreva-se a ser genial em todos os dias de sua vida.

Ser estranho em uma sociedade que se esforça para que todos sejamos iguais

É curioso ver como vivemos em uma época que sociólogos e antropólogos nomeiam como a “sociedade do conhecimento”.

Os avanços tecnológicos e científicos conseguiram progressos extraordinários e mudaram, sem dúvidas, muitos de nossos hábitos de vida. Porém, o valor humano e as nossas relações não andaram de mãos dadas com esses avanços.

Elementos tão básicos como a solidariedade, o respeito ou a tolerância, brilham muitas vezes por estarem ausentes.

As pessoas têm medo do “diferente”, do que vem de outro país, do que se atreve a elevar a voz para falar coisas contrárias a uma ideologia, a uma estrutura de poder ou um modo de pensar.
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Vivemos em uma realidade onde se valoriza mais o modo de vestir do que a essência das pessoas. Tudo isso se explica muitas vezes pelo conceito criado por Zygmunt Bauman, um renomado sociólogo que define a sociedade atual como “sociedade líquida”.
  • A maioria das pessoas é dominada por uma espécie de materialismo e consumismo emocional. Temos tempo para conhecer em profundidade quem está próximo a nós, mas preferimos relações rápidas e o prazer momentâneo.
  • Aquilo que é diferente gera estranheza e desconfiança porque não é normativo, porque não se encaixa nesse modelo de sociedade onde é melhor não sair da zona de conforto, onde nos guiamos pela moda, pelo que os outros decidem.

Atreva-se a ser estranho, a quebrar os fios que o manipulam

Há muitas crianças que, hoje em dia, sentam-se no fundo das salas de aula em silêncio enquanto observam seus companheiros com uma mistura de tristeza e incompreensão.

  • É muito possível que essa criança excepcional tenha sido taxada como “estranha”. Pode ser que suas capacidades sejam notáveis, mas que os professores não tenham percebido e pensem, simplesmente, que ela é preguiçosa e rebelde.
  • Em nossa sociedade também há pessoas que foram taxadas como “estranhas” quando na realidade eram ou são geniais.

Pensemos em Steve Jobs ou em Bill Gates, pessoas que não terminaram os estudos e que se atreveram a ser fiéis aos seus instintos apesar das críticas daqueles que não os compreendiam.

Personalidades complexas e de grande transcendência que continuam sendo exemplo para muitos jovens hoje em dia.

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Todos estamos presos por muitos fios que nos movem e nos dominam, de modo sutil mas constante:

  • A forma como nos educaram e o que nossos familiares esperam de nós.
  • A própria sociedade com suas modas, com tamanhos que nos obrigam a emagrecer, com seus ideais de beleza e de comportamento aos quais supostamente temos de chegar para ter sucesso.
  • Quando alguém é taxado como “estranho” por aqueles que o rodeiam, aparece muitas vezes a sensação de que não se encaixa, de que algo dentro dele está errado para que os demais não aceitem as nuances fora do comum que o definem.

Tudo isso são fontes inúteis de sofrimento às quais não devemos dar atenção.

  • Em um mundo de pessoas iguais, o autêntico valor é ser capaz de sair da normalidade para ter voz própria.
  • Quem não aceita nossas particularidades, opiniões ou escolhas vitais e enfatiza com desprezo essas facetas não merece nosso carinho sincero.
  • Mostraremos respeito, mas sempre será melhor desativar em nós o sofrimento que o ato de não nos aceitarem pode causar.
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Acredite ou não, seja qual for sua loucura, sua estranheza ou sua genialidade, sempre haverá alguém que a compartilhará e que se identificará com você. Porque, no fundo, todos somos criaturas geniais e excepcionais, só precisamos de valentia e ousadia.

Dê o primeiro passo. Atreva-se a ser você mesmo em cada dia de sua vida!


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