Estresse infantil desencadeado pela pressa dos pais

Desde que ele está no útero, o bebê sente o estresse de sua mãe. Nós crescemos e vivemos muito rápido. Nós saímos, chegamos, exigimos, não paramos. E da mesma forma, impomos esse ritmo acelerado aos nossos filhos, o que pode gerar o estresse infantil.
Com a mesma pressa, exigimos que a criança tenha excelentes notas, boas relações interpessoais e desempenho brilhante em uma agenda lotada de atividades extracurriculares. O estresse infantil é a resposta do corpo a tantas exigências que não podem ser atendidas.
O que é o estresse infantil?
Certamente, as crianças estão sujeitas a um nível de exigência que, por sua intensidade e duração, perturba o seu equilíbrio. Elas têm que fazer um esforço extraordinário para se adaptar e lidar com essa pressão. No entanto, muitas crianças não conseguem e sofrem de estresse.
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O estresse infantil pode ser devido a diferentes causas. Algumas certamente esmagadoras, como viver catástrofes naturais, guerras ou sofrer desgraças pessoais, como a morte de um dos pais ou ser vítima de abuso sexual.
Por outro lado, o estresse infantil também pode se originar de tarefas rotineiras ou estágios evolutivos da vida cotidiana que geram tensão ou desconforto emocional. Pais estressados criam seus filhos com o mesmo nível de estresse.
Quais são os sintomas do estresse infantil?
A infância é uma fase de muitas mudanças. Bebês e crianças se adaptam a elas, desenvolvem-se, superam cada estágio de seu crescimento. No entanto, às vezes, a pressão extra exercida pelos pais os leva a se sentirem estressados.
1. Sintomas em crianças menores de 5 anos de idade
- Irritabilidade constante.
- Gritos frequentes.
- Desejo de estar sempre nos braços dos pais para mitigar o desconforto.
- Dificuldades na fala.
- Retorno a comportamentos mais infantis, como molhar a cama ou chupar o dedo.
- Medos exagerados (do escuro, de animais, quando se separa dos pais…).
2. Sintomas em crianças com mais de 5 anos
- Irritabilidade, mau humor e lágrimas sem motivos.
- Mostra agressividade.
- Baixo desempenho nas atividades de sua rotina diária e desmotivação.
- Cansaço ou preguiça.
- Queixa-se de dor e desconforto físico.
- Perda de concentração.
- Comportamento apático ou de rejeição.
- Pesadelos e enurese noturna.
- Mudanças nos seus hábitos de estudo ou nos resultados das suas notas.
- Mudanças ou problemas em sua dieta ou em seus horários.
A pressa dos pais desenvolve o estresse infantil?
O ritmo de vida dos pais, com horários incompatíveis para equilibrar a vida pessoal e familiar com a profissional, impacta de forma importante na vida e no bem-estar das crianças.
Sem dúvida, os pais têm um estilo de vida acelerado que prejudica não apenas o ciclo natural que envolve cada estágio do desenvolvimento físico, mental e emocional dos seus filhos, mas também não respeita as particularidades de cada criança.
Por outro lado, os pais seguem fórmulas parentais e pressionam os filhos a se adaptarem a elas. O objetivo é acelerar o tempo que a criança precisa para regular seus ciclos de sono, controlar seu controle esfincteriano ou controlar suas emoções.
A isso é adicionado o estresse que deriva da vida escolar. Os horários rígidos, as enormes distâncias que as crianças percorrem entre suas casas e os centros educacionais, o medo do fracasso, o bullying, os excelentes resultados que os pais exigem e o volume de tarefas, alimentam o estresse na criança.
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Como podemos ajudar nossos filhos?
A primeira recomendação é, obviamente, reduzir o nível de intensidade. Os pais devem se esforçar para ajudar as crianças a não serem afetadas pelo estresse adulto.
O estresse infantil pode ter um impacto na saúde geral tanto da criança quanto do adulto que ela se tornará no futuro. Alguns adultos com doenças cardíacas e diabetes relatam ter sofrido estresse durante a infância. As recomendações básicas para prevenir e aliviar o estresse infantil são:
- Primeiramente, em estados de ansiedade ou períodos de estresse, você deve dar o melhor exemplo de controle. Você é o modelo que seu filho seguirá para responder diante dos fatores estressantes que o afetam.
- Por outro lado, cultive atitudes como a paciência, a alegria, a tranquilidade, a calma e a capacidade reflexiva. Isso ajudará a criança a ter mais recursos para evitar os estados de estresse.
- Além disso, compartilhe com seus filhos a solução dos problemas cotidianos e familiares. Desta forma, você promove uma visão realista e otimista das dificuldades.
- Também, ouça e valorize as opiniões dos seus filhos. Se ele já tiver os sintomas do estresse, é essencial abrir os canais de comunicação.
- Ademais, descubra quais opiniões ele tem sobre as atividades e tarefas que realiza na escola e fora dela.
- Finalmente, respeite as particularidades de cada criança. Evite comparações com seus irmãos e outras crianças. Avalie suas habilidades e destrezas.
Recomendações finais
Em resumo, seu filho já é valioso. Evite que ele sinta que é respeitado, valorizado ou amado apenas porque tem um excelente desempenho. Seu amor e respeito respondem a outros motivos.
Além disso, evite exigir mais do que o seu filho é capaz de dar ou receber. Conheça e respeite o seu filho como ele é, e não seja sua fonte de estresse infantil.
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