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Quando a autopiedade te prende

4 minutos
Além de tudo o que possa significar, a autocompaixão termina sendo um estado de conformidade. Não é querer se sentir mal, mas se regozijar com esse estado.
Quando a autopiedade te prende
Última atualização: 03 janeiro, 2019

Todos, em algum momento, sentimo-nos vítimas das circunstâncias. Tudo vai mal, o mundo parece estar contra nós e não conseguimos avançar. Quando isso acontece, talvez se deva ao fato de que caímos nas redes da autopiedade.

A autopiedade não é nada mais do que sentir pena de si mesmo. Um estado em que nos envolvemos no que nos fez sentir tão mal.

O pior é que basta fazermos isso para se tornar ainda mais complicado superar as circunstâncias.

As situações começam a nos submeter. Não as enfrentamos, mas permitimos que nos causem cada vez mais e mais danos.

A autopiedade e o papel de vítima

Desde pequenos aprendemos a sentir pena de nós mesmos, afinal, quando nos ensinaram a resolver os problemas com eficácia? Provavelmente, nunca.

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Ainda continuamos enfrentando as situações sem técnicas para superá-las, por isso tudo é sempre uma contínua questão de tentativa e erro.

Mas, como esse papel de vítima se desenvolve? Sem dúvida, em algum momento, se sentiu identificado com alguns dos seguintes pontos:

  • Ser vulnerável e dependente: desde pequenos dependemos de nossos pais e, conforme as circunstâncias, às vezes, de nosso parceiro.
  • Aprendemos a deixar nossa felicidade nas mãos alheias e isso nos tornou vítimas e vulneráveis.
  • Contextos nos quais tinham pena de nós: se diziam quando era pequeno “ai, pobrezinho”, “o que está acontecendo com você é tão injusto”, “sempre acontecem coisas ruins”, isso pode ter feito com que continuasse gerando esses sentimentos depois de adulto.
  • Ter sido vítima real: os abusos, acusações, maus tratos físicos ou psicológicos… podem ter fomentado o papel de vítima posteriormente. Foi um impacto muito grande, uma experiência traumática que o acompanhará para o resto da vida.

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Poderia incluir algum desses pontos a pessoas mais velhas? Sofrer com outro tipo de problema na infância, como uma estrutura familiar instável, também pode influenciar em nossa autopiedade.

Como podemos ver, o que acontece quando somos pequenos repercute em nossa vida depois de adultos.

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O egoísmo da autopiedade

Independentemente do que tenha feito com que hoje uma pessoa tenha autopiedade, a realidade é que é injusto para com os demais.

A autopiedade evita que pensemos nos outros. Olhamos apenas para nós mesmos. Vamos aos nossos problemas sem olhar para o lado. E então choramos, nos lamentamos, nos queixamos…

Às vezes, ter autopiedade faz com que não sejamos conscientes de que cometemos um erro. Em qualquer tipo de relação, a pessoa que age com autopiedade se enxergará sempre como a vítima, tenha culpa ou não.

Isso faz com que as pessoas se afastem dela, porque ela se torna egoísta e não aceita as realidades dos outros. Só se importa com seu próprio ponto de vista, só ela é quem importa.

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Não está sendo consciente de que, talvez, seja realmente vítima, porém, de si mesmo. Se envolveu em um mar de lágrimas que criou porque, talvez, no fundo quer se sentir assim.

Há pessoas que gostam de reclamar e se lamentar por tudo. Um hábito negativo adquirido graças aos incríveis benefícios que conseguem obter dos demais: atenção.

Ame-se um pouco mais

Muito estiveram em um estado de autoestima tão baixo e por tanto tempo que se esqueceram de algo muito importante: amar-se e se valorizar.

Você não é vítima das circunstâncias, nada do que acontece ocorre de propósito e especialmente com você. Às vezes cometemos erros e tudo sai errado, isso é normal! Porém, os erros devem permitir aprender.

Algumas vezes, simplesmente as coisas não acontecem. Uma doença, problemas econômicos, que nos tiram do trabalho…. Há circunstâncias que não podemos controlar.

Isso não significa que sejamos vítimas, pois ser vítima é como se quer sentir.

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É possível mudar esse estado, se realmente quiser. Precisará ser corajoso, enfrentar os problemas que surgem, encará-los de frente!

Tem medo de se sentir vítima; por isso, ter autopiedade, é muito mais simples, porém, mais covarde.

Alguma vez se incomodou por sentirem pena de você? Então se pergunte por qual razão não se incomoda em sentir pena de si mesmo.

Tem nas mãos o poder de caminhar para frente, mas fica ancorado no limbo. Cresça se desfazendo da autopiedade.

Às vezes, não somos vítimas de nada e nem  de ninguém, só de nós mesmos.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Santos, I. I. V. D., & Cunha, M. O. (2012). Auto-compaixão: a sua relação com os estados emocionais negativos (Master’s thesis, ISMT).

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.