Pensamentos ruminantes geradores de ansiedade
Revisado e aprovado por a psicóloga Valeria Sabater
Os pensamentos ruminantes são aqueles responsáveis por nos levar até a extrema preocupação, que culmina em ansiedade. Mas, por que isso ocorre?
Algumas pessoas, geralmente, costumam analisar demais o que lhes acontece. Pensam no que falaram, no que aconteceu, no quão bom foi ou não…
Não obstante, estes pensamentos ruminantes não apenas se concentram no passado, como também no futuro. Um futuro desconhecido onde as suposições, as dúvidas e as crenças negativas se fazem presentes.
Pensamentos ruminantes e más interpretações
Os pensamentos ruminantes nos fazem chegar a conclusões bastante erradas.
Pois, aquilo com o qual estamos preocupados está gravemente influenciado por medos, carências, necessidades e uma série de pobrezas que residem em nós mesmos.
Se precisamos de outros para sermos felizes, para nos sentirmos capazes e necessários, então esses pensamentos ruminantes ecoarão em nossas cabeças.
Sempre nos concentramos nos outros, no que pensarão, se gostam de nós. Porém, onde a gente fica? Onde reside nossa própria opinião?
A baixa autoestima vem de uma insegurança que nos afeta em todos os níveis de nossa vida. Esta provoca conflitos, sentimentos de culpabilidade e ideias equivocadas que nos fazem duvidar de tudo e de todos.
Esta situação provoca algo que não queremos: a rejeição dos outros. É que nos focamos tanto no resto das pessoas que, qualquer coisa mínima que acontece, sentimos como uma decepção, uma mentira, uma deslealdade.
Não obstante, somos nós que nos decepcionamos conosco mesmos.
Os pensamentos ruminantes podem matar você
Os pensamentos ruminantes são como o cão que morde o próprio rabo. Parece que não há um fim, que não há uma saída possível.
De fato, as pessoas que padecem deste tipo de pensamentos carecem de uma habilidade essencial: a bravura de tomar decisões.
O fato de não dizer o que pensam ou de não fazer o que querem porque sabem que isso terá diversas consequências, faz com que se refugiem nesses pensamentos que as consomem por dentro.
Pouco a pouco a ansiedade vai ecoando, vai aparecendo em cada situação e levará mais esforço controlá-la.
Se não parar a tempo, se você mesmo não compreender que há um problema a resolver, a bola irá gradualmente se tornar maior e pode até levar a uma profunda depressão.
Leia também: 6 efeitos dos maus tratos psicológicos em nossa mente e emoções que você deve conhecer
As pessoas que sofrem de pensamentos ruminantes se autossabotam de forma constante, machucam sua autoestima, não acreditam ser suficientemente boas…
Estão tão desconectadas delas mesmas que precisam dos demais para se sentir “conectadas”. No entanto, isso jamais será uma solução, mas um agravante de um problema que querem evitar.
Hora de dizer “adeus” às obsessões
Os pensamentos ruminantes não são mais que obsessões por um tema ou uma situação que provocará com que façamos coisas das quais depois nos arrependeremos.
Por exemplo, se temos dúvidas e em nossa mente há vários pensamentos que nos instigam a pensar que nosso parceiro é infiel, a ansiedade se apoderará de nós.
Desta forma, começaremos a controlar a hora em que este se conecta nas redes sociais; o quanto se lembra de nós.
Tudo o que “descobrirmos” alimentará essas crenças que temos e, que se tornarão tão obsessivas, que nos levarão a fazer coisas que não fazem parte de nossos valores.
Por isso, é importante não nos contorcermos nesta maré de pensamentos, muitos dos quais não têm razão de ser e nascem fruto de uma insegurança nossa.
Devemos aprender a vê-los sem julgá-los, sem tentar indagar o motivo; simplesmente vê-los e deixá-los ir embora.
Quando retemos esses pensamentos é quando começamos a ruminá-los, e estes se tornam obsessões.
Antes de sair, não perca: 6 pensamentos para passar do medo à motivação em minutos
Um pensamento pode gerar uma sensação muito negativa no corpo
Portanto, envolver este pensamento, tentar raciociná-lo e não soltá-lo pode ser a pior das decisões.
Se um pensamento aborda você e não o deixa em paz, então, tome uma decisão. O que estiver em sua mente está querendo lhe dizer algo, então aja.
Se há um pensamento que não sai de sua cabeça, incomoda ou faz você duvidar sobre aquilo, então, tome uma decisão e mude a situação.
Guardá-lo para si e agarrar-se a ele, só fará com que você se sinta mal. Quando o corpo grita é o momento de atrever-se a mudar.
Gostou deste artigo? Então, continue na nossa página com mais dicas para o seu bem-estar.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Cartwright-Hatton, S., & Wells, A. (1997). Beliefs about worry and intrusions: The Meta-Cognitions Questionnaire and its correlates. Journal of Anxiety Disorders, 11(3), 279–296. https://doi.org/10.1016/S0887-6185(97)00011-X
- Janeck, A. S., Calamari, J. E., Riemann, B. C., & Heffelfinger, S. K. (2003). Too much thinking about thinking?: Metacognitive differences in obsessive-compulsive disorder. Journal of Anxiety Disorders, 17(2), 181–195. https://doi.org/10.1016/S0887-6185(02)00198-6
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.