Óleo de gengibre: benefícios e como prepará-lo em casa

O óleo de gengibre pode ajudar a tratar os problemas digestivos, aliviar a artrite e melhorar a pele. Descubra os seus usos, benefícios e como prepará-lo em casa a seguir.
Óleo de gengibre: benefícios e como prepará-lo em casa

Escrito por Daniela Andarcia

Última atualização: 09 agosto, 2022

O gengibre, cujo nome científico é Zingiber officinale, é uma planta apreciada pelos seus usos medicinais e culinários. A parte mais usada do kion, como também é conhecido no Peru, é o rizoma, um caule subterrâneo que cresce horizontalmente e é usado para preparar chás e temperar alimentos cortado em cubos, ralado ou na forma do apreciado óleo de gengibre, tema deste artigo.

Os seus usos terapêuticos mais difundidos incluem o tratamento de problemas digestivos, o alívio da dor da artrite e a eliminação das náuseas causadas por tonturas e pela gravidez. Vamos mostrar outras maneiras através das quais o gengibre e o óleo de gengibre podem contribuir para a sua saúde a seguir.

O que é o óleo de gengibre?

O óleo de gengibre é um líquido graxo obtido ao submeter o rizoma da planta de mesmo nome a um processo de destilação. Em geral, é um óleo concentrado, de cor amarelada e cujo aroma se caracteriza por ser forte e picante. Os seus usos abrangem as indústrias médica e cosmética.

Quais são os benefícios do óleo de gengibre?

Embora muitos dos benefícios atribuídos ao óleo de gengibre estejam relacionados a evidências anedóticas, também há pesquisas que certificam as maneiras pelas quais ele pode melhorar a saúde. Veremos algumas delas.

1. Anti-inflamatório natural

Um estudo publicado no Journal of Oleo Science mostrou que o óleo de gengibre tem propriedades anti-inflamatórias capazes de prevenir alterações na função renal associadas à inflamação. Da mesma forma, também poderia proteger os rins de roedores intoxicados por cádmio.

Outra pesquisa publicada na revista Journal of Medicinal Food sugeriu que adicionar o extrato do óleo de gengibre à dieta de roedores com obesidade consegue prevenir o ganho de peso e reduzir os marcadores de inflamação.

No entanto, é preciso considerar que ainda são necessárias pesquisas em humanos para certificar os efeitos anti-inflamatórios do óleo essencial de gengibre.

Raiz de gengibre
Há uma variedade de usos anedóticos do gengibre, desde o seu uso como anti-inflamatório até o controle de náuseas.

2. Aliviar a náusea

De acordo com a medicina tradicional, inalar o vapor do óleo de gengibre pode eliminar as náuseas. Veremos o que a ciência diz sobre o assunto.

Um estudo publicado no Journal of Alternative and Complementary Medicine avaliou a eficácia deste óleo contra a náusea pós-operatória. Nos resultados, os participantes relataram níveis mais baixos de vômito do que aqueles que receberam um placebo.

Por outro lado, um estudo publicado no BMC Complementary and Alternative Medicine apresentou resultados conflitantes. Nesta pesquisa, foram comparados os níveis de náusea pós-operatória em crianças que inalaram uma mistura de óleos (incluindo o de gengibre) ou um placebo, e não foi encontrada nenhuma diferença.

3. Cuidados com a pele e as articulações

De acordo com um estudo publicado no Journal of Cosmetic Science, o óleo de gengibre atua como um poderoso antioxidante que, quando combinado com cremes e outros óleos essenciais, pode reduzir a aspereza da pele.

Por sua vez, uma pesquisa em roedores publicada na revista Phytotherapy Research mostrou que a aplicação tópica diária de óleo de gengibre, combinada com outros óleos essenciais, pode reduzir a gravidade e a inflamação da artrite. No entanto, ainda são necessários mais estudos em humanos.

Outros benefícios do óleo de gengibre

Outros benefícios associados ao óleo de gengibre incluem os seguintes:

Como o óleo de gengibre pode ser utilizado?

Na cozinha, o óleo de gengibre é usado para aromatizar, temperar e enriquecer os alimentos. Uma vez que ele deve ser utilizado em pequenas quantidades por causa da sua natureza invasiva, a recomendação é combiná-lo com outros tipos de óleo (como o azeite de oliva extravirgem).

Aromaterapia

Para obter os benefícios deste óleo através da aromaterapiaé possível usar um difusor ou spray, bem como fazer inalações de vapor. Com o difusor, basta seguir as instruções do modelo adquirido. Lembre-se de que haverá casos em que será necessário diluir o óleo em um pouco de água.

Por outro lado, para fazer as inalações de vapor, é recomendado seguir estes passos:

  1. Aqueça a água até que esteja fervendo e coloque-a em um recipiente.
  2. Adicione 1 ou 2 gotas de óleo de gengibre.
  3. Ponha uma toalha sobre a cabeça.
  4. Feche os olhos, coloque a cabeça sobre o recipiente e inspire profundamente.

Uso tópico

Se você estiver aplicando óleo de gengibre na pele, ele sempre deve ser diluído em um óleo carregador. Alguns óleos que cumprem essa função são o de amêndoas, o de coco, o de jojoba e o de abacate.

Efeitos colaterais e precauções

O óleo de gengibre é considerado seguro e com poucos efeitos colaterais. Além disso, é preciso ter em mente que muitos deles são causados por desconhecimento, como é o caso da aplicação de óleo na pele sem diluí-lo. Também é aconselhável testar o uso primeiramente com uma pequena quantidade.

Por outro lado, altas doses desse óleo podem causar azia, diarreia e irritação na boca. Mulheres grávidas e lactantes não podem consumi-lo sem consultar um médico. As gestantes, em particular, não podem ingerir mais de 1 grama por dia.

As crianças com mais de 2 anos podem tomá-lo para aliviar as náuseas, espasmos e dores de cabeça. No entanto, também é necessário consultar um especialista.

Pessoas que tomam anticoagulantes também não devem ingeri-lo sem supervisão profissional, pois ele aumenta o risco de sangramento. Algo semelhante acontece com os diabéticos e hipertensos, uma vez que uma combinação dos remédios e do óleo pode baixar demais os níveis de açúcar no sangue e a pressão arterial.

Óleo de gengibre
O consumo desse óleo deve ser limitado em diabéticos e hipertensos, bem como naqueles que utilizam anticoagulantes.

Como preparar o óleo de gengibre em casa?

Você pode prepará-lo no conforto da sua casa com estes ingredientes e instruções.

Ingredientes

  • Gengibre fresco.
  • Azeite de oliva.

Instruções

  1. Descasque o gengibre, pique-o em pedaços pequenos e rale.
  2. Adicione as raspas de gengibre a um recipiente com azeite de oliva.
  3. Misture, leve ao forno e deixe por 2 horas.
  4. Enquanto estiver no forno, prepare um recipiente que será coberto com um pano branco esterilizado.
  5. Após 2 horas, despeje a mistura sobre o pano e esprema dentro do recipiente.
  6. Em seguida, transfira o óleo para um recipiente de vidro com tampa hermética que deve ser armazenado em local fresco e seco.

O que deve ser lembrado sobre o óleo de gengibre?

Extraído do rizoma da planta de mesmo nome, é fácil reconhecer o óleo de gengibre por meio do seu aroma forte e pungente. Geralmente é usado, quando combinado com outros óleos, para temperar saladas.

Ele também permite obter benefícios, tais como redução da inflamação, melhora da saúde da pele e alívio da ansiedade, por meio do uso tópico e de técnicas como a aromaterapia.

Quanto aos seus efeitos colaterais, apesar de ser considerado seguro, a sua ingestão não deve ser excessiva. Crianças, gestantes e lactantes devem consultar um médico antes de iniciar o seu consumo.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Akinyemi, A. J., Faboya, O. L., Paul, A. A., Olayide, I., Faboya, O. A., & Oluwasola, T. A. (2018). Nephroprotective Effect of Essential Oils from Ginger (Zingiber officinale) and Turmeric (Curcuma longa) Rhizomes against Cadmium-induced Nephrotoxicity in Rats. Journal of oleo science, 67(10), 1339–1345. https://doi.org/10.5650/jos.ess18115
  • Funk, J. L., Frye, J. B., Oyarzo, J. N., Chen, J., Zhang, H., & Timmermann, B. N. (2016). Anti-Inflammatory Effects of the Essential Oils of Ginger (Zingiber officinale Roscoe) in Experimental Rheumatoid Arthritis. PharmaNutrition, 4(3), 123–131. https://doi.org/10.1016/j.phanu.2016.02.004
  • Oliveira, C. T., Lacerda, D. R., Zicker, M. C., Martins, L. B., Teixeira, M. M., de Araujo, R., & Ferreira, A. (2019). Ginger (Zingiber officinale Rosc.) Ameliorated Metabolic and Inflammatory Dysfunction Induced by High-Refined Carbohydrate-Containing Diet in Mice. Journal of medicinal food, 22(1), 38–45. https://doi.org/10.1089/jmf.2018.0062
  • Lee, Y. R., & Shin, H. S. (2017). Effectiveness of Ginger Essential Oil on Postoperative Nausea and Vomiting in Abdominal Surgery Patients. Journal of alternative and complementary medicine (New York, N.Y.), 23(3), 196–200. https://doi.org/10.1089/acm.2015.0328
  • Kiberd, M. B., Clarke, S. K., Chorney, J., d’Eon, B., & Wright, S. (2016). Aromatherapy for the treatment of PONV in children: a pilot RCT. BMC complementary and alternative medicine, 16(1), 450. https://doi.org/10.1186/s12906-016-1441-1
  • Leelapornpisid, P., Wickett, R. R., Chansakaow, S., & Wongwattananukul, N. (2015). Potential of native Thai aromatic plant extracts in antiwrinkle body creams. Journal of cosmetic science, 66(4), 219–231.
  • Komeh-Nkrumah, S. A., Nanjundaiah, S. M., Rajaiah, R., Yu, H., & Moudgil, K. D. (2012). Topical dermal application of essential oils attenuates the severity of adjuvant arthritis in Lewis rats. Phytotherapy research : PTR, 26(1), 54–59. https://doi.org/10.1002/ptr.3509
  • Khodaie, L., & Sadeghpoor, O. (2015). Ginger from ancient times to the new outlook. Jundishapur journal of natural pharmaceutical products, 10(1), e18402. https://doi.org/10.17795/jjnpp-18402
  • Nievergelt, A., Huonker, P., Schoop, R., Altmann, K. H., & Gertsch, J. (2010). Identification of serotonin 5-HT1A receptor partial agonists in ginger. Bioorganic & medicinal chemistry, 18(9), 3345–3351. https://doi.org/10.1016/j.bmc.2010.02.062
  • Miao, Y., Sun, Y., Wang, W., Du, B., Xiao, S. E., Hu, Y., & Hu, Z. (2013). 6-Gingerol inhibits hair shaft growth in cultured human hair follicles and modulates hair growth in mice. PloS one, 8(2), e57226. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0057226

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.