O que você sabe sobre a candidíase vulvovaginal?

Diferentes circunstâncias podem favorecer o crescimento excessivo de colônias de Candida Albicans dando origem a uma candidíase vulvovaginal se afetar essa região.
O que você sabe sobre a candidíase vulvovaginal?
Diego Pereira

Revisado e aprovado por o médico Diego Pereira.

Escrito por Equipe Editorial

Última atualização: 15 dezembro, 2022

A candidíase vulvovaginal é uma infecção causada por espécies de fungos do gênero Cândida. Entre as quais, Candida albicans é a mais comum.

Esse fungo é encontrado normalmente, embora em pequenas quantidades, em diferentes regiões do corpo, como a pele, a boca, o aparelho gastrointestinal e vagina. Não causa doença quando se mantém em seu número habitual.

No entanto, diferentes circunstâncias podem favorecer o crescimento excessivo de colônias de Candida albicans dando origem a uma candidíase vulvovaginal se afetar essa região.

Incidência da candidíase vulvovaginal

Candidíase vulvovaginal pode provocar comichão

Entre 20 e 50% das mulheres têm a vagina colonizada por Candida albicans, embora isso não signifique que exista infecção. Em condições normais, não há sintomas porque o pH ácido da vagina, sistema imunológico e a presença de uma flora vaginal equilibrada impedem que o fungo se reproduza em excesso.

No entanto, se ocorrer uma colonização excessiva desse fungo, pode haver um desequilíbrio na flora vaginal, dando origem a uma candidíase vulvovaginal.

A candidíase vulvovaginal pode afetar 75% das mulheres alguma vez na vida. Além disso, em 5% dos casos há recorrência, manifestando-se quatro ou mais vezes por ano. Isso afeta a qualidade de vida da mulher.

Fatores de risco de candidíase vulvovaginal

Alguns dos fatores de risco de sofrer de candidíase vulvovaginal são:

  • Diabetes mellitus com glicemia mal controlada.
  • Tratamento recente com antibióticos: os antibióticos desequilibram a flora, já que matam as bactérias, mas não os fungos.
  • Mudanças hormonais.
  • Imunossupressão por doença ou tratamento.

Por outro lado, é aconselhável não utilizar roupas muito justas, nem roupa de banho úmidas. A pessoa também deve manter sua higiene com produtos adequados e que respeitem o pH da vagina.

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Sintomas

A candidíase se manifesta com sintomas, como alterações no fluxo vaginal, irritação, sensação de coceira e prurido ou ardor. Esses sintomas podem afetar tanto o interior como o exterior da vagina.

Em muitos casos, também há dor durante a micção e incômodos ou dores quando se têm relações sexuais.  No entanto, podem aparecer outros sintomas, como inchaço e vermelhidão vulvar, lesões por causa da coceira e presença de fluxo esbranquiçado, granuloso e praticamente sem odor.

Como diferenciar uma candidíase vulvovaginal de outras infecções?

Fungo candida

Existem outras infecções vaginais que são relativamente frequentes em idade fértil. Elas podem ser diferenciadas pela consistência do fluxo vaginal e seu odor.  Algumas dessas infecções são:

Vaginose bacteriana

Essa infecção é produzida por uma alteração da microbiota vaginal por bactérias como Gardnerella vaginalis, Prevotella e espécies de bacteroides.

A vaginose bacteriana é frequente na gravidez , assim como em mulheres que usam dispositivos intrauterinos e duchas vaginais ou que sofrem de estresse e passam por mudanças hormonais.  O fluxo na vaginose bacteriana apresenta um forte cheiro de peixe e sua consistência é viscosa de cor branca ou cinzenta.

Tricomoníase

Essa infecção é produzida pelo Trichomonas vaginalis e é uma doença de transmissão sexual. O fluxo vaginal, quando aparece nessa infecção, tem um cheiro incomum. A consistência é espumosa, transparente, branca, amarelada ou esverdeada.

Tratamento da candidíase vulvovaginal

O tratamento dessa condição pode ser realizado de forma local por via vaginal e por via oral.  Assim então, o tratamento por via vaginal pode ser com clotrimazol 2% em forma de creme vaginal ou com óvulos de clotrimazol de 100 e de 500 mg.

Como coadjuvantes do tratamento ou para prevenir a candidíase vulvovaginal, podem ser indicadas combinações específicas de probióticos. É possível a aplicação tanto por via vaginal como por via oral.

O tratamento por via oral é com antifúngicos. Os mais usados são fluconazol e itraconazol.  Esses medicamentos podem provocar efeitos secundários como náuseas, vômitos ou diarreia.  Além disso, podem afetar a função hepática.

Medidas de higiene e prevenção

Algumas das principais medidas de higiene e prevenção para evitar a candidíase vulvovaginal são:

  • Em primeiro lugar, tomar probióticos quando estiver tomando antibióticos.
  • Também, manter uma higiene íntima adequada: evitando a umidade e secando bem a área.
  • Além disso, limpar a área genital e anal, sempre da frente para trás.
  • Por outro lado, trocar com frequência absorventes externos e internos. É aconselhável evitar o uso de absorventes internos se houver infecção.
  • Finalmente, usar roupa íntima de algodão.

Em conclusão, em caso de tratamento por candidíase vulvovaginal, tomar medidas de proteção nas relações sexuais. Paralelamente, também é aconselhável que ambos os membros do casal recebam tratamento.


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