O que é parosmia?
Escrito e verificado por a nutricionista Maria Patricia Pinero Corredor
A parosmia é uma alteração na percepção normal dos odores. Trata-se de sentir o cheiro de algo familiar, mas que se torna desagradável.
Há, portanto, uma distorção dos cheiros que gostamos. O cheiro do café da manhã pode se transformar em um fedor repulsivo que nos leva à náusea.
A parosmia está na lista dos distúrbios olfativos mais comuns, juntamente com os seguintes:
- Hiposmia: redução do olfato.
- Anosmia: incapacidade de perceber odores.
- Fantosmia: cheirar algo que não está realmente ali.
Na maioria das vezes, o distúrbio do olfato é acompanhado por um distúrbio do paladar. E recentemente, houve um impacto maior devido à sua associação com o COVID-19. Embora a infecção por coronavírus não seja a única causa.
O que acontece no cérebro de pessoas com parosmia?
Para entender um pouco mais essa condição, é preciso entender como funciona o olfato. A capacidade de cheirar começa nos neurônios sensoriais olfativos, localizados na parte interna superior do nariz. A partir daí, eles conectam o estímulo com o cérebro, conforme explicado no livro Fisiologia Humana de Fernández-Tresguerres et al.
Cada neurônio olfativo possui um receptor, que é estimulado por moléculas liberadas no ambiente. A mensagem chega ao cérebro e ali o cheiro é identificado. Essa identificação envolve questões subjetivas, como as lembranças. É diferente da identificação puramente química que é realizada, por exemplo, na indústria alimentícia ou na indústria de perfumes, conforme relatado pela Universidad Veracruzana.
Agora, o que acontece em uma pessoa com parosmia? O processo não é totalmente claro e depende da causa subjacente. No entanto, os especialistas concordam que há uma perda parcial dos neurônios olfativos, o que causa uma percepção incompleta do odor.
Um estudo publicado na revista ORL mostrou como os cérebros de pessoas com parosmia funcionam de maneira diferente, em comparação com aqueles que cheiram normalmente. Essa constatação põe em dúvida a origem periférica do problema. Talvez, em alguns pacientes, o problema esteja no cérebro. Em apoio a essa hipótese, uma publicação no The laringoscope mostrou que o treinamento olfativo ajuda a recuperar as funções perdidas, de modo que seria viável criar novas conexões neurais de “reparação”.
De uma forma ou de outra, o sintoma mais comum é sempre a mudança na percepção dos odores de forma desagradável.
Os cheiros que gostamos são percebidos como algo podre ou queimado. Uma rosa ou uma flor podem cheirar a fezes. Ou pensamos que o que estamos cozinhando está queimando.
Veja: XBB.1.5 ou Kraken: o que você deve saber sobre a variante mais contagiosa do COVID-19
Causas
Atualmente, podem ser apontadas mais de 100 causas de parosmia. Vamos comentar as mais comuns, segundo informações do US National Institutes of Health:
- Fumaça.
- Pólipos nasais.
- Alterações hormonais.
- Lesões cranioencefálicas.
- Radiação de tratamentos de câncer.
- Exposição a produtos químicos ou medicamentos.
- Infecções do trato respiratório superior, como sinusite.
- Distúrbios que afetam o sistema nervoso, como Parkinson ou Alzheimer.
Parosmia causada por COVID-19
COVID-19 foi adicionado mais recentemente à lista de causas.
Uma análise publicada na revista Nature garante que 47% das pessoas com essa condição apresentam alterações de olfato e paladar, concomitantemente. Desse percentual, 23% afirmam ter sofrido parosmia.
No Reino Unido, eles realizaram uma pesquisa com pacientes que haviam superado a doença 6 meses antes. Os resultados revelaram que 43% haviam perdido o olfato e, ao recuperá-lo, sofriam de parosmia. Isso aconteceu em média 2,5 meses após receber alta do hospital por COVID-19.
Mas, o que é a parosmia devido ao coronavírus? A princípio, pensou-se que ocorria porque o vírus atacava os neurônios olfativos. No entanto, estudos sobre o assunto revelaram que não é bem assim.
Os neurônios olfativos são ligados por células sustentaculares, que contêm uma proteína chamada ACE2. O vírus ataca essas células porque a proteína atua como um código que permite que o SARS-CoV-2 entre e as danifique. Essa também pode ser a causa da anosmia atribuída ao coronavírus.
Uma vez ocorrido o contágio e a entrada do vírus nas células, por meio da proteína ACE2, iniciam-se as tentativas de cura e reparo pelos tecidos do sistema respiratório. Durante esse processo, conexões neurais novas e errôneas são feitas, o que acabará por causar parosmia.
Existe tratamento?
Não há tratamento específico para resolvê-la. Na verdade, as prescrições são indicadas de acordo com o que se supõe ser a causa que deu origem ao problema.
Um fumante será instruído a parar de fumar. Se houver pólipos nasais, eles serão removidos. A sinusite será tratada com antibióticos.
O uso de vitaminas e minerais como suplementos para o tratamento nem sempre é eficaz. Segundo a pesquisa, as melhorias são obtidas se a pessoa tiver um déficit certificado de micronutrientes.
Impacto da parosmia na vida cotidiana
A parosmia é um distúrbio que causa problemas na vida diária das pessoas. Impede o desenvolvimento da rotina normal e até a participação em eventos sociais.
A comida pode cheirar a podre, as pessoas a sudor, mesmo quando limpas, e os desinfetantes podem parecer fezes. Até mesmo o próprio odor corporal pode causar repulsa.
O sentido do paladar e do olfato estão conectados. Por isso, é comum que os pacientes mudem seus hábitos alimentares, já que os alimentos se tornam desagradáveis devido ao seu cheiro. Há pessoas que perdem peso por não tolerar a ingestão e reduzir as calorias diárias.
Lembre-se de que o olfato é uma ferramenta de sobrevivência. Ele nos ajuda a determinar se estamos em perigo. Por exemplo, em caso de vazamento de gás ou identificação de produtos químicos que possam nos envenenar.
É por isso que não devemos deixar o tempo passar se acreditarmos que temos parosmia. É necessário consultar um profissional e iniciar os exames pertinentes para detectar a origem.
A parosmia é uma alteração na percepção normal dos odores. Trata-se de sentir o cheiro de algo familiar, mas que se torna desagradável.
Há, portanto, uma distorção dos cheiros que gostamos. O cheiro do café da manhã pode se transformar em um fedor repulsivo que nos leva à náusea.
A parosmia está na lista dos distúrbios olfativos mais comuns, juntamente com os seguintes:
- Hiposmia: redução do olfato.
- Anosmia: incapacidade de perceber odores.
- Fantosmia: cheirar algo que não está realmente ali.
Na maioria das vezes, o distúrbio do olfato é acompanhado por um distúrbio do paladar. E recentemente, houve um impacto maior devido à sua associação com o COVID-19. Embora a infecção por coronavírus não seja a única causa.
O que acontece no cérebro de pessoas com parosmia?
Para entender um pouco mais essa condição, é preciso entender como funciona o olfato. A capacidade de cheirar começa nos neurônios sensoriais olfativos, localizados na parte interna superior do nariz. A partir daí, eles conectam o estímulo com o cérebro, conforme explicado no livro Fisiologia Humana de Fernández-Tresguerres et al.
Cada neurônio olfativo possui um receptor, que é estimulado por moléculas liberadas no ambiente. A mensagem chega ao cérebro e ali o cheiro é identificado. Essa identificação envolve questões subjetivas, como as lembranças. É diferente da identificação puramente química que é realizada, por exemplo, na indústria alimentícia ou na indústria de perfumes, conforme relatado pela Universidad Veracruzana.
Agora, o que acontece em uma pessoa com parosmia? O processo não é totalmente claro e depende da causa subjacente. No entanto, os especialistas concordam que há uma perda parcial dos neurônios olfativos, o que causa uma percepção incompleta do odor.
Um estudo publicado na revista ORL mostrou como os cérebros de pessoas com parosmia funcionam de maneira diferente, em comparação com aqueles que cheiram normalmente. Essa constatação põe em dúvida a origem periférica do problema. Talvez, em alguns pacientes, o problema esteja no cérebro. Em apoio a essa hipótese, uma publicação no The laringoscope mostrou que o treinamento olfativo ajuda a recuperar as funções perdidas, de modo que seria viável criar novas conexões neurais de “reparação”.
De uma forma ou de outra, o sintoma mais comum é sempre a mudança na percepção dos odores de forma desagradável.
Os cheiros que gostamos são percebidos como algo podre ou queimado. Uma rosa ou uma flor podem cheirar a fezes. Ou pensamos que o que estamos cozinhando está queimando.
Veja: XBB.1.5 ou Kraken: o que você deve saber sobre a variante mais contagiosa do COVID-19
Causas
Atualmente, podem ser apontadas mais de 100 causas de parosmia. Vamos comentar as mais comuns, segundo informações do US National Institutes of Health:
- Fumaça.
- Pólipos nasais.
- Alterações hormonais.
- Lesões cranioencefálicas.
- Radiação de tratamentos de câncer.
- Exposição a produtos químicos ou medicamentos.
- Infecções do trato respiratório superior, como sinusite.
- Distúrbios que afetam o sistema nervoso, como Parkinson ou Alzheimer.
Parosmia causada por COVID-19
COVID-19 foi adicionado mais recentemente à lista de causas.
Uma análise publicada na revista Nature garante que 47% das pessoas com essa condição apresentam alterações de olfato e paladar, concomitantemente. Desse percentual, 23% afirmam ter sofrido parosmia.
No Reino Unido, eles realizaram uma pesquisa com pacientes que haviam superado a doença 6 meses antes. Os resultados revelaram que 43% haviam perdido o olfato e, ao recuperá-lo, sofriam de parosmia. Isso aconteceu em média 2,5 meses após receber alta do hospital por COVID-19.
Mas, o que é a parosmia devido ao coronavírus? A princípio, pensou-se que ocorria porque o vírus atacava os neurônios olfativos. No entanto, estudos sobre o assunto revelaram que não é bem assim.
Os neurônios olfativos são ligados por células sustentaculares, que contêm uma proteína chamada ACE2. O vírus ataca essas células porque a proteína atua como um código que permite que o SARS-CoV-2 entre e as danifique. Essa também pode ser a causa da anosmia atribuída ao coronavírus.
Uma vez ocorrido o contágio e a entrada do vírus nas células, por meio da proteína ACE2, iniciam-se as tentativas de cura e reparo pelos tecidos do sistema respiratório. Durante esse processo, conexões neurais novas e errôneas são feitas, o que acabará por causar parosmia.
Existe tratamento?
Não há tratamento específico para resolvê-la. Na verdade, as prescrições são indicadas de acordo com o que se supõe ser a causa que deu origem ao problema.
Um fumante será instruído a parar de fumar. Se houver pólipos nasais, eles serão removidos. A sinusite será tratada com antibióticos.
O uso de vitaminas e minerais como suplementos para o tratamento nem sempre é eficaz. Segundo a pesquisa, as melhorias são obtidas se a pessoa tiver um déficit certificado de micronutrientes.
Impacto da parosmia na vida cotidiana
A parosmia é um distúrbio que causa problemas na vida diária das pessoas. Impede o desenvolvimento da rotina normal e até a participação em eventos sociais.
A comida pode cheirar a podre, as pessoas a sudor, mesmo quando limpas, e os desinfetantes podem parecer fezes. Até mesmo o próprio odor corporal pode causar repulsa.
O sentido do paladar e do olfato estão conectados. Por isso, é comum que os pacientes mudem seus hábitos alimentares, já que os alimentos se tornam desagradáveis devido ao seu cheiro. Há pessoas que perdem peso por não tolerar a ingestão e reduzir as calorias diárias.
Lembre-se de que o olfato é uma ferramenta de sobrevivência. Ele nos ajuda a determinar se estamos em perigo. Por exemplo, em caso de vazamento de gás ou identificação de produtos químicos que possam nos envenenar.
É por isso que não devemos deixar o tempo passar se acreditarmos que temos parosmia. É necessário consultar um profissional e iniciar os exames pertinentes para detectar a origem.
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