O que é a adesão terapêutica?
O tema da adesão terapêutica possui grande importância. O sucesso de um tratamento depende em grande parte dela. O tema é bastante complexo já que são muitos os fatores que incidem nessa situação.
De fato, a primeira dificuldade é que não há um consenso sobre a definição da adesão terapêutica. Alguns profissionais de saúde a enxergam simplesmente como o cumprimento das prescrições. Outros, por outro lado, a veem como um fenômeno multifatorial.
Além disso, as causas e as consequências da falta de adesão terapêutica são múltiplas. Isso quer dizer que cada caso é diferente. Por esse motivo, não é fácil compreender nem abordar esse fenômeno. Vejamos então, o problema passo a passo.
O que é a adesão terapêutica
A adesão terapêutica é o compromisso ativo e voluntário do paciente com o tratamento indicado pelo profissional da saúde. Seu objetivo é lograr um resultado específico. Tal compromisso, deve ser combinado entre o paciente e o médico.
A adesão terapêutica se refere a um conjunto de condutas. Do ponto de vista do paciente, inclui a aceitação do plano de tratamento e a prática efetiva das indicações. Inclui também evitar as condutas de risco e a incorporação de estilos de vida consoantes com o propósito terapêutico.
Da perspectiva do médico, significa a capacidade de estabelecer uma aliança positiva com o paciente. O profissional deve oferecer a ele indicações claras, certificando-se de que sejam compreendidas. Ao mesmo tempo, deve motivar o paciente para que a sua adesão ao tratamento seja voluntária.
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Fatores que influenciam a adesão terapêutica
Existem muitos fatores que poderiam promover um benefício, entretanto, pelo contrário, obstaculizam a adesão terapêutica. Entre os principais, encontram-se:
- Interação médico/paciente: refere-se à qualidade do vínculo. Quando é positiva, a adesão costuma ser maior. O fator essencial é a comunicação. Quanto mais claras e motivadas forem as indicações, melhor.
- O regime terapêutico: os elementos que mais influenciam são a complexidade da posologia e os efeitos secundários do tratamento. Os tratamentos com dose única são, é claro, os de mais fácil adesão. Por outro lado, quanto maiores forem os efeitos secundários, maiores também serão as dificuldades.
- Características da doença: quando o tratamento alivia rapidamente os sintomas perturbadores, há maior adesão terapêutica. Já os pacientes assintomáticos são os que apresentam uma adesão terapêutica mais fraca.
- Fatores psicossociais: as crenças, as atitudes, o estilo de vida e os valores são fatores que facilitam ou obstaculizam a adesão. Tem uma importância particular a percepção do paciente à eficácia do tratamento e do médico.
- O ambiente: se o paciente receber apoio do seu meio social, será mais fácil seguir as indicações médicas. Aspectos como a religião e a atitude da família com respeito à saúde às vezes influenciam notavelmente.
Consequência da não adesão terapêutica
A falta de adesão terapêutica provoca múltiplas consequências, principalmente clínicas e econômicas. Entretanto, é um aspecto difícil de medir e analisar. A maioria dos pacientes evita comentar as suas transgressões. Geralmente, os pacientes não são totalmente sinceros.
As consequências clínicas dependem do tipo de incumprimento do paciente. Às vezes, o tratamento nunca se inicia, enquanto em outras ocasiões é interrompido depois de iniciado. Os efeitos disso dependerão, entre outros fatores, da doença e da condição do paciente.
Em geral, a falta de adesão também origina um aumento no custo da saúde. Ocasiona um aumento no número de hospitalizações e de visitas a centros de saúde e ao pronto-socorro. Também pode levar a mudanças nas prescrições e a uma maior necessidade de exames de diagnóstico.
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Como conseguir uma maior adesão terapêutica?
Atualmente há muitas pesquisas em curso relacionadas à elaboração de estratégias para conseguir uma maior adesão terapêutica. Apesar de ainda não ter sido definida uma conclusão sobre esse tema, geralmente as seguintes medidas são recomendadas:
- Simplificar, o máximo possível, o regime de prescrição: quanto menos doses e menos fármacos forem receitados, será muito mais fácil conseguir a adesão do paciente.
- Influência comportamental: compreende ações para modelar a conduta dos pacientes no tratamento. Inclui lembretes, acompanhamentos, recompensas etc.
- Aspectos educativos: o paciente não só deve saber o que tomar e quando tomar, mas também porque é importante que o faça. Isso facilita que ele, voluntariamente, siga o regime prescrito sem nenhuma pressão.
- Apoio familiar e social: inclui ações destinadas a oferecer suporte social, como assistência domiciliar, gestão de ajuda para os gastos com remédios etc. Além disso, intervenções no meio social para que a sua participação seja maior.
- Capacitação dos profissionais da saúde: isso é necessário, principalmente no que se refere à aprendizagem de técnicas de comunicação e motivação.
Todas essas estratégias devem ser aplicadas de forma simultânea e coordenada. Na medida em que isso ocorra, a adesão será maior. No final das contas, o relacionamento e a comunicação entre o médico e o paciente são essenciais para um tratamento adequado.
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