O que a OMS diz a respeito da carne em relação ao câncer?

Ainda que não seja possível identificar com precisão as causas das pessoas serem mais propensas do que outras a desenvolver alguns dos cânceres que existem, diversos estudos científicos determinam que a genética, assim como elementos ambientais específicos e de conduta são os principais fatores que influenciam na alteração das células de nosso corpo.
O que a OMS diz a respeito da carne em relação ao câncer?
Elisa Morales Lupayante

Revisado e aprovado por a pedagoga em educação física e nutricionista Elisa Morales Lupayante.

Última atualização: 23 agosto, 2022

Quando seus pais ou alguns parentes desenvolvem algum tipo de câncer como o de mama e o de cólon, você poderia herdar uma predisposição a esta doença. Porém, é necessário que tenha claro que ainda que esteja em sua genética, não significa que o desenvolverá.

Ainda, também existem agentes ambientais e de conduta que podem causar estas alterações cancerígenas em nossas células.

Dentre elas o vício ao cigarro, álcool ou se expor a componentes químicos como a fumaça do cigarro ou a radiação, como a ultravioleta procedente da luz do sol.

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) descreve o câncer como um conjunto de doenças vinculadas, nas quais certas células que compõem o corpo começam a crescer e se multiplicar de maneira descontrolada e sem interrupção, o que permite a formação de massas que se conhecem como tumores.

Carne vermelha e carne processada

Luta contra o câncer de cólon

A OMS classifica como carne vermelha a todo o tecido muscular que provém de mamíferos tais como:

  • Vaca
  • Boi
  • Porco
  • Cordeiro
  • Cabras
  • Cavalos

Por sua vez, define as carnes processadas como todas aquelas que uma vez que são separadas do animal são transformadas. Isso por meio de processos como:

  • A salga
  • A cura
  • A fermentação
  • A defumação

Em sua maioria, as carnes processadas provêm de animais como a vaca e o porco. Porém, também vêm de aves, subprodutos da carne como o sangue, miúdos e carnes vermelhas. Alguns exemplos claros destas carnes são:

  • Salsichas
  • Presunto
  • Carne em conserva
  • Desidratação ou seca
  • Carne em lata
  • Molhos a base de carne

A carne em relação ao câncer, estudo da OMS

Um estudo realizado pela OMS revela que, ainda que os indícios de que o consumo das carnes vermelhas influencia no desenvolvimento do câncer colorretal sejam limitados, este agente se inclui dentro do grupo 2A, o que se descreve como “provavelmente cancerígeno para os humanos”.

Por outro lado, esta instituição explica que o alto consumo de carnes vermelhas pode sim causar câncer nas pessoas. Por consequência, incluíram este agente dentro do denominado grupo 1, “cancerígeno para os humanos”.

Os hambúrgueres são feitos com carne em relação ao câncer

“Esta classificação está baseada em evidências suficientes a partir de estudos epidemiológicos que mostram que o consumo de carne processada causa câncer colorretal”, cita tal informe.

Dado importante

É necessário que tenha claro que incluíram o consumo prolongado e contínuo de carnes processadas no grupo 1. Isso devido à evidência de que esse risco possa existir e não pela estimativa do nível de perigo que há.

Riscos de carne versos câncer

Segundo estimativas do Projeto Carga Global de Doença, a OMS assegura que as dietas ricas em carnes processadas são responsáveis por aproximadamente 34.000 mortes anuais por câncer a nível global.

Do mesmo modo, afirmam que a ingesta de carnes processadas é uma causa do câncer colorretal, além de que se observa uma vinculação com o câncer de estômago. Ainda que a evidência não seja totalmente conclusiva, afirmam.

Carnes que podem ser consumidas sem risco de câncer

Adicione que ao ingerir uma porção de 50 gramas de carne processada diariamente, aumenta-se o risco de desenvolver câncer colorretal em aproximadamente 18%.

Tudo está no equilíbrio

Procurando uma resposta na luta carne versus câncer, a Organização Mundial da Saúde ratificou a recomendação que realizaram no ano de 2002. Ali aconselharam diminuir e moderar o consumo de carne processada para reduzir o risco de câncer colorretal.

Isto sustentado nas provas científicas que foram avaliadas por seu órgão intergovernamental, o Centro Internacional de Investigações sobre o Câncer (CIIC). Ali trabalharam 22 especialistas procedentes de 10 países, os quais analisaram mais de 800 pesquisas diferentes sobre o câncer nos seres humanos.

Alguns destes trabalhos proporcionaram dados sobre os dois tipos de carne, 700 análises epidemiológicas ofereceram dados sobre a carne vermelha e mais de 400 sobre a carne processada.

Depois de revisar a informação, a melhor recomendação é regular o consumo destes produtos. Daí a importância de uma dieta balanceada, que ofereça ao corpo todos os nutrientes que precisa. Diante de qualquer dúvida, consulte um especialista em nutrição.

Desta maneira, trabalhará com uma dieta pensada nas necessidades particulares de seu organismo. Assim, terá um processo desenvolvido especialmente para cumprir seus objetivos.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Ferguson, L. R. (2010). Meat and cancer. Meat Science. https://doi.org/10.1016/j.meatsci.2009.06.032
  • Abid, Z., Cross, A. J., & Sinha, R. (2014). Meat, dairy, and cancer. In American Journal of Clinical Nutrition. https://doi.org/10.3945/ajcn.113.071597
  • Bouvard, V., Loomis, D., Guyton, K. Z., Grosse, Y., Ghissassi, F. El, Benbrahim-Tallaa, L., … Wu, K. (2015). Carcinogenicity of consumption of red and processed meat. The Lancet Oncology. https://doi.org/10.1016/S1470-2045(15)00444-1
  • World Health Organization, & International Agency for Research on Cancer. (2015). IARC Monographs evaluate consumption of red meat and processed meat and cancer risk. https://doi.org/http://www.who.int/features/qa/cancer-red-meat/en/

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.