O papel do ácido lático na prática de exercícios físicos

É comum, principalmente nos campos da medicina e do esporte, ouvir sobre o ácido lático, mas você sabe do que ele é composto e quais são suas funções?
O papel do ácido lático na prática de exercícios físicos
Sergio Alonso Castrillejo

Revisado e aprovado por o farmacêutico Sergio Alonso Castrillejo.

Escrito por Equipe Editorial

Última atualização: 15 dezembro, 2022

O ácido lático, ou sua forma ionizada lactato, é um composto químico que desempenha importantes funções em diferentes processos bioquímicos, como a fermentação lática.

Um dos tecidos do corpo que mais produz ácido lático é o músculo. Ele surge após o consumo de carboidratos para obter energia  em um processo conhecido como  fermentação lática. Neste artigo, contamos tudo sobre esse composto.

Como o ácido lático é produzido?

Como o ácido lático é produzido?
O ácido lático é produzido nos músculos quando fazemos exercícios intensos.

O ácido lático é produzido principalmente nas células musculares e nos glóbulos vermelhos. Ele se forma quando o organismo decompõe os carboidratos para formar energia quando os níveis de oxigênio estão baixos. Isso acontece durante a prática de exercícios físicos intensos ou quando a pessoa tem uma infecção ou uma doença.

A fonte primária de lactato é a decomposição de um carboidrato chamado glicogênio. Essa substância é uma reserva natural do corpo, formada por várias cadeias de açúcar (glicose). Sua decomposição produz muita energia, por isso, é uma das principais fontes de energia do músculo.

No entanto, usar a glicose requer oxigênio, o que implica um processo longo. Portanto, em situações de elevada intensidade, as células encurtam esse processo produzindo energia através da fermentação. Ela é menos efetiva, mas é obtida mais rapidamente.

Embora algumas células consigam utilizar o piruvato para obter energia, outras não conseguem. É por isso que o músculo é um dos tecidos onde mais se produz lactato. 

O ácido lático e os músculos

O ácido lático é, na realidade, um combustível, não um produto de descarte. Os músculos o produzem deliberadamente a partir da glicose e o queimam para obter energia.

O motivo pelo qual os atletas conseguem fazer muito esforço durante tanto tempo é que o treinamento faz com os músculos absorvam o ácido lático com mais eficiência.

As células musculares convertem a glicose em ácido lático. Em seguida, ele é absorvido e utilizado por algumas organelas celulares chamadas de mitocôndrias, que são responsáveis pela produção de energia nas células.

As mitocôndrias têm uma proteína característica para transportar o ácido lático para seu interior. Por isso, o treinamento intenso faz com que a massa das mitocôndrias se duplique e, com isso, queimem mais ácido lático. Como resultado, os músculos trabalham melhor.

O ácido lático durante a prática de exercícios físicos

O ácido lático durante a prática de exercícios físicos
A medida que a intensidade da prática de exercícios físicos aumenta, mais células musculares se envolvem no ciclo do ácido lático.

Com o treinamento, muitas células podem se adaptar para utilizar mais piruvato e, com isso, produzir menos lactato. Além disso, quando a intensidade da prática de exercícios físicos aumenta, quantidades adicionais de fibras musculares se envolvem no processo.

Estas fibras são pouco utilizadas quando estamos descansando ou realizando atividades leves. Muitas delas são de ativação rápida e não têm muita capacidade para converter o piruvato em energia. Por isso, uma grande quantidade de piruvato se converte em lactato.

Lactato: uma substância dinâmica

Uma vez produzido, o lactato tenta sair dos músculos e entrar em outros próximos, assim como no fluxo sanguíneo ou no espaço entre as células musculares, onde sua concentração é menor.

Quando o lactato consegue entrar em outro músculo, ele possivelmente volta a se converter em piruvato para poder ser utilizado para obter energia aeróbica.

O lactato também é utilizado pelo coração como combustível. Além disso, ele também pode ir para o fígado para voltar a se converter em glicose e glicogênio, recomeçando o ciclo.

Por fim, ele também pode viajar rapidamente de uma parte do corpo para outra. Inclusive, há evidências de que algumas quantidades de lactato voltam a se converter em glicogênio dentro dos músculos, sem ir necessariamente para o fígado.


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